grávido?!

único

Mu Qing estava cansado. Sua saúde estava uma porcaria nos últimos dias, ele já havia enjoado, vomitado e tonteado. Sua cabeça também estava uma porcaria, ele gritara com Pei Ming durante uma conversa sobre as cores dos robes de uma deusa civil que atravessara seus caminhos, ele xingara aos quatro ventos por um adorno de cabelo quebrado e chorara por uma brincadeira envolvendo casamento que Feng Xin fizera. Agora, ele estava deitado em sua cama, em seu palácio, enquanto esperava, impacientemente, que o estúpido que tanto amava chegasse com Sua Alteza e Chuva de Sangue Atingindo uma Flor. Sua cabeça doía como o inferno pelo estresse dos últimos dias.

Demorou apenas mais um pouco para que a porta de seu quarto se abrisse, revelando o casal de recém casados e o estúpido que chamava de namorado. Ele ergueu o pano molhado que colocara sobre seus olhos, encarando os três, as expressões preocupadas de Feng Xin e Xie Lian, e a de Hua Cheng, que exalava ironia e divertimento. Mu Qing se sentiu tentado a vomitar no pé alheio por pura birra.

— A-Qing! Você está melhor? – Feng Xin se aproximou, sentando na borda da cama.

— Não fala comigo, Feng Xin, ainda tô bravo. – resmungou, revirando os olhos.

— Mu Qing, você ainda tem as pílulas que você comprou na sua última visita? – Xie Lian perguntou relutante, fazendo uma expressão desconfiada surgir no rosto do general, principalmente depois que o rei fantasma se aproximou pelo lado contrário ao que Nan Yang estava e tomou-lhe o pulso entre os dedos.

Mu Qing ainda lembrava da tarde estranha no Reino Fantasma, na cidade de Hua Cheng. O fantasma havia saído para resolver algo, então Sua Alteza o chamara para tomar um chá na Mansão Paraíso e dar uma volta pela cidade. Foi durante essa volta que passaram por uma barraca onde se vendiam remédios produzidos pelos fantasmas. Havia todo tipo de unguento, ervas, pílulas, entre outros, mas o que chamou a atenção de Xuan Zhen foram as "pílulas da calmaria". Ele parou o olhar apenas por um momento, mas foi o suficiente para o vendedor, um fantasma animado ao ver Xie Lian ali, os puxar para ver melhor os produtos.

— Venha, venha! Vi que o senhor parece interessado nas pílulas da calmaria! O senhor é amigo do tio? – sorriu, pegando uma das pílulas e estendendo na direção alheia – Prove, prove! Garantido que acalmará todos os estresses, conserta até mesmo os piores temperamentos.

— Tio? – Mu Qing questionou, encarando o príncipe ao seu lado, que deu um sorriso curto, coçando a nuca.

— Longa história. – ele pegou a pílula das mãos do vendedor, girando-a entre os dedos e analisando -- Não parece mau.

— É mesmo garantido? – o general dirigiu o olhar desconfiado do medicamento para o vendedor, que sorria com expectativa. 

— Ora, claro que sim! Se não funcionar, devolvo todo seu dinheiro! – Mu Qing assentiu, torcendo o lábio por um momento, analisando – Bem, sendo assim, vou levar.

— Sim, senhor! – ele sorriu animado, estendendo o frasco de vidro com as pílulas na direção alheia, então recebendo as moedas com o valor correspondente.

Enquanto ele contava distraidamente as moedas, os dois fizeram menção de sair, mas ele se virou alarmado, segurando a manga das vestes de Xie Lian. Os dois oficiais celestes o encararam surpreso, ele engoliu em seco por um momento, parecendo igualmente surpreso com a própria ação. O fantasma deu dois passos para trás, soltando o tecido branco no processo.

— Bem... Eu tenho algo para entregar. – acenou com as mãos para que esperasse, correndo para trás do balcão e pegando um segundo frasco, logo estendendo para Xie Lian.

O rosto do deus ficou um tanto corado, o que não passou despercebido por Mu Qing, mas não ousaria perguntar tão indiscretamente ali. O frasco era exatamente igual ao que o próprio recebera, com pílulas brancas, semelhante as que tinha comprado, dentro. O que é que aquelas poderiam fazer para deixar Sua Alteza tão constrangido?