Capítulo 14

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8 meses e 26 dias após o blip

    Se não soubesse que era apenas um bebê que carregava, ela diria ser pelo menos três. Estava sentada na poltrona do quarto de Lizzie, com um banco em baixo de seus pés e uma pilha de roupinhas no colo. Ela usava seu poder para dobrar as roupas e guardá-las nas gavetas. Ao fundo conseguia escutar a música que Bucky ouvia no andar de baixo. Algum rock antigo que ele as vezes se empolgava e acabava cantando junto.
     Depois da briga que tiveram e ela parar no hospital, nunca mais ele tocou no assunto sobre os dois. Embora as vezes pegasse ele olhando pra ela de forma diferente, não como antes. As consultas com a doutora Parker realmente estavam ajudando. Havia exatamente 3 semanas que não chorava por Steve. Nem mesmo quando Grace lhe deu uma caixa com macacões com o símbolo dos vingadores, e um deles era o escudo de Steve. Ela amou o presente e já imaginava a menina usando. Em poucas semanas ela estaria em seus braços, por isso tentava adiantar algumas coisas que não havia feito ainda. Como lavar e guardar tudo dela.

   - E então como está indo aqui?- Bucky surgiu na porta, cruzando os braços e se encostando no batente da porta. - Ainda falta muito?

  - Não. Só essas e eu acabo. - ela então o olhou. - O que está fazendo lá em baixo? O cheiro está ótimo.

  -Torta de frango da mãe do Sam, ele tinha me dado a receita.

  - Ah, que saudades dele!- disse melancólica. - Ele ia amar ver você cozinhando.

  - Ele ia tirar sarro de mim, isso sim.

  - Por que diz isso?- ela movimenta os dedos guardando a última peça de roupa e volta sua atenção para ele.

  - Sou praticamente um dono de casa. Faço compras, saímos pro médico, vemos filmes até tarde porquê você não consegue dormir e ontem eu passei quase o dia inteiro na cozinha tentando fazer o bolo de banana que você queria.

   - Mas eu não pedi bolo de banana. - ela o olhou confusa.

  - Não, mas quando passamos em frente a padaria ontem você disse que era cheiro de bolo de banana e que adoraria um. - ele descruzou os braços e entrou, se sentando no chão.

  - Está com saudades das missões não é? Talvez não deveria ter largado tudo por mim.

  - Não vai me mandar embora de novo, né?

  - Não, seu idiota. Só estou falando que quando veio me ver não imaginou que ficaria nessa situação comigo. A gente fala muito de mim, mas nunca de você.

  - Você é mais interessante .

  - Tô falando sério. Você pegou uma responsabilidade que não era sua, isso pode te sobrecarregar também.

  - Eu não me arrependo de nada. Faria tudo igual. Deixar você sozinha não era opção, só seria se você estivesse bem na época.

  - Eu nunca perguntei... mas por que veio atrás de mim?

  - Estava preocupado com o seu sumisso. - ele demorou um pouco e falou em um tom mais baixo. - E com saudades também.

  Ela sorriu. Realmente havia conquistado o coração do soldado.

  - Você é incrível, Bucky. Quem diria que tinha o coração tão grande, por trás de todo esse vibranium. - ela disse, o fazendo rir.

  - Se tivesse  me conhecido nos anos 40, com certeza teria gostado de mim.

  - Eu gosto de você.

  Ele a olhou por alguns segundos e se levantou rapidamente.

  - Acho que devemos jantar fora essa noite. Em breve não sairemos mais de casa, por um longo, longo tempo.

  - Eu concordo. Acho uma boa ideia. Mas agora que tal me tirar dessa poltrona? Tenho a impressão de estar presa nela.

  Bucky riu e se aproximou segurando as mãos dela e a puxando devagar, para que se levanta-se.

  - Prontinho, bolo fofo.

  - Vai começar com os apelidos pelo meu tamanho? Eu vou deixar de sair!

  - Brincadeira, você está a grávida mais linda dessa Cidade.

  - Da Cidade?

  - Do país. Melhor assim?

  - Bem melhor. Agora já pode me soltar. - ela sorri olhando ele soltar suas mãos. - Vamos descer, estou louca pra provar sua torta de frango.

                     {...}

  Tudo que colocava a fazia se sentir um balão de ar. Não tinha muitas opções que coubessem nela, mas até que um vestido verde musgo com um decote em V a deixo bonita. Seus seios estavam maiores então as vezes tinha medo de pularem por cima da roupa. Ajeitou as mangas do vestido e deu uma última olhada no espelho, antes de sair do quarto.
    No andar de baixo, Bucky a esperava com um arranjo de tulipas. Assim que a viu descer as escadas, se aproximou e pegou sua mão, a ajudando a descer.

   - Comprei pra você. Pode colocar no seu quarto ou aqui na sala. - disse lhe entregando as tulipas.

  - São as minhas favoritas. - ela sorriu, levando elas até o nariz e inalando seu cheiro suave. - Você comprou ou arrancou do jardim da frente?

  - A segunda opção. - ele sorriu pegando as tulipas da mão dela e pondo em cima do balcão da cozinha. - Senhorita?

  Ele estendeu o braço pra ela, que sorriu e enlaçar seu braço no dele.

  - Onde vamos?

   - Mark me indicou um restaurante na Cidade vizinha. Vai valer a pena a viagem, eu prometo.

  - Tudo bem. Confio em você. - ela disse caminhando com ele pra fora da casa.

  - Falar nisso, confie em mim quando digo que está linda essa noite.

  - Pareço um balão. - ela fez uma careta.

  - Um balão lindo. - disse abrindo a porta do carro pra ela. - Agora vamos, temos que aproveitar antes da Lizzie chegar.

Desertores Part 2Where stories live. Discover now