Mia Briar estava feliz vivendo com sua mãe e não queria mudar isso. Yor, porém, tinha outros planos e, do dia para noite, a menina se viu inserida em uma família muito estranha.
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Mia não conseguiu acordar mais cedo que sua mãe.
Isso foi terrível, pois acordou com um cheiro de queimado e ela tentou adivinhar se era o seu apartamento ou a comida que estava pegando fogo.
No final, era o bacon de Yor que estava com uma aparência horrível. Apesar disso, a menina se esforçou para sorrir e agradeceu pela comida. Esse gesto sempre fazia Yor abrir o seu próprio sorriso e beliscar – sem delicadeza alguma – a bochecha dela.
Mia amava ver esse sorriso.
Por isso, engoliu tudo rapidamente e o seu estômago quase não se revirou.
— Tenho o dia de folga. — a adulta disse. — Vou aproveitar e levar o meu vestido para consertar.
— Aconteceu algo?
— Eu o rasguei ontem a noite, no trabalho extra. — Yor ficou inquieta ao dizer isso. — Esse é o meu melhor vestido, então pretendia usa-lo na festa no final de semana.
— Você realmente vai para essa festa?
— As outras mulheres do meu trabalho me acham estranha por não participar de reuniões do tipo.
O rosto de sua mãe ficou vermelho e Mia se sentiu mal por vê-la assim. Pelo que sabia, Yor havia se privado de muita coisa por ter cuidado de Yuri na sua juventude, agora, a adulta fazia o mesmo para cuidar dela.
— Você não é estranha, mamãe. — Mia se aproximou dela e deu um abraço apertado. — Te acho a pessoa mais incrível do mundo!
— Obrigada por pensar isso de mim.
— Mas se quer ir, saiba que vai ficar tudo bem! Tenho certeza que todas vão ficar com inveja porque você é a mais linda de todas.
— Não é para tanto, Mia-chan. — Yor abriu o sorriso, mas logo o fechou. — De qualquer forma eu ainda não tenho um acompanhante.
— Qualquer um ficaria feliz em te acompanhar. — Mia falou, apesar de não querer que qualquer um chegasse perto da sua mãe. — Não gosto da ideia de que tenha um namorado, nem quero um pai, mas se é isso que você quer, eu espero que consiga.
Isso era uma verdade.
Mia não queria um homem idiota na vida delas, mudando toda a rotina e transformando tudo em algo completamente diferente. Porém, se era isso que a sua mãe queria e se era isso que a faria feliz, ela não se importaria.
— O que acha de me fazer companhia até o alfaiate?
— Sair de casa?
Mia tinha planejado passar o dia todo em seu quarto, lendo um livro que tinha ganhado de sua mãe há pouco mais de uma semana. Porém a perspectiva de passar uma manhã com Yor era muito melhor, apesar de ser fora de casa. Por isso, a ela logo se vestiu e, juntas, saíram de casa.
A criança era um pouco mais alta do que as crianças de sua idade, ainda assim, sentia-se minúscula quando andava do lado da mãe, já que Yor era bem alta e forte. Mas ela amava a segurança que sentia ao caminhar ao lado dela. Por isso, estava com uma expressão feliz no rosto – o que era bem incomum – e apertou ainda mais a mão da adulta.
