Eu errei no jeito de te amar

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Sabe, eu estava com as contas pagas
Preso em um futuro de lanchas e iates
Com o desenho da nossa família linda,
Feito em papel manteiga, protegido em uma gaveta de madeira nobre feita à mão
Do jeitinho que você gosta e ainda
Fechado por setes chaves

Eu errei no jeito de te amar
Mas sempre amei
Como fica fácil de provar
É só olhar
No azul e no verde do mar
Na mistura entre as ondas
Nos olhos de quem você mais ama

Era assim que eu te amava
Tendo certeza do que já éramos
Não entendendo de desenhos e papéis
Não sabendo que a vida se desmancha
Enquanto eu lutava por cada tostão
Enquanto a estrada e seus meandros
Me cansavam, me consumiam
Me entorpeciam de ilusão

Eu não sou a vítima
Mas também não sou o vilão
Só achava a coisa mais linda
O desenho feito com sangue
Do meu coração

Eu surfei a onda errada
Entrei na contramão
Quis te vender um mundo
Antes de te dar a minha mão

Eu errei no jeito de te amar
Mas não me culpe
Não ouse dizer que não amei
Não me julgue
Por não entender artes abstratas
Tudo meu é sólido
E eu protejo
Eu cuido
Me desculpe
Pelos cálculos, planilhas e erratas

Eu errei no jeito de te amar
Mas sempre amei
Como fica fácil de provar
É só olhar
No azul e no verde do mar
Na mistura entre as ondas
Nos olhos de quem você mais ama

Desenhos não resistem nas gavetas
São para quadros em magníficas paredes
Vou montar, expor cada rabisco
Da nossa comunhão
Da carne, osso e paixão
Que desenha, faz careta
E me olha de um jeito que é impossível
Não dar a mão

Eu errei no jeito de te amar
Mas sempre amei
Como fica fácil de provar
É só olhar
No azul e no verde do mar
Na mistura entre as ondas
Nos olhos de quem você mais ama

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