Capítulo Quatro

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Soobin

PEGUEI MINHA MOCHILA às pressas e calcei o tênis com rapidez, sai de minha casa e estiquei meus braços o suficiente para algum táxi parar, estava atrasado para uma palestra que faria em uma escola em uma cidade próxima. É como uma aula de escrita, era uma oportunidade boa, mas eu tinha que chegar cedo no local.

Entrei e me senti à vontade no banco de trás, ao meu lado estava uma grávida, tinha também uma bolsa grande no acento ao lado do motorista, logo entendi ser da mulher por conta dos ursinhos desenhados em azul.

Meu celular apitou com uma mensagem de Yeonjun:

"—Oh Soobindo, cadê você? Tá achando que é o aluno pra furar aula?! Venha logo!"

"— estou no táxi, chego aí daqui a pouco."

—Senhor, vai demorar muito para chegar no hospital?_ A mulher olhava para fora da janela, vendo os carros passando, enquanto ligava para alguém no telefone.

—Um pouco, acho que tem alguma coisa lá na frente._ O motorista parou o carro, havia muitas pessoas na pista impedindo a passagem.

—O que tá acontecendo?_ Sai do carro e vi um montoado de pessoas, havia um carro da polícia chegando por outra rua juntamente com uma ambulância. Algo muito de ruim estava acontecendo.

—Eu não posso esperar._ A mulher começou a suar no banco, tenho quase certeza que estava entrando em trabalho de parto, o que me deixou nervoso por ela.

—É melhor ficar aí._ Fechei a porta do carro e caminhei alguns passos para ver o que estava rolando.

—Vá para trás!_ Ouvi alguém dizer, como sou alto, consegui ver o homem fardado apontando a arma para alguém. Eu detestava briga, odiava todo tipo de discussão, e aquela situação me deixou com um aperto no peito.

O policial falava com um homem de baixa estatura, estava de costas, não fazia a menor ideia do porquê estavam apontando a arma para ele, mas com certeza tinham um motivo plausível.

O homem se virou, dando a visão de sua pele estranhamente podre com veias saltando, dentes tortos e uma ferida enorme em seu ombro esquerdo, parecendo uma mordida, sua aparência horrenda me fez ter arrepios, que merda aconteceu com esse cara?

—Mas que-_ Não acabei de falar e o homem atacou o policial com tudo, jogou o maior no chão e parecia estar mordendo ele ferozmente, os outros oficiais começaram a atirar, fazendo as pessoas se afastarem do local. Mas os tiros não parecia ter resolvido muita coisa, porque o homem estranho se levantou com a boca cheia de sangue, seu corpo agora estava com os furos das balas.

Todo mundo corria para o lado oposto, e eu fiz o mesmo.

—Acelera!_ Joguei a bolsa para trás e  sentei ao lado do motorista, a mulher atrás já gritava de dor._ ACELERA!_ Gritei com ele que parecia estar em choque. O carro acelerou com tudo, desviando daquele homem que mastigava a carne do policial como se fosse uma carne saborosa_ provavelmente o sangue era o molho_.

—Que porra tá' acontecendo?_ O senhor tremia com as mãos no volante, ainda conseguimos ouvir carros batendo um no outro atrás de nós._ Ele mordeu o policial mesmo?!

A mulher atrás de nós soltou um grito.

—Ei, calma, tá tudo bem._ Segurei sua mão, ela não pensou duas vezes em aperta-la com força._ Qual o seu nome?

—Sieun._ Se esforçou para dizer antes de soltar outro grito de dor.

—Sieun, fica calma okay? Já estamos chegando no hospital._ Consegui vi a placa ao longe, nesse momento, nossos celulares apitaram.

Era um aviso do governo.:

"Atenção.

Isso não é um teste.
O laboratório Nacional de Daejeon acaba de anunciar que seu experimento desta madrugada não foi efetuado com sucesso. Alertamos às pessoas que fiquem em casa, fomos comunicados sobre pessoas descontroladas nas ruas, mordendo e matando vítimas. Não sabemos o porquê isso está acontecendo, mas fique em alerta, essa doença pode se tornar uma epidemia, e foi confirmado que é infecciosa, através de mordidas e provavelmente arranhões.

Pedimos que fiquem calmos e fiquem atento aos comunicados.

Atenciosamente, Prefeitura da Coreia"

[...]

Em dez minutos, conseguimos chegar à tempo no hospital, nesse momento, ela já estava sendo atendida.

Meu telefone começou a tocar.

—Alô?

—Soobin, cadê você? Tá todo mundo te esperando_ Yeonjun falava um pouco baixo na outra linha.

—Cara, tá acontecendo alguma coisa. Um cara mordeu um policial no meio da rua._ Comecei a andar de um lado para o outro, e a movimentação na entrada estava estranha.

—Mordeu? Tipo mordeu mesmo? E ele foi preso?

—Yeonjun, escuta!. Parece que é uma doença infecciosa, você não recebeu o e-mail?!_ Perguntei meio alterado, comecei a ficar nervoso, olhei para o meu lado e tinha uma enfermeira com o rosto virado para a parede._ Espera um momento._ Afastei o telefone do ouvido e toquei de leve no ombro dela_ Você está bem?

—S-sede._ Sua voz soou baixa, mas ainda sim consegui ouvir.

Quando ela se virou, percebi seu ouvido sangrando e seus olhos estavam estranhos, o que fez me afastar rapidamente.

Isso não é bom.

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846 palavras

   𝐓𝐡𝐞𝐫𝐞 𝐚𝐫𝐞 𝐌𝐨𝐧𝐬𝐭𝐞𝐫𝐬 𝐀𝐫𝐨𝐮𝐧𝐝 𝐇𝐞𝐫𝐞 | Soolia  حيث تعيش القصص. اكتشف الآن