#04

69 8 8
                                    

KOKONOI.

Vou em direção ao quarto da garota batendo na porta, mas não obtendo nenhuma reação. Entro no quarto e a vejo seminua se olhando no espelho.

Seu corpo era delicado e parecia frágil, paro pra reparar um pouco e tinha algumas marcas quase imperceptíveis se não fosse pela quantidade de roxos.

Fiquei tanto tempo a analisando que nem percebi a garota me olhando desesperada.

Ela pega uma toalha e se enrola me olhando, seu rosto estava vermelho e seu olhar continha pavor.

Então pergunto:

— Quer que eu saia ? — Digo e ela assente freneticamente.

Saio e fecho a porta sentindo minhas bochechas queimarem e vou para a cozinha.

Alguns minutos depois ela desce com um uniforme escolar.

— Come algo pra não desmaiar na aula. — Jogo uma maçã e ela pega. Por pouco não acertou em seu rosto.

Ela faz uma reverência em agradecimento sem me olhar. Me senti irritado por isso, mas deixei pra lá.

Ela acena ainda sem me olhar e sai.

Não paro de pensar em seu corpo frágil. A vontade de a ter entre meus dedos é incontrolável. Essa garota realmente está mechendo comigo e não é por causa da Akane.

Pra falar a verdade, eu estava a superando, até o dia que ela passou por aquela porta.

Assim que seus olhos azuis como um cristal encontraram os meus...

Suspiro, e bebo um gole de café, indo em direção a mochila, a pegando e saindo.

Entro dentro do carro e dou partida para a escola.

Primeiro dia de aula sempre é um pé no saco, ainda bem que estou no último ano do ensino médio. Papai me disse que ela iria estudar na nossa escola as custas dele.

Lembro da noite passada onde ela me viu com Yuzunha e uma onda de vergonha e um sentimento de perda me toma por completo.

Balanço minha cabeça em negação. Por que diabos só sei pensar nessa garota ?! Eu vou ter ela, nem que seja a última coisa que eu faça. Nem que seja um beijo.

Desacelero o carro ao ver ela andando e buzino.

A garota assustada rapidamente me olha e solta um suspiro. Ela é realmente estranha, parece que está sempre assustada com tudo.

Chamo ela pra uma carona e ela entra no carro. Assim que eu me viro vejo ela entrar pela porta de trás e faço uma cara de indignado.

Meu deus que garota sem noção.

Me viro e dou partida.

Descemos já na porta da escola e vejo seu rosto que transparêcia incômodo extremo. Ela tira um pirulito e põe na boca. Solto um sorriso sacana ao pensar besteira.

Assim que eu ia entrar na sala me bato com alguém, era ela. Ah, então somos da mesma sala ? Que piada.

— Achei que era mais nova. — Digo e ela me olha e balança a cabeça em negação.

Entramos na sala e me sento ao lado de Inui.

Ela se senta na última cadeira do outro lado da sala, sozinha.

Presto atenção na aula e aquela velha só sabia falar baboseira.

Ela começa a escrever no quadro e eu até tento entender o que tá lá, mas é impossível com minha miopia.

A terceira aula termina e vamos direto para o recreio, mas Akane nem se mexe.

Ela abaixa a cabeça e começa a brincar com seus próprios cabelos.

Eu ia a chamar, mas imaginei que não aceitaria.

Saio para o recreio e começo a andar pela escola.

Yuzunha chega até mim e fala:

— E aí, conversou com a garota ? — Ela diz e Inui me olha sem interesse algum.

— Não, mas fica de boa, ela não fala e
Taiju não vai saber de nada. — Digo e ela solta um "Ah" e sai.

O recreio acaba e eu entro na sala e não tinha ninguém ainda. Acho que é por que eles foram pra quadra por não ter professor nesse horário hoje.

Olho diretamente pra Akane que dormia levemente como um anjinho.

Sento ao lado dela fazendo ela se assustar com o barulho da cadeira.

— Ei! Te assustei ? — Digo rindo pela sua expressão fofa.

— N-não. — Ela diz baixinho e eu arregalo os olhos juntamente com ela que me olhou com as mãos na boca.

Sua voz era doce e baixa, muito gostosa de escutar.

— Q-que bom! — Digo ainda impressionado.

Ela fita a mesa com as bochechas vermelhas.

— E aí, conseguiu fazer as atividades ? — Pergunto e ela assente me mostrando seu caderno com as anotações. — Por que não entrega a professora ? Pode perder ponto por isso, sabia ?

Digo e ela me olha.

O sinal toca para a próxima aula e me levanto, alisando seus cabelos.

Volto pra minha cadeira e a olho com um sorriso que é retribuído.

[...]

Chego em casa a noite e a vejo na cozinha olhando a geladeira.

Ela rapidamente me olha e eu tenho uma ideia. A oportunidade perfeita.

— Akane, vamos fazer uma pizza ? — Digo e ela assente. Seu olhar parecia empolgado. — Pega os ingredientes.

Digo e ela pega os ingredientes que eu digo.

Enquanto a massa pré-assava a gente desfiava o frango.

Sujo seu nariz de farinha e solto uma risada fazendo ela rir também, e sua risada era tão graciosa quanto ela.

Paramos por um segundo e olho em seu rosto analisando ele.

Seu rosto angelical sujo pela farinha, seus cabelos alinhados, seu rosto vermelho pela risada. Meu autocontrole erra o caminho e meus lábios vão de encontro ao seus que por um milagre divino correspondeu ao meu beijo. Pego em sua cintura a puxando pra mim e escorando ela ao mármore na cozinha.

Seus lábios eram doces e seu rosto possuía um tom pastel avermelhado.

Sorrio contra o beijo e a garota se tornou receosa ao contato, mas eu alisei suas costas com cuidado e a garota tocou suas mãos frias em meu rosto.

Trago ela mais pra perto e mordisco seu lábio inferior.

Minha mão ia descendo, até eu recuperar o controle e me afastar ofegante.

Meus olhos transmitiam desejo e luxúria, igualmente aos dela.

— E-eu f-fiz algo de e-errado ? — Ela diz quase em um sussurro.

— Não! Eu apenas.. — Lembro da pizza e rapidamente olho para o forno. — Merda!

Vou até o forno e o desligo rapido.

Assim que eu ia pegar o pano de prato escorrego no plástico da farinha indo de encontro ao chão e a puxando junto, na intenção de me segurar que não funcionou.

— Ah merda!

Continua...


You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Dec 09, 2023 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

IMMORTAL SHE/ KOKONOI HAJIME Where stories live. Discover now