𝘈 𝘴𝘦𝘤𝘰𝘯𝘥 𝘤𝘩𝘢𝘯𝘤𝘦

0.3

Que tal um chapéu?, pensou ele, mas negou em seguida ao se deparar com uma tiara de flores pendurada no cabideiro ao lado de sua penteadeira. Perfeito..

[...]

No recanto, o garoto Thomas, com sua energia contagiante, cuida dos animais com carinho. Pela manhã, alimenta as galinhas, garantindo que cacarejem felizes. Ele escova os cavalos, estabelecendo laços afetuosos. E ao mais entardecer, vê os porcos se revolteando na lama, e com um sorriso, percebe o vínculo especial que criou com cada criatura. E agora, enquanto ele alimenta as cabrinhas bebês, Harry está ao seu lado, tagarelando sobre a vida.

— Você sabe os livros quase sempre são melhores que os filmes.

— Harry, eu não assisto muitos filmes, para ser sincero.

— Não?

— Bem, o dever sempre me chama — Explica — De qualquer forma, não posso reclamar. Seu pai me deu um lar, o trabalho que faço é para agradecê-lo por isso.

— Você sabe que não precisa trabalhar para nós, né? Você é bem vindo em nossa casa, sem nada em troca.

— É o que devo, Harry — Sorriu agradecido — E também, não é algo ruim para dizer a verdade, eu amo cuidar dos animais e da colheita anual.

— Se é algo que gosta.. — Harry assentiu antes de chamá-lo — Thomas?

— Sim, Harry?

— Você.. você conheceu o Louis no meio tempo que fiquei fora, certo?

— Sim, nos tornamos amigos bem rápido, ele é ótimo.

— É, ele é.

— Mas, por que a pergunta, Harry?

— E-eu.. eu e Louis tivemos um caso na nossa adolescência.

— Nossa, é mesmo? Eu não fazia ideia. Me conte como foi?

— Você quer mesmo ouvir? Geralmente eu falo sem parar sobre isso.

— Eu tenho tempo, pode me contar — Ladeou a cabeça sentando-se sobre o fenl e pegando uma das ovelhinhas nos braços.

Flashback

"Sob um céu tingido de tons pastéis, Harry e Louis – ambos com seus 18 anos – se encontra à beira de um lago sereno, envolto pela calma da natureza. As mãos entrelaçadas revelam um amor adolescente, enquanto seus olhares se encontram em uma comunicação silenciosa, repleta de sentimentos mútuos. O reflexo dourado do sol sobre a água cria uma atmosfera mágica, destacando a serenidade do momento.

O cenário é pintado com suspiros de felicidade, e cada palavra trocada parece ser uma melodia suave, sussurrada ao vento. Risos leves permeiam o ar, como notas de uma canção de amor. Uma brisa suave acaricia delicadamente seus rostos, transformando o instante em algo atemporal.

Neste refúgio tranquilo, o casal  compartilha palavras de carinho, criando memórias que se entrelaçam com a beleza do entorno. É um momento em que o mundo exterior desvanece, deixando apenas a magia do amor que floresce à beira do lago sereno.

— Para, Lou — Harry ria enquanto o mais velho o provocava.

— Você sabe que quer de novo. Vamos lá, gracinha. — Ergueu uma das sobrancelhas — Apenas um pouquinho.

— Não! — Negou com uma feição emburrada — Isso é algo muito íntimo para fazermos aqui..

— Você não disse isso quando estava de joelhos me chupando no estábulo da minha família.

— Louis, não diga isso em voz alta! — Repreendeu-o tapando a boca de Louis com as mãos.

— Não a ninguém por perto, amor.

— Do mesmo jeito, Lou. Isso é falta de pudor!

— Não seja bobinho, falta de pudor é eu te arrastar para trás daquela árvore e te comer bem gostosinho. — Sussurrou perverso — Do jeitinho que você gosta..

— Louis — Suspirou desconcertado, mordendo os lábios em seguida.

— Vamos, amor. Vou lhe fazer se sentir bem, eu prometo.

— L-Louis.. — Murmurou novamente, porém desta vez deixou-se levar pelas artimanhas maliciosas do quase namorado."

— Tudo bem, Harry — Thomas riu — Eu sei o que aconteceu depois disso..

— Desculpe, Tom. Eu disse que falava demais!

— Não há nada de errado em recordar os bons momentos do passado, Harry.

— Eu só.. — Deu uma pausa pensativo — Acho que estou me apaixonando por ele novamente..

— Você acha? — Perguntou arregalando os olhos.

— Eu tenho quase certeza, Tom..

— Vocês já conversaram sobre isso?

— Ontem. — Informou — Meio que vamos tentar novamente.

— Uh, isso é ótimo, Harry! — Afirmou animado — Vocês combinam muito.

— Combinamos, não é? Eu sempre disse isso! Quando nós estávamos juntos, costumava dizer que éramos almas gêmeas.

— Talvez vocês sejam.

— Eu espero que sim.. eu sou completamente apaixonado por ele.

— Estou vendo, seus olhos estão brilhando só de falar nele, sem contar esse sorrisinho bobo!

— E-estou sorrindo bobo?

— Está, e por Deus, você está tão ferrado! — Thomas riu ao ver o amigo corar violentamente e desviar o olhar.