Capítulo 08 - Consequências

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– Não posso acreditar que eu fiz tudo isso Adam, isso é demais. Diz por favor que você está brincando...

– Gostaria de dizer isso, mas temo que não posso fazer isso...

– Adam, eu... Sinto muito.

– Tudo bem...

– Não está! Olha como você está, olha o seu estado! Isso não faz sentido! Eu não deveria fazer isso com você...

– Na realidade acho que faz sentido demais.

– Não te entendo.

– Pensa comigo. Se você conseguisse me matar, o que aconteceria com você?

– Provavelmente entraria numa bola de tristeza e nunca mais sairia de lá – falo sentindo uma pontada em meu coração.

– Exato. Era assim que seu outro lado queria que você se sentisse. Se aproveitaria da sua fraqueza e tomaria conta de seu coração.

– Mas isso é tão errado, até para a minha maldade...

– Também estou surpreso o quão longe a sua maldade iria, mas ela o faria. Sei que sim.

– Desculpe pelo o que eu disse pra você Adam. você sabe que eu não queria falar realmente aquilo não sabe? Era só um meio de te magoar e fazer com que você baixasse sua guarda.

– O que eu acho o pior de tudo é que eu acho que você realmente pensa aquilo.

– Adam eu não pen... – ele me interrompe, levantando a mão e toca suavemente meu rosto. Seus dedos param em cima de meus lábios.

– Não acredito que você pense assim agora. Mas se o pensamento não tivesse passado pelo menos uma vez por seu coração, acredito que não haveria como sua outra metade falar isso...

Suas palavras me surpreendem e me calam. Ele tinha razão. Já passou pela minha cabeças pensamentos malucos como aquele, onde eu não era digna do amor dele e ele não era digno do meu.

Mas isso foi o que parece ser uma eternidade toda atrás. Agora tudo o que eu posso pensar é como eu o amo e como eu posso ter estragado tudo entre nós por conta desse meu lado. Dessa minha escuridão.

– Está tudo bem Meg. Eu me dou o crédito de achar que eu te conheço bem ao ponto de saber que você não mentiria seus sentimentos por mim. Sei que agora você não pensa assim. Mas eu tenho razão não tenho?

– Um pouco... Adam, isso faz tempo, foram somente dúvidas bobas que pareciam ter um pouco mais de sentido na época... Mas agora não são nada.

– Mas isso ainda te assombra. Você ainda guarda esse medo, essas dúvidas dentro de você e elas ainda tem voz.

– Todo medo tem voz Adam. Só nos resta decidir se o escutamos ou não... E eu não escuto mais uma palavra dele.

– Talvez você não devesse ignorar o seu medo...

– O que você quer dizer com isso?

– Se o medo me ensinou alguma coisa de útil Meg é como podemos nos proteger. Ele nos ajuda a sair de algumas situações que parecem ser impossíveis.

– Mas no que o medo pode me ajudar agora? Em nada. Se no mais, só vai me atrapalhar, nublando algumas decisões que eu terei que tomar.

– Você não sabe disso... – ele fala afastando seus olhos dos meus.

Aquilo parece ter quebrado alguma coisa dentro de mim. O modo que o Adam desviava de mim, sempre que eu tentava aproximar minha mão da dele, como ele evitava me olhar por muito tempo, sempre olhando para todos os cantos daquele quarto, menos para mim. Aquilo estava me virando do avesso.

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