Missão 1: Mia Briar

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- Vamos ao trabalho!

Mia era bem prendada em coisas de casa, mesmo que ainda fosse uma criança. Teve que aprender tudo desde jovem, já que sua mãe trabalhava fora e não era muito boa nisso. Por isso, fez um banquete de panquecas e suco que esperavam para serem comidos.

A menina sentiu passos vibrando pelo chão da casa - seus sentidos eram absolutamente os melhores - e, logo em seguida, sentiu o olhar de sua mãe sob ela.

- Que cheiro maravilhoso, Mia-chan. - Yor sorriu. Ela estava com o cabelo todo bagunçado e cara amassada por uma noite bem dormida. - Mas não precisava fazer tudo isso sozinha. Poderia ter me acordado.

Mia sorriu e foi até a mãe, dando-lhe um abraço apertado.

- Fico feliz em cozinhar para você, mamãe.

- É tão bom ter uma filha incrível como você. - a adulta retribuiu o abraço. - Mas acho muito injusto você cozinhar para mim... vou me esforçar para acordar mais cedo e fazer um café maravilhoso para você todos os dias.

Mia tremeu.

- Não precisa se preocupar, mamãe.
Yor sentou-se à mesa e se deliciou com as panquecas feitas por sua filha.

- Eu fico triste em te deixar o dia todo aqui, sozinha. - a mais velha quase chorou. - Se ao menos você quisesse ir para a escola comum, teria mais amigos.

Mia baixou os ombros, triste por ver sua mãe preocupada com ela.

Entenda, a menina não era uma preguiçosa que não queria ir para escola por birra. Ela até tinha tentado ir uma ou duas vezes, mas nunca funcionou já que, após descobrirem que era filha de mãe solteira, as crianças se tornavam terríveis e começavam a fazer bullying com ela dos piores jeitos possíveis. Nunca havia contado isso para Yor, pois não queria que a mãe sofresse e se culpasse, pois sabia que a adulta faria isso.

Além disso, estava muito bem sem amigos. Crianças tinham tendência a serem infantis e idiotas, e Mia não queria isso em sua vida.

- Não se preocupe comigo. - Mia abriu um sorriso. - Não é como se eu não tivesse amigos.

- Hum? Você tem? - a mulher ficou surpresa. - Eu não sabia disso.

- Como não? Você e tio Yuri são os meus amigos!

- Mas isso não conta, Mia-chan... - agora, era Yor quem parecia derrotada.

A menina iria retrucar algo, mas foi impedida pelo telefone tocando. Quem ligaria cedo da manhã? Bem, talvez a única pessoa que ligava para as duas: Yuri.

Saltou até a mesinha em que ficava o aparelho e atendeu antes que o som chato tocasse mais uma vez.

- Olá!

- Mia-chan! - ela ouviu a voz animada de seu tio do outro lado da linha. - É tão bom ouvir a voz da minha sobrinha favorita logo pela manhã. Como você está?

- Estou bem. - a criança respondeu. - Nós estamos com saudades.

- Eu também. - parecia que Yuri estava chorando. Seu tio era excessivamente dramático e falando alto... - Eu sinto tanta falta de vocês duas.

- Mãe, me salve, o tio Yuri está sentimental. - Mia afastou o telefone do ouvido e voltou-se para a mãe. - Não aguento isso pela manhã.

Yor apressou-se em pegar o telefone e passou a conversar com o homem, enquanto Mia terminava o seu café. Ela não costumava a se meter nas coisas da mãe, mas percebeu que a mulher estava tensa enquanto falava. Apesar disso, o que chamou mais atenção de Mia foi uma única frase.

Mission: FamilyWhere stories live. Discover now