Saber começar é quase tão complicado como terminar. São ciclos infinitos de finais e recomeços nos quais já me perdi há algum tempo.
Hoje choveu tanto por aqui e não tive como te contar. Sei que não irias querer ouvir, mas seria bom te contar. Na verdade, quando não está por perto, sempre chove, talvez mais em mim.
Eu sempre tentei entender todas as coisas, tentei entender ainda mais você. Do começo ao fim, percebo agora que tudo era apenas eu. Então, choveu mais uma vez, talvez mais em mim.
Acordei cedo e pensei em você, fiz meu café e pensei em você. Por cada minuto, eu pensei em você, e, por fim, choveu outra vez.
Não há sensação pior do que a de ver o fim chegando, me sentindo com as mãos atadas. Ver os silêncios se prolongando e sua apatia aumentando, era como se me tornasse um estranho aos seus olhos. O pior era não saber se era você ou apenas paranoia da minha parte.
No fim, sempre havia mais de mim. Eram as nossas músicas e as minhas, as nossas séries e as minhas.
Tudo o que fiz foi apenas tentar não te perder, enquanto esperava que você despertasse. Você sempre esteve lúcida. Então, choveu mais uma vez.
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Me dói saber que te verei novamente, mas você nunca me viu.
Hoje choveu mais uma vez.
