O médico aquiesceu positivamente e a ruiva deixou o apartamento. Heriberto caminhou no silêncio, entrou no quarto em que a filha estava adormecida, Diana tinha a boquinha levemente aberta, às vezes fazia movimento como se estivesse mamando e o médico sorriu largamente, aproximou, beijou sua mãozinha para que não despertasse e então foi para o banho. O banho foi longo, relaxante, do jeito que precisava, após um plantão de doze horas, saiu do banheiro vestido numa calça de moletom, sem camisa, secava os cabelos e ao olhar para sua pequena a encontrou com os olhinhos abertos.

— Oi, meu amorzinho. — Sentou na cama e beijou sua barriguinha. — Como você está? Dormiu bem? — Ia perguntando com um sorriso bobo no rosto ao perceber o modo que era olhado pela filha. — Como você é perfeita, filha.

Diana sorriu sutilmente, agitou os bracinhos como se pedisse colo - na verdade Heriberto interpretou assim por ser babão - a pegou no colo, sentiu seu cheirinho de bebê, a prendeu em seus braços com cuidado para não machucar e sorriu de olhos fechados.

— Com certeza você tem superpoderes, porque o meu cansaço foi embora. — Brincou voltando a olhar aqueles lindos olhos esverdeados.

Heriberto caminhou para fora do quarto, ali era a intimidade de Marina, não queria abusar mais do que o necessário, foi até a cozinha, buscou algo fácil para comer, mas nada encontrou e então decidiu pedir uma pizza. O sofá foi à segunda parada, sentou-se com sua pequena deitada em seu peito, a mãozinha estava espalmada em seu peito e os olhinhos começaram a pesar novamente.

A pizza foi solicitada, a televisão foi ligada em um canal qualquer, beijou os cabelos da filha que dormia novamente, os olhos começaram a pesar também, bocejou e o corpo foi se ajeitando ao estofado macio. Heriberto cochilou o tempo de a pizza chegar, o cansaço parecia ter dobrado, desceu, pagou, subiu e, dois pedaços sumiram rapidamente da embalagem.

O celular tocou em cima da mesa e ele o atendeu rapidamente com um sorriso no bolso.

— Oi, amor. — Heriberto a cumprimentou.

— Oi, amor. — Vick sorriu o encarando. — Como você está?

— Cansado, precisando de pelo menos vinte e quatro horas de sono. — Pegou mais um pedaço de pizza. — E você como está?

— Exausta, cansada, os meus pés estão me matando e eu também dormiria um dia todo.

— Se estivesse aqui te faria uma massagem nos pés. — Sorriu grandemente a fazendo entender a massagem.

— Seria a melhor coisa que faria por mim. — Suspirou. — Amor, você está me deixando com fome.

— Pede uma para você, não te quero com vontade. — Virou o rosto ao ouvir Diana resmungar.

— É a Diana? — Vick sorriu.

— A própria. — Virou o celular para mostrar a bebê enquanto lhe entregava a chupeta. — É a nossa primeira vez juntos sozinhos, já dei pizza, macarrão e parece que nada a satisfaz quanto o peito.

Victória gargalhou e o médico sentiu seus olhos brilharem, a amava tanto.

— Ainda bem que sempre terá alguém junto com você quando estiver com nosso filho. — o olhou atentamente e se apaixonou um pouco mais por ele.

— Eu acho uma boa ideia. — Concordou. — Por que está me olhando assim?

— Te olho com todo o amor que sinto por você.

Heriberto se apaixonou um pouco mais por Victória, seu coração se acelerou rapidamente e o sorriso foi o mais lindo.

— Meu amor, não sorria assim se não esqueço o que iria falar. — Vick brincou.

— Eu te amo tanto Victória. — Declarou mais uma vez.

— Eu também te amo. — Suspirou apaixonada e por alguns segundos ficaram apenas olhando um para o outro.

— O que iria me dizer? — Heriberto perguntou.

— Preciso que vá até meu apartamento amanhã, vai chegar o berço do bebê, a poltrona e algumas decorações. — Ajeitou melhor o corpo na cama. — A minha assistente não vai conseguir estar para receber e o porteiro já avisou que só deixará subir se estiver alguém no apartamento.

— E que horas preciso estar lá?

— As dez, têm algum compromisso? — Mordeu o lábio de leve.

— Amanhã é minha folga, vou até seu apartamento e depois virei ficar um pouco mais com a Diana. — Olhou mais uma vez para sua princesa.

— Vou deixar sua entrada liberada, agora eu preciso desligar. Te amo meu amor. — Mandou muitos beijos.

— Descansa meu amor, aí já é tarde. Te amo. — Se olharam intensamente por mais alguns segundos e então desligaram.

Heriberto não conseguiu deixar o sorriso no rosto, deitou a cabeça no estofado do sofá, segurou a mãozinha de sua pequena, beijou e suspirou apaixonado.

— Está chegando o dia de você conhecer o seu irmão ou irmã. — Diana abriu os olhos no mesmo instante ao ouvir o que o pai falou, largou a chupeta e um bico enorme se formou pronta para arruinar seus ouvidos com o choro. — Ciumenta nem um pouquinho graças a Deus.

Heriberto não queria rir alto, mas não conseguiu e a gargalhada se misturou com o choro alto, pegou sua menina nos braços, afagou seu corpinho, encheu de beijos sua bochecha rosada e a deitou em seu peito.

— Eu te amo meu amor. — Seguiu sussurrando palavras bonitas até que voltasse a dormir, então retomou sua pizza esquecida e gelada.

¿?

Como combinado, Heriberto chegou ao apartamento de Victória, meia hora antes por precaução, se identificou e sua entrada foi liberada de imediato. O porteiro informou que não havia chegado nenhuma entrega até o momento, mas que iria interfonar assim que estacionasse o caminhão.

Heriberto recordou da última vez que esteve ali, Victória passava mal, o elevador parecia estar subindo lentamente para o seu desespero e um suspiro escapou de seus lábios querendo que a estilista estivesse ali para recebê-lo, mas teria que contentar-se em sentir o cheiro de um de seus perfumes que faria questão de buscar pela casa. A chave girou na maçaneta, entrou, olhou ao redor, tudo tão limpo, organizado como a estilista gostava, caminhou até o meio da sala, olhou os retratos que não estavam ali na última vez que visitou o apartamento, eram fotos novas e com certeza da viagem.

O coração não podia evitar acelerar, eram fotos da viagem, no parque deitados um ao lado do outro, Max sorrindo ao beijar a barriga bem avantajada e o sorriso de Victória quase não cabia em seu rosto. Heriberto pegou o retrato, contornou o sorriso de seu rosto, desceu até a barriga e suspirou por perder todos os momentos da gravidez.

— Tiramos essa foto semana passada, fomos tomar sol e ele...

Heriberto tomou um susto tão grande que deixou o porta-retrato cair no chão e o vidro rachou. Seu coração estava tão acelerado que seu corpo inteiro travou por longos segundos, a garganta estava seca.

Só poderia estar alucinado e então se virou lentamente esperando encontrar o vazio do apartamento, mas os verdes dos olhos dela inundaram os seus próprios e Victória sorriu acariciando a barriga avantajada escondida numa camisola preta.

— Victória...


Olá, boa noite!!! Trouxe um pouco do nosso querido papai e espero que gostem!!

Olha que bela surpresa que a senhora estilista fez.

Um beijo até a próxima!!

Virada do destinoWhere stories live. Discover now