O Caça dragões

Capítulo 12

Com a dissipação das nevoas, o silêncio se instalou sobre o campo de batalha, revelando o resultado amargo da luta contra Gor'thak. O gorila gigante, derrotado, havia desaparecido nas sombras, deixando para trás um vazio triste. A aliança entre Sir Alistair, Altharion e os dragões, uma vez tão poderosa, agora experimentava a melancolia da perda.

Ao olhar em volta, Sir Alistair viu os dragões alados, cansados e feridos, e sentiu um aperto no coração. A batalha tinha cobrado seu preço, e muitos dos aliados que o cavaleiro do fogo considerava amigos estavam caídos. Cada dragão representava uma história de coragem e sacrifício, uma lembrança de batalhas compartilhadas.

Em meio aos lamentos silenciosos, um sopro suave de vento trouxe consigo um leve murmúrio nas nevoas. Para a surpresa de todos, Gor'thak não havia desaparecido completamente. Sua forma fantasmagórica emergiu das sombras, não como um inimigo, mas como um espectro resignado.

Gor'thak, agora privado de sua força anterior, falou com uma voz calma e profunda. Ele revelou sua verdadeira natureza: um ser atormentado pelo desejo de redenção, uma criatura que ansiava por encontrar paz após uma existência marcada pela solidão e pela ferocidade. Sua derrota não representava apenas o triunfo da aliança, mas também a libertação de um espírito atormentado.

Em um ato de compaixão, Sir Alistair, Altharion e os dragões aliados decidiram não infligir mais sofrimento a Gor'thak. Em vez disso, ofereceram-lhe uma oportunidade de redenção. Juntos, formaram um elo simbólico que transcendia as diferenças e marcava o fim de uma era de batalhas.

Gor'thak, agora livre de sua forma física, desapareceu nas nevoas, deixando para trás uma sensação de tristeza e, ao mesmo tempo, uma esperança de que mesmo os seres mais ferozes podiam encontrar paz no final. Sir Alistair, com um olhar para o horizonte, compreendeu que cada batalha, cada sacrifício, contribuía para um ciclo eterno de perdas e renascimentos.

A história do cavaleiro do fogo, marcada por dragões, sombras e alianças improváveis, tornou-se uma narrativa que misturava tristeza e esperança. O reino, apesar das lágrimas derramadas, encontrou consolo na compreensão de que, mesmo nas batalhas mais sombrias, a luz da redenção podia brilhar. Sir Alistair, com o coração pesaroso e, ao mesmo tempo, cheio de gratidão, voltou para a capital, carregando consigo as lições de sua jornada e a promessa de proteger o reino com coragem e compaixão. A lenda do cavaleiro do fogo, agora temperada pela tristeza e pela redenção, continuaria a ecoar por gerações, inspirando aqueles que ouviam a história a encontrar significado até mesmo nas sombras mais profundas.