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🦊| Maria Clara

"Outro dia me vi perdido.
Chorando por algo,
Que outro algo me causou."
—Djonga.

Acordei assustada no meio da madrugada quando escutei a porta da sala sendo aberta e fechada com força, como se estivesse sido arrombada. Levantei da cama no desespero indo direto pro andar de baixo pra ver que merda tava acontecendo dessa vez.

Descendo as escadas me deparei com o Jefferson jogado no sofá deitando um litro de whisky inteiro na boca, e só parou quando notou minha presença ali, no fim da escada.

Não falei nada, fiquei na calada de braços cruzados enquanto encarava ele na espera de alguma explicação, mas era óbvio que ele não ligava pra isso.

Afinal, ele nunca ligava pra porra nenhuma.

Ele manteve os olhos fixados em mim por um bom tempo, depois bufou, segurou a garrafa de whisky e continuou bebendo enquanto ignorava minha presença.

Clara: Eu tô exausta disso. —quebrei o silêncio.

Jacaré: Cala essa boca, tô com cabeça pra tu não.

Clara: E quando tu tá, Jefferson?

Ele me encarou com aqueles olhos vermelhos, os punhos fechados e o maxilar travado, eu percebi que precisava recuar se eu não quisesse passar a madrugada apanhando de novo.

Clara: Anda, vai pro quarto.

Ele não disse mais nada, deixou a garrafa em cima da mesinha de centro e logo em seguida se levantou esbarrando em mim enquanto subia as escadas indo pro quarto.

Fechei os olhos e respirei fundo tentando controlar todo o ódio que sentia, tentando ao máximo expulsar os pensamentos de matar aquele desgraçado, mas, a sorte dele é que eu não venderia a minha alma.

Não por causa dele.

Cada milésimos de segundos que passava, as idéias e planos de fugir tem se tornados mais possíveis, crio várias formas disso acontecer pra não dá errado.

A Laís pode me ajudar, afinal ela sempre quis me tirar daqui e me levar pro morro da Rocinha.

Laís é minha melhor amiga, conheci ela quando trabalhava no asfalto em uma loja de uma dondoca. Nosso passatempo preferido era roubar aquela vádia loira que se achava melhor que todo mundo só porquê tinha dinheiro no bolso, por isso eu e a Laís se deu tão bem, nenhuma levava desaforo pra casa e sempre se vingava de tudo.

Principalmente daqueles que pisavam na gente.

Mas aí a Laís se demitiu pra abrir o próprio negócio na Rocinha, e eu tive que começar agir sozinha pra tentar me manter naquele lugar, mas depois tive que me demitir também por que o Jacaré não me queria mais trabalhando no asfalto, e é óbvio que seguí ordens do bandido.

Eu e a Laís sempre tenta manter contato pelo WhatsApp, ela sabe de tudo que eu passo e sempre me oferece ajuda pra me tirar daqui, talvez seja a hora de aceitar.

Apesar que seja uma loucura me esconder na maior rival dos alemão.

...

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⏰ Última atualização: Mar 10 ⏰

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