02. O Lago Prateado.

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CAPÍTULO DOIS

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   ALURA IMAGINOU que estava morta.

   Foi a sua primeira constatação, mas concluiu que não estava quando sentiu a dor. O ouvido, as costas e a perna doíam. De algum jeito ela conseguiu enxergar além da fumaça, silhuetas se movendo em sua direção. Tentou se conectar com a  Força, mas não sentiu nada. Eles tomaram-na pelos braços, e apesar do zumbido insistente nos ouvidos, ouviu ecos de vozes e mais vozes. 

    Recebiam ordens, gritavam sobre o sucesso do plano de seu líder, riam com desprezo pelos estragos que causaram. 

    Ela estava no limite, porém, não podia dormir. Não até ter certeza se sua Mestra estava bem. Forçou sua mente a trabalhar. Una havia lhe salvado a vida, mas o que aconteceu com ela, Alura não sabia. Porém, antes de se entregar à sonolência, sentiu um ponto de luz piscar em sua consciência. Era o elo entre Mestre e Aprendiz, e Una Loreen acabara de utilizá-lo para se contactar com ela. Finalmente deixou-se ser vencida pelo cansaço. 

•••

    Primeiro ela ouviu sons de um zumbido, depois sentiu o cheiro de antisséptico, finalmente abriu os olhos para encarar o teto branco, e o restante dos aparatos tecnológicos que a tinham na sala

    Estava na enfermaria de uma nave, droides médicos vieram lhe atender assim que as máquinas ligadas a ela apitaram, indicando que ela estava acordada. Como se nada tivesse acontecido, Alura se sentia completamente bem. Mas a julgar pela proporção da explosão, ela deveria estar morta. Se não fosse, é claro a intervenção de sua Mestra. 

   Ignorando os protestos do droides que repetia que ela deveria descansar, Alura desceu da maca e, após retirar todos os fios conectados ao seu braço, saiu andando em busca de informações. Seu objetivo era procurar por sua Mestra, no entanto, antes de cruzar a porta que a levaria ao corredor, a mesma foi aberta, revelando-lhe uma figura conhecida. 

   Hazor Aratu tinha o semblante fechado, e encarava os droides friamente. Ao lado dele, dois guardas o acompanhavam. Ambos carregavam um arsenal de armas, desde blasters a punhais afiados que refletiam melhor que um espelho. Aratu, no entanto, segurava uma pistola pequena, seus dedos trabalharam rápido ao acertar a fuselagem do primeiro droide, que tombou no chão ainda repetindo seus comandos. O outro foi abatido instantes depois, tendo o mesmo fim que seu companheiro.

   Ele olhou para a menina.

   — Não eram mais úteis — justificou.

   Alura não disse nada. Apesar dos cuidados em relação aos ferimentos, ela se sentia fraca. Sua cabeça girava e rodopiava. Estava em desvantagem. E seu anfitrião também sabia, o que lhe permitia manipular a situação a seu favor. Hazor não era o líder dos Deeyuran a toa, ele fazia jus a sua reputação e os droides estendidos no chão eram a prova disso. Era por isso que ela precisava acompanhar seus passos.

   —- Então se ainda estou viva significa que sou útil?

   —- Por enquanto. Sou um homem de negócios e fico feliz quando meu cliente fica feliz, é por isso que ainda continua respirando.

   — Quem é seu cliente? — perguntou, tentando distraí-lo.

   — Não faz parte do meu código revelar essa informação. Você entende, não é? É uma Jedi, afinal de contas. 

    À medida que ia falando, Alura se movia pelo cômodo, como se estivesse meramente observando a decoração. Seu intuito, no entanto, era se aproximar o suficiente de um dos guardas e bem… o resto seria história.

Balance Of The Force | Star Wars.Where stories live. Discover now