𝟓𝟎 | 𝐏𝐑𝐄𝐂𝐈𝐒𝐎 𝐃𝐀 𝐒𝐔𝐀 𝐀𝐉𝐔𝐃𝐀

Start from the beginning
                                    

— Que isso, rubia? — Ele ergue a cabeça e franze o cenho. — Ciúmes? Logo tu?

— Não estou com ciúmes — minto pior que uma criança. — Só estou... é...

— Com ciúmes — ele está sorrindo abobado quando se senta, ainda pelado. Tenho que me conter pra não ficar encarando lá embaixo o tempo todo. — Sabes que terá que acostumarte, ¿no?

— Não tenho que me acostumar com nada, será de mentira. — Pego as roupas dele do chão. — Assim como meu casamento com o Veiga.

Joaco revira os olhos.

— Se tengo que acostumarme a esta palhaçada, tú también. — Ele pressiona os lábios, sério. — Pero relaxa, mi corazón te pertenece, rubia. Ahora o seu...

— Para com isso — desvio o assunto e jogo as roupas dele na cama. — Se vista. O Tom daqui a pouco está aqui e você precisa ir embora.

— Pensé que o menino já estaba de buena com esto. — Ele coloca a cueca sem sair da cama porque é um preguiçoso e hoje acordou com o espírito pouco motivado. Nem parece que é jogador de futebol.

— Ele é filho do Veiga, né? — Lembro do óbvio. — Ciumento que só por Deus.

— No, no! — Joaco balança o indicador em negação. — Ele puxou o ciúmes de ti. No culpes al pobre Veiguinha.

— Veiguinha? — Franzo o cenho, colocando as mãos na cintura. — Pensei que não gostasse "dessa palhaçada".

Faço aspas com os dedos lembrando de suas próprias palavras ditas a pouco tempo.

— Mi questão nunca será con ele. Lo sabes. — Assinto, compreendendo bem.

A única e grandiosa questão de Joaco é com meu coração duvidoso.

Pelo menos eu não destrui a amizade deles. Nunca iria me perdoar por isso. Apesar que Joaco levou um soco, né? Bom. Pelo menos as coisas estão de boas agora e ninguém parece que irá se bater mais.

— Bom — respiro fundo, evitando pensar sobre. — Tenho que tomar um banho e...

— Rubia!! — Arregalo os olhos quando ele falta gritar, olhando fixamente para alguma parte do meu corpo que não presto atenção. — Mi bebê creció.

— Quê? — Demoro pra entender o que diz.

Joaco se levanta e fica de frente pra mim, colocando as mãos em minha barriga logo em seguida.

— Mira — ele alisa minha pele. — Tu barriga está diferente.

Olho para lá e não vejo nada de diferente. Mas, não satisfeita, caminho até o espelho na parede e me analiso de lado. É, realmente. Tem uma curvinha aqui. Quase imperceptível. Só dá pra notar porque estou sem camisa.

— Nossa — reajo, levando as mãos a barriga. — O bebê já está dando as caras. Daqui a pouco não vou conseguir mais esconder.

— Mi hija es tan enorme — Joaco está sorrindo quando se ajoelha e deposita um beijo em minha barriga, bem acima do umbigo. — Hola, mi pequeña. Es tu papá.

Sinto uma sensação estranha. Um frio gelado na barriga. Meu coração acelera.

— Estás bien? Ou también estás com ciúmes de tu papa só porque terei que arrumar una namorada de mentira? — Joaco ergue o olhar para me encarar. — Tu madre até me agredió.

— Eu só te joguei um travesseiro, dramático!

— Agressão! — Ele arregala os olhos, mas sem desfazer aquele sorriso bobo. — No te preocupes, hija, te protegeré dela.

INTERE$$EIRA ━ palmeirasWhere stories live. Discover now