Juramento.

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Capítulo 7.

Gulf estava com os cabelos mais longos, presos para trás. Ele usava roupas revestidas com madeira e couro preto, seu rosto tinha pinturas vermelhas de batalha, seus olhos amarelos estavam opacos e frios.

Gulf olhou para cada um dos humanos sem mudar sua expressão rígida, mesmo quando chegou a Mew, seus olhos continuavam inexpressivos.

— Gulf — Mew chamou, sua voz sôfrega e necessitada.

Mew tentou se aproximar, mas no primeiro passo que deu os guerreiros gritaram, mandando-o se afastar.

— É tudo culpa de vocês — Gulf falou com desprezo — Mild vai decidir o que faremos.

— Gulf, espera — Mew tentou, mas os Waanjai já estavam os empurrando — Eu trouxe isso aqui.

Mew levantou a lança dourada, atraindo a atenção de Gulf e fazendo sua expressão mudar pela primeira vez, até os outros Guerreiros pararam de empurrá-lo. Todos sabiam o significado sagrada de quem empunha a lança.

Gulf saltou de Hazard e caminhou a passos pesados até Mew, atravessando o grupo de Guerreiros que os separava. Porém, quando tentou pegar a lança, Mew a afastou.

— Vamos conversar — Pediu.

— Não, vou levá-los até Mild, converse com ele — Gulf insistiu — Agora me dê isso.

Eu preciso falar com você — Mew insistiu, afastando a lança novamente — Gulf, por favor.

Eles começaram uma espécie de briga, com Gulf tentando agarrar a lança e Mew se afastando, evitando que ele pegasse. Os Guerreiros abriam espaço para eles continuarem aquela dança sem atrapalhar.

Mew sabia perfeitamente que Gulf poderia derrubá-lo e pegar a lança sem dificuldade, ou atingi-lo com algum golpe, mas Gulf não o fazia, apenas tentava agarrar a lança com velocidade, sem precisar machucá-lo ou algo semelhante.

Era isso que motivava Mew. Aquela esperança de que, mesmo com tudo que vinha acontecendo, Gulf não o machucaria. Decidiu parar de se afastar e esperou. Quando Gulf investiu para pegar a lança novamente, Mew o puxou, colando seus corpos em um abraço.

Gulf não se moveu por um longo instante, não sabendo como reagir, sua mente em branco. Sabia que precisava se afastar, que deveria odiar Mew e toda sua equipe, mas não conseguia. Precisou lutar e sufocar qualquer vontade que pudesse surgir, ele agarrou a lança, que estava ao seu alcance, e se desvencilhou do abraço.

— Não faça mais isso! — Ordenou com raiva — Não me toque ou se aproxime de mim.

Ele se afastou com passos rápidos, montando em Hazard e disparando pela floresta.

Havia tanta dor em sua voz, em seus olhos, que toda a força de Mew parecia ter sido drenada, seus joelhos fraquejaram e ele queria correr atrás de Gulf a pé, mesmo sabendo que era impossível alcançar Hazard.

Não podia deixar as coisas daquela forma, precisava explicar o que havia acontecido, que não era sua culpa, que estava ali para ajudar. Precisava dizer tudo isso para ele.

Os waanjai o cercaram novamente e começaram a guiar o grupo em direção à cidade Waanjai. O caminho já era conhecido por eles, mas somente a sensação de fazê-lo novamente dava um ar quase tão mágico quanto na primeira vez.

Mas bastou se aproximarem que foi fácil notar a diferença e o encanto ficou para trás.

Nas árvores ao redor, olhos brilhavam, Guerreiros monitorando a área. Porém, o mais radical com certeza era o grande e alto muro que cercava a cidade. Parecia ter sido feito de árvores recém-plantadas, porém, era somente olhar de perto e ele se assemelhava mais a raízes.

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