Capítulo 2

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A voz suave de Isla ecoava pelos cantos escuros do porão enquanto ela começava a contar sua história. Ela lembrava-se dos tempos antes do caos, quando sua família vivia uma vida simples na classe baixa da sociedade. Seus dias eram preenchidos com risos, amor e os sonhos comuns de uma criança.

Entretanto, tudo mudou quando o aviso do governo chegou. Um silêncio pesado pairou sobre a casa enquanto a família de Isla se refugiava no porão. A incerteza do mundo exterior envolvia-os como um manto sombrio, mas eles estavam determinados a sobreviver.

Com o passar do tempo, os recursos começaram a se esgotar. A comida se tornou escassa, e o medo se tornou um companheiro constante. Ficou claro para todos que a única maneira de sobreviver era encontrar suprimentos fora do porão, mesmo que isso significasse arriscar suas vidas.

Isla recordava-se das noites em que sua família discutia em sussurros, planejando estratégias para garantir sua sobrevivência. Membros por membros, eles decidiram se sacrificar para trazer suprimentos, enfrentando o mundo exterior desolado e perigoso. Cada partida significava um adeus angustiante, mas também uma esperança de que pelo menos um deles sobreviveria.

Por ser a mais jovem, Isla foi escolhida para continuar viva. Seus irmãos e pais trabalharam incansavelmente para criar um estoque de suprimentos duráveis, preparando-a para enfrentar um futuro incerto. Eles a ensinaram habilidades de sobrevivência, transmitindo conhecimentos que poderiam mantê-la viva por anos.

Isla, com olhos determinados e um coração cheio de gratidão, prometeu honrar o sacrifício de sua família. Ela se tornaria a guardiã da esperança, a última esperança da linhagem deles. Enquanto falava, as memórias da infância feliz mesclavam-se com a tristeza e a determinação do presente. Isla estava determinada a sobreviver, não apenas por si mesma, mas também pela memória da família que sacrificara tudo por ela.

O som do silêncio pesava sobre os ombros de Isla enquanto ela enfrentava a dura realidade: os suprimentos no porão estavam chegando ao fim. Cada mordida de comida era uma lembrança dolorosa da passagem do tempo, da inevitável necessidade de sair do refúgio seguro que sua família havia criado.

Ela sentia o peso da decisão sobre seus ombros jovens. Enquanto observava os estoques diminuírem, uma sensação de urgência a envolvia. Isla sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que enfrentar o mundo exterior. A incerteza e o medo a devoravam, mas ela também sentia uma chama de determinação acesa dentro de si. Ela não queria que o sacrifício de sua família fosse em vão.

Enquanto isso, nos confins do espaço, Zarnack continuava sua jornada em direção à Terra. A nave vibrava suavemente sob seus pés enquanto ele observava o monitor com atenção. Uma luz de advertência piscou, e uma fumaça começou a se dissipar do painel de controle.

Um sentimento de urgência o envolveu enquanto ele tentava estabilizar a nave. Suas mãos habilidosas voavam sobre os controles, tentando conter a instabilidade. O aviso de pouso forçado ecoou pela cabine, e Zarnack soube que estava em apuros.

O coração de Isla batia forte em seu peito enquanto ela pesava suas opções. Ela olhou para o estoque de suprimentos que restava, sabendo que não duraria muito mais. A decisão foi tomada: ela teria que sair do porão, enfrentar o mundo fora e encontrar uma maneira de sobreviver.

Enquanto isso, Zarnack trabalhava freneticamente para estabilizar sua nave. Ele sabia que o pouso forçado seria perigoso, mas não tinha escolha. A esperança de ajudar a Terra dependia da sua chegada segura.

Enquanto Isla se preparava para sair do porão e enfrentar o desconhecido, e Zarnack lutava para controlar sua nave instável, os destinos deles estavam prestes a se entrelaçar em uma jornada que mudaria o curso de ambos os seus mundos. Ambos enfrentavam o desconhecido com determinação e coragem, prontos para desafiar o que quer que viesse pela frente.

Tecendo Estrelas: O Vínculo IntergalácticoWhere stories live. Discover now