Cada sorriso compartilhado, cada momento vivido juntos parece tão distante agora. E a ideia de um futuro sem ela é como um abismo negro diante de mim. Enquanto todos celebram ao meu redor, meu coração está apertado, ansiando por notícias dela, desejando que o final deste dia traga a tão esperada notícia de que ela está bem.

Não consigo escapar da sensação de que meu coração está dividido em dois. Enquanto tento me divertir e estar presente aqui, minha mente insiste em vagar incessantemente em direção ao quarto do hospital. A presença da irmã de Taylor, tentando trazer um pouco de leveza ao ambiente, é um esforço louvável, mas me sinto como se estivesse vivendo em duas realidades distintas.

Enquanto Bill sorri e tenta distrair, minha mente está em outro lugar, preocupada, ansiosa, desejando desesperadamente receber notícias positivas. É uma luta constante entre a responsabilidade de estar presente aqui e a ânsia de estar lá, ao lado da Taylor, segurando sua mão e garantindo que ela saiba que estou ali, independentemente do que aconteça.

Cada risada forçada, cada tentativa de participar das conversas, parece um esforço colossal. Minha mente está em um loop, apenas imaginando o que está acontecendo no quarto do hospital, ansiando por um sinal de esperança. É um malabarismo emocional que se desenrola dentro de mim, enquanto tento lidar com a incerteza e a angústia que insistem em me acompanhar, mesmo nesses momentos de suposta celebração.

O silêncio da madrugada envolve meu carro enquanto percorro as ruas da cidade. A luminosidade suave das decorações natalinas contrasta com a escuridão da hora. Cada luzinha pisca em um ritmo quase hipnotizante, como se tentasse me distrair da verdadeira razão que me traz de volta ao hospital a esta hora.

O brilho das luzes de Natal parece quase irreal, um contraste perturbador com a gravidade do momento que estou vivendo. A cidade está enfeitada para celebrar, mas meu coração está pesado, impregnado pela incerteza que a noite traz consigo.

Cada rua iluminada parece um convite para a alegria e para a esperança, mas tudo o que consigo pensar é na Taylor, na luta que ela trava no quarto de hospital, na batalha que está enfrentando. As decorações natalinas servem como uma lembrança cruel da dualidade entre a alegria festiva do mundo lá fora e a escuridão da situação que ela enfrenta.

Enquanto dirijo pelas ruas decoradas, o coração pesado, minha mente está completamente voltada para o que me espera no hospital. É quase como se estivesse preso entre dois mundos distintos: um repleto de luzes brilhantes e festividades, o outro mergulhado na escuridão da incerteza e da angústia.

Caminhei pelo corredor silencioso do hospital e avistei a mãe de Taylor, sentada, segurando uma foto delas duas. Ela parecia em paz, mas ao me aproximar, seus olhos se encheram de lágrimas ao me ver. Levantou-se e me abraçou, um abraço repleto de emoção.

— O que aconteceu? — perguntei, preocupado.

Ela respirou fundo e segurou minhas mãos, olhando-me nos olhos com um brilho de esperança. — A cirurgia da Taylor correu bem. Ela está descansando agora. Os médicos decidiram que ela poderá terminar a quimioterapia de forma oral. Isso aumenta suas chances de sobrevivência.

Um misto de alívio e gratidão me invadiu. — Isso é maravilhoso. — murmurei, quase sem acreditar na notícia positiva.

Abraçados, compartilhamos um momento de alegria e esperança. Era como se um peso tivesse sido retirado de nossos ombros, trazendo um raio de luz para o túnel escuro que temíamos percorrer.

Caminhei pelo corredor silencioso e, ao chegar ao quarto, vi Taylor deitada na cama do hospital. Ela estava um pouco pálida, um acesso na mão evidenciando o que ela tinha passado. No entanto, havia uma tranquilidade em seu semblante, como se estivesse em um sono sereno e profundo.

Meu coração parecia arder com uma chama viva ao vê-la ali. Era um misto de alívio por vê-la descansando após a cirurgia e uma centelha de esperança diante do futuro incerto que enfrentávamos. Apesar da palidez e dos sinais da batalha que travava, sua presença ali, dormindo pacificamente, era um bálsamo para minha alma.

Sentei-me ao lado dela, observando cada respiração tranquila, cada detalhe que indicava sua luta e, ao mesmo tempo, sua resiliência. Uma sensação de gratidão inundou meu ser, pela oportunidade de vê-la ali, lutando, mas ainda conosco. A presença dela naquele quarto, mesmo em meio à fragilidade física, irradiava uma força que me inspirava.

Permaneci ali, ao lado dela, deixando-me envolver por essa mistura de emoções, alimentando aquela chama viva que persistia em meu peito, uma chama de esperança e amor que se recusava a se apagar diante das adversidades.

Com todo cuidado, me inclinei e suavemente beijei a testa de Taylor. Sentia o calor dela na minha respiração, e as palavras saíram em um sussurro carinhoso. — Eu te amo.

Eu me aproximei da cama e peguei o livro com as mãos trêmulas. Era um exemplar desgastado, com uma capa de couro gasto, mas carregava o toque pessoal de Taylor. Eu abri o livro na página marcada com um marcador e comeceia ler o trecho destacado:

"O amor é o combustível que pode vencer qualquer desafio, até mesmo a própria morte."

Uma Segunda Chance Where stories live. Discover now