Vamos até a casa da gangue, que fica cercada, derrubo a porta e os policiais entram junto com alguns agentes, graças a Deus, Ethan está bem, ninguém descobriu que ele era policial, e temos provas para todos irem presos.

O mérito do caso ficou com a polícia, o que é bom, porque ganhamos mais verba para que a delegacia ganhe melhorias, e podemos até ganharmos um aumento também, o que é sempre bom.

Estou cansado e decidi voltar ao hospital, mesmo que eu não consiga a ver, pelo menos vou estar por perto, os outros detetives vão para o bar beber e comemorar, eles não tem motivos para não gostar do FBI, então alguns agentes vão junto, eu não vi pra onde o hacker foi e nem me interessa.

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Eu acabei dormindo na sala de espera e estou com o pescoço doendo, ela já está acordada e eu posso finalmente a ver, Dan entrou no quarto e me acordou ao sair me cumprimentando com um aperto de mão e um meio abraço, é minha vez de entrar e eu confesso que estou nervoso.

Entro no quarto, ela está com a cabeça deitada olhando para o teto, mas quando ergue a cabeça ela sorri e eu sorrio de volta, ela repara em meu olho roxo.

— Eu vou querer saber o que foi isso? — ela aponta justamente para meu olho.

— É feio apontar o dedo — digo sorrindo tentando a distrair e abaixo o seu dedo aproveitando seu toque — Queria ficar parecido com você. Solidariedade.

— Quanta solidariedade! — ela responde rindo — O que aconteceu?

— Jake e eu conversamos... com os punhos.

— Eu vou começar a fazer apostas e ganhar dinheiro com isso.

— E em quem você apostaria?

— Melhor vocês só pararem com isso. — ela faz um gesto com a mão onde está com o soro.

— Eu não suporto ele.

— Alan...

— Maria, não vou fingir que gosto dele, olha tudo o que aconteceu com você depois que ele voltou. Se ele sumisse tenho certeza que nada de ruim aconteceria com você de novo. — começo a me exaltar, mas respiro fundo e me recomponho, prometi que não iria mais gritar com ela — Me desculpe, eu não queria brigar com você. Me importo muito com você. Quero te proteger.

— Eu sei. — responde ela com a voz falhando.

— Acho que desisti muito rápido de nós dois, deveria ter insistido mais, lutado mais por nós, por você... você não estaria aqui agora, se tivesse dado certo. — confesso — Enfim, como você está?

— Bem, eu acho, vou levar um tempo para me recuperar totalmente.

— Como foi tudo aquilo? O sequestro?

— O Rio, ele ficava me chamando de amor. Tudo o que ele falava eu dava uma resposta engraçadinha, não queria demonstrar que estava com medo, mas eu estava apavorada. — vejo ela se arrepiar com a lembrança.

— É bem sua cara não deixar ninguém te ofender. — sorrio tentando apoiá-la.

— Ele me deu um tapa no rosto, dois tapas, que doeram tanto, mais tanto, e eu só queria chorar e implorar pela minha vida, mas ao invés disso ficava provocando ele. E é loucura, mas em alguns momentos parecia que até estávamos nos dando bem. Ainda sinto o tênis dele batendo na minha perna, e a sensação quente do sangue saindo depois que ele me esfaqueou. Eu pensei que fosse morrer lá. — ela começa a chorar e sem nem pensar me aproximo e limpo suas lágrimas, ela fecha os olhos, e eu quase a beijo, mas me contenho, ela está vulnerável, não é o momento e ainda está com o hacker.

Sempre foi ela - DuskwoodWhere stories live. Discover now