CAPÍTULO 1.

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P.O.V Narrador.

Nichollas sempre foi alguém calmo e introvertido. Tinha cabelos pretos ondulados, olhos vazios que não demonstravam nenhum sentimento, e também tinha uma pele branca que roubava toda a luz do ambiente.

Já Max, sempre foi uma pessoa fria e com poucos amigos verdadeiros. Tinha seus cabelos ruivos e extremamente lisos o que fazia todos acreditarem que ela usava químicos nele. Mas, diferentemente dos outros, Max odiava seu cabelo e nunca o deixava solto. Tinha olhos verdes como um gato e sua pele era bem bronzeada já que amava tomar sol.

Santa Mônica, February 22  - 2022.

P.O.V Max.

Eu estava dançando na pista de dança de uma boate com meu irmão mais novo quando ouvi um homem me chamar. Eu não sabia seu nome ou sua idade, mas como havia tomado quase quatro garrafas de cerveja, decidi ir até ele sem pensar muito.

Falei para meu irmão que iria ir ao banheiro como desculpa. Para minha sorte, ele não desconfiou de nada e não quis ir atrás de mim. Andei até lá bem devagar já que eu estava extremamente desnorteada por conta do álcool.

Cheguei bem próxima do homem e o perguntei o porquê de ele ter me chamado sendo que nós nunca nem sequer havíamos se visto.

— Não tem um motivo especial. Eu só achei você muito bonita e fiquei com vontade de "conhecer" seu belíssimo corpo, se é que você me entende...

Falou o homem com um sorriso malicioso no rosto.

— O quê?! Eu nem se quer te conheço.

— E isso importa? Hoje, realizamos nossas vontades. Amanhã, fingimos que nunca nem sequer nos vimos.

— Sem chance! Eu não sou qualquer puta que você pode usar, seu tarado!

— E você acha que tem escolha?

Não sei bem o que aconteceu, só sei que acordei deitada em uma cama completamente nua e com aquele homem passando a mão em mim.

— Nem adianta mentir. Sei que está amando isso.

Falou dando vários tapas fortes na minha bunda.

Eu simplesmente não sabia como reagir. Sei que se eu tentasse gritar ninguém iria me ouvir com aquela música alta, e se pedisse para ele parar nada ia mudar a não ser deixá-lo irritado. Só me restava aguentar.

Quebra de tempo.

Eu não tinha noção de tempo mas tinha certeza que horas já haviam se passado. Não aguentava mais ficar ali, até que finalmente ele parecia ter se "cansado" de me abusar.

— Ah, isso foi extremamente bom gatinha. Não teve tanta graça já que você não reagiu em nenhum momento, mas com certeza você é a garota mais gostosa que já comi há muito tempo.

Ele saiu da sala me deixando sozinha. Eu me senti suja naquele momento. Peguei minha roupa que estava no chão e me vesti.

Olhei meu celular e era exatamente 2:22AM. Antes de conseguir pensar em sair da sala escutei um barulho exageradamente alto de tiro e gritos vindo do lado de fora.

Fiquei tão desesperada que não consegui sequer pensar no que fazer. Peguei minha bolsa e fui procurar uma forma de sair. Como eu estava em um lugar completamente desconhecido e não tinha a menor ideia de onde ficava a saída, tive que me arriscar já que se esconder não era uma opção.

Abri a janela que tinha na sala que eu estava para ver se era possível executar um pulo para fora. Mas para meu azar, ela dava direto para um beco sem saída. Abri uma greta pequena na porta mas grande o suficiente para ver que a poucos passos de distância havia uma saída de emergência.

Sem pensar duas vezes decidi me arriscar e fui até lá correndo. Desci as escadas o mais rápido possível até sair daquele lugar. Após poucos segundos fora da boate, liguei instantaneamente para a polícia.

Chamada on.

Max: Boate Senator Jones, está tendo um massacre.

Polícia: A polícia está a caminho. Você se feriu? Tem alguém com você?

Max: Eu estou bem, estou sozinh- Meu irmão!!

Chamada off.

Coloquei meu celular na bolsa e sem pensar entrei correndo na boate. O lugar estava completamente silencioso, o único barulho era os disparos da arma. Vi vários corpos caídos no chão mas não conseguia achar meu irmão em lugar algum. Fui procurá-lo no banheiro masculino enquanto ficava cada vez mais preocupada.

O banheiro estava trancado então dei um chute para arrombar a porta. Havia várias pessoas se escondendo no banheiro mas nenhuma parecia ser meu irmão.

Eu estava saindo do banheiro completamente sem esperanças quando escuto um grito familiar. Eu sem dúvida reconheci aquele grito... Tinha certeza que era meu irmão.

Corri para o lugar de onde ouvi o grito e.. Encontrei meu irmão no chão sangrando muito. Eu não consegui conter minhas lágrimas ácidas de caírem e molharem todo meu rosto.

Peguei ele no colo e comecei a correr até a porta de saída.

Estava tudo indo bem, até que.. Ouvi um último tiro seguido de sirenes de polícia. Eu não entendi bem, só senti algo em minha perna e uma dor terrível. Sim, era uma bala. Eu havia acabado de tomar um tiro na perna.

A dor era tanta que não consegui suportar e desmaiei. Lá estava eu, desmaiada em cima de todo aquele sangue no chão da boate, com a única pessoa de confiança que eu tinha morta em meu colo.

P.O.V. Nichollas.

No meio de todos aqueles cadáveres ficando frios, pálidos e cobertos por sangue, eu avistei uma garota ruiva que ainda estava respirando. Havia uma criança em seu colo mas, que infelizmente já não respirava mais. Fui até ela e tentei a acordar.

— Ei, ruivinha, acorda se quiser ficar viva.

Mexi com o dedo em sua bochecha já que era o único local que não estava com sangue no meio daquele mar vermelho. Assim que percebi que ela não estava acordando, a separei do pequeno que ela segurava, tirei minha camisa e a pressionei no lugar do ferimento para estancar o sangue. Peguei a garota no colo e fui até os policiais.

— Boa noite, senhor. Esta garota está ferida, mas ainda está respirando. Poderia levá-la ao hospital? Caso for muito incômodo, posso levar eu mesmo.

Disse a ajeitando em meus braços já que estava escorregando pela quantidade de sangue.

— Leve-a daqui e vá até o hospital mais próximo. Estamos no meio de uma investigação.

O policial parecia não ligar para aquilo. ele estava tirando o dono do estabelecimento daquele local mas não dei muita atenção para isso.

— Farei isso, obrigado pela atenção.

Saí andando vagarosamente dali, indo em direção ao hospital que era mais ou menos a um quarteirão de distância da boate.

Assim que cheguei, fui até a recepção com uma feição meio eufórica.

— Com licença, ela precisa entrar urgentemente! Ela tomou um tiro na perna graças a um massacre que acabou de presenciar.

Olhei no fundo dos olhos da atendente, que pareceu meio assustada.

— Os médicos irão chegar em um segundo! Não deixe esse ferimento piorar.

Disse a atendente tentando não olhar para aquela situação.

— Obrigado!

Assim que respondi a mulher, os médicos apareceram com a maca, colocando a garota sobre ela e a levando do local.

— Fez um ótimo trabalho! Pode deixar que vamos cuidar dela daqui pra frente.

Disse um dos médicos.

— Obrigado, de verdade.

Saí dali ficando na sala de espera, até receber notícias da garota. Eu estava meio ansioso; o ferimento parecia profundo.

— Espero que dê tudo certo.

Pensei alto naquela sala gelada e vazia.

Serial Killer 22 Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon