único.

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de nada mais adianta o que adiantou quando adiamos. somos pedaços de carne, que comemos nossa raiva junto a um punhado de angústia e uma leve pitada de frustação. estamos mortos. "aqui jaz um corpo vazio, por conta de um espírito morto" como diz diogens eufrasio.

não tente mais tentar aquilo que já tentamos, meus pés doem a cada vez que toco teu silêncioso estúdio, nosso antigo ninho, nossa casa, que hoje não passa de poeira e que se estralam as madeiras a cada passo que dou.

por puro egoísmo, não uso mais as mesmas frases que um dia tive a coragem de usar contigo. não me deixo dividir o que fui capaz de criar, escondo tudo numa caixinha de madeira velha e deixo que fique alí, pegando poeira até as traças a devorarem. até não existir mais. até não existir mais nenhum pedaço de mim.

egoísmo. Where stories live. Discover now