Uma Segunda Chance

3 | Mulher

Às vezes, olho para trás e recordo o momento em que caminhamos pela primeira vez pelo nosso novo lar, aquele apartamento que Tom encontrou tão rápido, perto da praia. Era como se cada passo nos aproximasse de um mundo novo, cheio de promessas e sonhos a serem realizados.

Confesso que, no início, senti um misto de emoções. Uma mistura de felicidade e um leve desconforto por ele bancar tudo, mas logo entendi que sua habilidade como jogador era uma carta valiosa, permitindo que ele nos proporcionasse esse espaço tão especial.

O apartamento era perfeito para nós. Decoramos cada canto, dando um toque pessoal e tornando-o verdadeiramente a nossa cara. Tom fez questão de incluir uma estante linda para acomodar meus livros, enquanto minhas coleções de xícaras, que estavam guardadas por tanto tempo, ganharam um lugar de destaque.

Foi uma sensação de realização ver aquele espaço se transformar no nosso lar. Cada detalhe, desde as cortinas até os quadros na parede, parecia contar a nossa história.

Era aconchegante, acolhedor e refletia a fusão das nossas vidas, o início de algo novo, repleto de amor e promessas para o futuro. E aquela estante, com meus livros e xícaras, representava não apenas objetos, mas memórias, paixões e sonhos que estávamos construindo juntos. Era ali que nossa história ganhava um novo capítulo, um capítulo cheio de esperanças e desejos compartilhados.

O aroma de chocolate recém-assado flutuava no ar enquanto eu preparava um pequeno bolo na cozinha. O som dos utensílios misturava-se com a suavidade da tarde, criando uma atmosfera acolhedora. Foi quando, subitamente, Tom entrou carregando uma caixa grande, depositando-a no chão da sala com um sorriso travesso nos lábios.

Surpresa com a presença daquela caixa imponente, não pude conter minha curiosidade. — O que é isso? — perguntei, espiando por cima do ombro.

Ele se virou, os olhos brilhando de emoção. — Isso é para o nosso primeiro Natal em família, apenas nós dois. — disse com um toque de entusiasmo. — E apresento-lhe o membro mais recente: Vênus, nosso gato. Ele está lá dentro.

Meus olhos se arregalaram em surpresa. — Um gato? — exclamei, com uma alegria contida.

Tom se aproximou, abrindo a caixa cuidadosamente. Lá dentro, um gato preto, elegante e curioso, olhava para nós com olhos grandes e brilhantes. — Vênus. — ele disse suavemente, apresentando-o para mim.

— É lindo. — murmurei, observando o pequeno ser, um sorriso se formando nos meus lábios.

Tom sorriu amplamente, feliz com a reação. — Ele será parte do nosso primeiro Natal juntos. Achei que seria uma boa adição à nossa celebração. — explicou, enquanto Vênus saía curioso da caixa, explorando a sala com movimentos ágeis.

A presença do gato preto, a novidade inesperada naquele momento, criou um sentimento de calor e acolhimento. Era o início de uma nova tradição para nós dois, uma celebração especial marcada pela união, amor e pela presença adorável de Vênus, que agora fazia parte da nossa família.

Enquanto eu estava surpresa com a presença de Vênus, Tom continuou seu show de surpresas. Ele retirou da caixa um grande pinheiro sintético e diversas caixas repletas de enfeites de Natal, irradiando um brilho festivo por toda a sala.

Meus olhos se iluminaram com o espírito natalino que ele trouxe para nós. — Um pinheiro de Natal? — exclamei, encantada.

Tom assentiu, com um sorriso contagiante. — Sim, quer ajudar a decorar? — ele perguntou, com os olhos brilhando de empolgação.

Eu assenti com alegria, meu sorriso se alargando. Era uma oportunidade de criar novas memórias, iniciar tradições e compartilhar a alegria da temporada. A ideia de decorar o pinheiro juntos, marcando o nosso primeiro Natal, era simplesmente encantadora.