𝟐𝟖 | 𝐄𝐌 𝐂𝐀𝐒𝐀

Începe de la început
                                    

— Você ficou a noite inteira no hospital, mãe?? — Ele pergunta, segurando meu rosto e me analisando. — Não parece doente. Você 'tá doente?

— A mamãe está bem — garanto a ele, oferecendo um sorriso convincente. — E por que está acordado esse hora? Ainda nem amanheceu, devia estar na cama.

— Tia Tini me buscou na casa da vovó e ficamos assistindo filme até você chegar.

— Filme do Homem-Aranha — Tini informa, virando no sofá pra me encarar. — Você sabia que esse menino anda dizendo que é o homem-aranha? Isso me torna a tia do homem-aranha. Sabe o que acontece com a tia do homem-aranha?

— Tini, nada de ruim vai te acontecer.

— Irmã, eles mataram a tia May no último filme — ela está suplicando uma salvação como se fosse mesmo morrer só por ser a tia do homem-aranha de mentira. — Sou jovem demais pra morrer!

— Meu Deus — rio do que diz e coloco Tom no chão, não aguentando segurá-lo por muito tempo. — Você ficou na festa até que horas, hein?

— Não muito depois que você saiu. Como aconteceu o incidente no carro da Mula sem Alça, tivemos que vazar e a festa acabou que encerrando ali mesmo.

— Você também não tem noção das coisas que faz, né? — Coloco as mãos na cintura e falo numa entonação de mãe, mesmo que Tini seja só a minha irmã. — Qual a necessidade de pichar o carro do Zé??

— Não pichei o carro dele, pichei o do idiota do Piquerez — ela me corrige.

— Mas qual era a real necessidade disso? — Minha voz sai mais firme. — Não precisava atingi-lo. Sabe que não precisa ensinar uma lição a ninguém.

— Não estou tentando ensinar uma lição a ninguém, apenas a macho que acha que pode me usar enquanto tem esposa e filhos pra cuidar.

— Tini?

— Ele é um babaca infiel. Não concorda??

— Eu concordo, só acho a ideia de pichar o carro de alguém extremamente estúpida e infantil. — Tini faz uma careta, mas não me retruca. — Coisa de adolescente e você já é uma adulta. Sei que o aconteceu com o Zé não irá se repetir e sei que ele deve estar muito pensativo sobre a própria vida se estiver mesmo tentando consertar o próprio casamento.

— Posso te garantir que não está.

— E pode me garantir também que não irá mais fazer nada disso e com nenhum outro jogador? — Minha irmã cruza os braços, ficando séria. — Não aguento mais problemas com jogadores, principalmente os do Palmeiras.

— Certo. E o que você tem? — Ela vai direto ao ponto, curiosa como só Tini pode ser e desconfiada de minha reação briguenta. Percebo Tom começando a prestar atenção agora na nossa conversa ao erguer bem a cabeça pra me encarar. — Ficou a madrugada inteira no hospital, fiquei preocupada contigo.

— 'Tô bem. Eu só estou... — olho para o rostinho curioso de Tom e engulo minhas próprias palavras. Merda, não vou conseguir dizer assim com meu filho presente. Não enquanto eu não tomar um rumo na minha vida. — Foi um mal estar.

— Entendi. — Tini compreende minha hesitação e nem questiona. Me dando esse espaço pela presença do meu filho. — Que bom que está melhor, irmã. Né, Tomtom? Vamos assistir Longe de Casa agora?

— Eu amo esse, tia!! — Tom se empolga, pulando de volta no sofá. — O Mistério é o melhor vilão de todos.

— Concordo plenamente.

Deixo os dois com o filme do aranha e vou em direção a cozinha, preparar alguma coisa decente para comer já que não consegui me alimentar direito no hospital com aquela comida horrorosa.

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