Capítulo 9 # Bruno

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- Não! Eu já sei o que você está querendo que eu faça. - Agora que Bruno sabia exatamente a intenção de Fausto sentou na cadeira e os dois emendaram uma discussão dos prós e contras de Bruno continuar a ver a vizinha enquanto a vigiava.

- Não posso.

Disse Bruno depois de muita discussão ainda preso a sua opinião de que misturar o trabalho com sua vida pessoal nunca vai ser uma boa ideia.

- Eu sei Bruno, mas pensa no que eu te falei. Você só precisa encarar o tempo que estiver com ela como trabalho, assim não tem como você confundir qualquer coisa. Pelo que me falou, ela não esta procurando nada sério e o fato dela não estranhar você chegar de repente na casa dela quando desconfiar que tem alguém rondando a sua casa é um bônus, você precisa admitir.

- Pode ser, mas ainda acho que cortar qualquer relação com ela é o mais inteligente. - Bruno insiste.

- Mas não é o mais eficiente, caro amigo. E eu prometo não me meter nos assuntos do pai dela se fizer isso.

Bruno olhou desconfiado. Fausto nunca foi de desistir de alguma coisa tão fácil e a forma que ele andava esses dois dias na frente do seu notebook e telefone no ouvido pesquisando sobre o Jota fez com que Bruno estranhasse essa repentina boa vontade do amigo. Mas pensou que seria capaz de não se apegar a Olivia.

- Ah, já ia esquecendo, ela me disse que iria encontrar com a irmã de Resende. E não sei qual desculpa arrumo para voltar hoje lá. Talvez ela nem queira que eu vá, então pensei em ficar observando de casa. Tenho uma janela perfeita, ela não vai me ver.

- Bruno, você as vezes parece um tanto psicopata.

- Vai a merda, já parou pra pensar que o Jota pode não achar isso tudo tão divertido quanto você?

- É, isso realmente pode complicar, mas levando em conta que ela não quer ver o pai nem pintado de ouro, ele pode nunca descobrir.

- Alguém tirou essa foto essa manhã em frente da casa dela e mandou pro Jota. Você não acha que ele não tem mais gente vigiando a casa dela?

Bruno percebeu que Fausto começou a pensar várias possibilidades, nos prós e contras que ele tanto insiste para que Bruno faça sobre tudo na sua vida.

Até a solterice dele já passou pelo seu discurso de prós e contras apesar de Bruno nunca ter prestado atenção já que ele tem certeza que Fausto só se esforçou em pensar nos prós.

- Você pode contar que é o vizinho da Olivia para o Jota, diz que pode se aproximar dela como amigo apenas para facilitar a vigilância já que vocês moram tão próximos e ela com certeza iria estranhar um vizinho psicopata. O que eu acho que é verdade, mas..

- Cala a boca. Foco. Não é a sua bunda que esta em jogo né?

Fausto parou de brincar e repassaram a história que iriam contar para Jota. Não poderiam errar. Jota não era um homem de muitos amigos. Fausto descobriu algumas histórias bem pesadas sobre Jota e ele não estava fazendo analogia ao peso do homem.

- Ok, então você só precisa evitar um contato mais íntimo com Olivia em locais públicos, o homem tem que pensar que vocês são apenas bons vizinhos. Acho que você deve fingir que é gay.

Bruno pegou duas canetas que estavam em cima da mesa e jogou em Fausto.

-Ei, desculpa, foi só uma ideia que surgiu.

- Com ideias assim, você fica bem melhor calado. Mas não tem problema, eu posso dizer que trabalho o dia todo e assim posso observá-la só de longe.
- Sim, mas hoje é sexta feira. O que farão nesse fim de semana?
- Posso mantê-la dentro de casa muito mais tempo do que você imagina.
- Nojento. - Fausto disse enquanto ria - Não precisa matar a mulher com sexo, seu trabalho é mantê-la a salvo. Mas não é isso que quis dizer. Ela tem os assuntos dela pra resolver, mas precisamos entender do que a estamos protegendo.
- Ele disse.
- Você achou mesmo que ele estava senso sincero naquele dia?
Bruno deu de ombros.
- Não importa.
- Mas ai a sua Olivia pode estar em sério perigo enquanto estamos papeando aqui.
- Ela não é minha e você já está fantasiando a situação Fausto. Pode parar, você sempre faz isso.
Bruno sabe que o amigo pode aumentar demais a seriedade da notícia. Uma vez ele chegou para Bruno aparentando ter visto um fantasma.
- Bruno, a Catia esta no enterro... Acredita que ele morreu? Tão novo, quase um irmão... Nossa, que triste.
Bruno tentou entender o que o amigo dizia e achou que ele estava falando do meio irmão da sua amiga Catia. Ele tinha morrido?
- Meu Deus, o Geovani morreu?
- Geovani? Não, ele também esta no enterro, foi o Spot que morreu. Coitado, atropelaram ele.
O cachorro. Tanto exagero porque o cachorro cego e cheio de problemas que Catia tinha foi atropelado.
Situações como esta fizeram Bruno mais atento as notícias dadas por Fausto. Agora ele faz novamente. Imaginando que ele mora em Hollywood e todos os mafiosos estão em Penedo.
- Tudo bem, Fausto. - Bruno olhou o celular e viu uma mensagem.

Liv: "Que tal ser um bom vizinho e amanhã me mostrar a cidade?"

Bruno mostra a mensagem para Fausto. Ele ri.
Bruno não.
- Viu? Bônus.
Bruno o ignorou, levantou, se despediu e saiu. No caminho ele respondeu a mensagem.

Bruno: "Amanhã podemos pensar nisso, mas que tal hoje você, como uma boa vizinha, dividir aquele resto do almoço num jantar? Já disse que vou usar seus dotes culinários este fim de semana?"

Um pouco depois ela respondeu.

Liv: "Droga, meu vizinho não é um velho raivoso, mas é um oportunista. Pra sua sorte eu gosto muito de cozinhar."

Bruno: "Essas refeições só me dão vontade de ir pra sobremesa"

Liv: "Igual hoje de manhã?"

Bruno: "Não, muito melhor"

Sob Sua VigilânciaWhere stories live. Discover now