Maia entra em uma briga

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― Eu sei muito bem quem você é ― disse a mulher misteriosa ― filha da água ― ela pronunciou as últimas palavras com desprezo e arrogância.

― É melhor a gente... ― sim, ninguém mais me deixa falar aqui.

― Você não sabe do que está falando! ― protestou Maia, que já estava alterada.

― CHEGA! ― reclamei. ― Em primeiro lugar, vocês nem sabem por que estão discutindo, temos coisas mais importantes para nos preocupar agora, por exemplo: um dragão maligno está prestes a despertar para destruir o mundo e eu não nos vejo mais perto da Chama Sagrada ― acho que consegui impressionar com a minha atitude responsável. Geralmente quem faz esse papel é Maia, mas por algum motivo desconhecido essa mulher a fez perder o controle.

― Você está certo Oliver ― falou Maia.

― Definitivamente ― completou a mulher de vermelho.

― Mas afinal, quem é você? ― perguntei.

― Que bom que perguntou meu bravo caçador ― respondeu ela delicadamente. O que fez novamente Maia apertar o punho de sua adaga como se quisesse esmaga-lo, ela demonstrava estar furiosa com as palavras da mulher, mas se conteve.

― Sou conhecida por muitos nomes ― disse ela em um tom ameno ―, entre eles... Salamandra, Elemental do fogo e guardiã da Chama Sagrada.

Ao ouvir essas palavras os meus joelhos se transformaram em gelatina. Mesmo com todo o calor que emanava do corpo da Elemental, senti um frio percorreu todo o meu corpo, e sem falar na minha barriga, que parecia estar cheia de borboletas. Mas eu admito: eu esperava que o guardião da chama fosse um monstro assustador com uns cinco metros de altura, cuspindo fogo para todos os lados, no entanto ela parecia uma simples mulher ― tirando os olhos vermelhos e a presença calorosa, é claro.

Depois de colocar os meus pensamentos em ordem, eu só conseguia pensar em uma coisa: Maia esteve esse tempo todo discutindo com a Salamandra?! Ela poderia ter nos transformado em churrasquinho!

Entretanto, eu continuava com aquela sensação de que a Elemental não nos faria mal algum, mesmo depois da pequena confusão com Maia, que ao ouvir essas palavras rapidamente levou uma de suas mãos até a aljava, e preparou uma flecha em seu arco.


― Eu não estou aqui para lutar com vocês ― declarou a Salamandra. Mas seu olhar indicava que ela estava se contendo para não incinerar Maia naquele exato momento.

― E eu fico muito feliz com isso ― falei ―, mas onde está a chama então?

― Não posso dizer ― respondeu ela.

― Ótimo, voltamos há estaca zero ― queixou-se Maia.

A Salamandra se virou, e suavemente caminhou até a beira do riacho. Agora pude perceber que realmente seus pés não tocavam o chão, ela se movia como um fantasma ― um fantasma vermelho com olhos de fogo.

Ela levantou seus braços e recitou alguns versos em uma língua totalmente estranha, e como se respondesse ao seu chamado à caverna começou a tremer. As rochas que formavam a pequena cachoeira sob o rio desmoronaram, revelando três grandes portais logo a trás. Por alguns segundos eu fiquei apavorado, estávamos no subterrâneo, um tremor poderia causar um desmoronamento, e eu detestava a ideia de me tornar uma panqueca enterrada.

― Você não pode simplesmente pegar a Chama Sagrada, você deve conquista-la ― disse ela apontando para os portais

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― Você não pode simplesmente pegar a Chama Sagrada, você deve conquista-la ― disse ela apontando para os portais.

Os portais estavam organizados lado a lado e mediam aproximadamente uns três metros de altura. Cada um deles continha em seu batente um símbolo diferente.

― Você quer dizer que para conquistar a chama eu devo escolher a porta certa? ― perguntei mesmo isso parecendo um daqueles programas de auditório: o que será que temos a trás da porta um?!

― Na verdade, não existe porta certa Oliver ― disse ela com um sorriso nos lábios.

Eu não estava entendendo nada, e essa Elemental do fogo não estava ajudando com essas charadinhas. Olhei para Maia na expectativa de que ela estivesse compreendendo alguma coisa ― ela parecia estar mais calma, havia guardado seu arco mágico, porém continuava empunhando sua adaga ―, no entanto ela balançou a cabeça em sinal negativo, dizendo que também não estava entendendo.

― Eu vou explicar ― disse a Salamandra ― a trás de cada um dos três portais vocês encontrarão desafios distintos. O primeiro os levará para a Floresta das Sombras. O segundo é um portal direto para o Labirinto do Caos. E por fim, o terceiro é uma entrada para o Abismo do Medo.

― Nomes adoráveis, você mesma que os escolheu? ― mas eu preferia que eles se chamassem: Paraíso Encantado, Primavera Feliz e Lanchonete do Tio Sam. O que? Não me julguem, eu estava com fome.

Ela se aproximou novamente, trazendo consigo o calor que permanecia sempre ao seu redor. ― Quem criou os desafios foi o próprio Belenus, para que somente os heróis de grande valor pudessem chegar vivos até a Chama Sagrada ― explicou a Elemental.


Provavelmente nesse momento Belenus está em seu palácio explodindo bolas de bilhar, enquanto nós temos que enfrentar um desafio mortal que ele mesmo planejou. Isso é reconfortante, ― como é bom ser um caçador de dragões.

― O tempo está acabando se esgotando, vocês devem escolher logo ― advertiu a Salamandra.

― Muito bem, se Maia concordar, eu escolho o portal...



***

O que acharam da Salamandra? Esperavam por uma bela mulher? Eu gostaria de saber a opinião de vocês, se quiserem comentem o que estão achando da história! E não esqueçam de clicar na estrelinha para votar!

Obrigado e até mais!

Oliver Turner e os caçadores de dragões - A chama sagradaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora