Lucky loser - livro 1 da trilogia Lucky Potter's

Capítulo oito

Havia muita bebida, muito sexo e pegação. E isso já foi mais que o suficiente, não precisava viver isso novamente para deixar meus anos universitários completos. Abro um sorriso ao lembrar de quantas vezes eu e Ethan transamos em uma festa após um jogo de basquete. Foram bons dias.

– Estou indo buscar o Hunt na escola e levá-lo no basquete, tem uma cafeteria ao lado do ginásio, quer ir tomar um café super faturado? – convido a garota, que concorda sem pensar duas vezes.

O caminho até a escola do meu filho é feito com Harper cantando The Becks Street Boys em plenos pulmões. É bom ter o espírito juvenil dela como companhia, mesmo que esteja passando por esse momento difícil. Lembra-me como sou jovem ainda e que minha vida está apenas começando. Seria como um lembrete ambulante, sempre me dizendo que ainda tenho muitos anos pela frente.

– Oi, mamãe – Hunter abre fortemente a porta de trás do carro e joga primeiro sua mochila para dentro do veículo e depois entra por completo, deixando o ambiente inteiro com cheiro de suor – ah! Oi, Harper.

– E aí, Hunt – a loira se inclina para trás e cumprimenta meu filho com um soquinho.

– Oi, meu amor – jogo um beijo no ar e já começo a dirigir novamente – ansioso para voltar ao basquete?

– Muito, muito – o loirinho diz super animado, já tirando sua camisa que usou para a aula e pegando a bolsa do basquete – dirige mais rápido, mamãe.

– Claro, você vai pagar a multa por mim – debocho e o pequeno revira os olhos – vai trocando o seu tênis.

Conforme vai tirando seu tênis normal e colocando o apropriado para o basquete, ele vai contando como foi a aula e como não bateu em ninguém. A melhora em seu comportamento é muito perceptível, o diretor até me ligou falando como está feliz pelo desempenho dele nos últimos dias. Isso me deixa muito bem, saber que Hunter está se controlando e agindo como uma criança saudável psicologicamente, torna o meu papel como mãe o melhor.

Manobro para entrar no estacionamento do ginásio e coloco o carro na vaga de sempre. Hunter nem esperava nós duas sairmos do carro e já vai correndo para o local de treinamento. É como se uma criança ganhasse o primeiro doce de sua vida, é uma cena linda. Gargalho e faço sinal para Harper descer também, iremos para a cafeteria andando, não tem motivo de ir de carro para o outro local.

– Ele teve uns problemas na escola e precisei suspender o basquete por alguns dias – explico o motivo de tanta animação vindo do meu pequeno gafanhoto.

– Ser mamãe de adultos na faculdade é melhor que ser mamãe de criança – solto uma risada, em partes sim.

O típico sino de entrada toca quando abro a porta da cafeteira, venho aqui sempre que deixo Hunt no treino e fico estudando os conteúdos do dia. Às vezes York me acompanha, mas nós vemos no café dos irmãos, então é bem raro. Harper se acomoda em uma mesa e vou até o balcão pedir dois cafés, sendo o da loira um caro que deve ser mega doce e calórico. Quando me sento em sua frente, pego um amarrador e prendo meu cabelo em um rabo alto e forte.

– Como você lidou quando perdeu o seu marido? – Harper me pede direta e fico sem reação – eu nem perdi fisicamente o Tony e parece que vou morrer a qualquer momento.

– O luto é uma coisa engraçada – pego um sachê de açúcar e joga de uma mão para a outra – os primeiros meses, não, o primeiro ano, foi muito difícil, eu respirava e parecia que não entrava ar em meus pulmões. Uma sensação sufocante. Com o tempo foi melhorando, os dias já não pareciam mais eternos, o ar entrava em meus pulmões, e não pensava em Ethan todos os segundos.