CAPÍTULO 46

208 21 14
                                    

|| ALICE ALBUQUERQUE LIMA ||

   Depois de colocar Cecília pra dormir, tomo um banho longo. Assim que saio do quarto vejo Henrique deitado na cama, usando apenas uma cueca box preta. Passo fingindo que não o estou vendo e vou até o closet, e paro para analisar minhas lingeries. Sinto um frio na barriga involuntário, desde que nós reencontramos, Henrique e eu ainda não transamos, o que é muito fofo da parte dele, porque se bem o conheço, ele está enlouquecendo. Mas deixou qualquer vontade de lado para que eu podesse ficar com a minha família antes de qualquer coisa.

  Escolho uma lingerie preta e saio do quarto usando apenas as duas peças e com a toalha na cabeça. No caminho para o banheiro posso perceber seus olhos sob meu corpo. No banheiro, penteio meu cabelo e depois saio. Me deito ao seu lado, fazendo questão de ficar de bruços. E depois de longos dez minutos nessa mesma posição, ele simplesmente se levantou e foi até a sacada do nosso quarto.

  Me sinto um pouco culpada, parece que tem algo o incomodando, e eu aqui só pensando em sexo.
  Coloco meu roupão branco e vou até a varanda, onde ele está sentado.

— Se você não tivesse recuperado a memória, vocês dois estariam juntos agora. - Ele falou baixinho, como se não quisesse ouvir.

— Isso não é verdade. - Me abaixei na sua frente, o fazendo olhar nos meus olhos. - O que eu preciso fazer pra você entender que o Zack é meu amigo? Só isso.

  Ele olhou no fundo dos meus olhos e segurou o meu pescoço com uma das mãos, se levantando, e me fazendo ficar em pé também.

— Você é minha. Ouviu?

— Sua.

  No meio de um beijo cheio de saudade, Henrique me suspendeu em seus braços e me levou até nossa cama, onde me deitou, sem parar de me beijar.

— Que linda. - Ele falou olhando minha calcinha, e logo em seguida a rasgou como se fosse um pedaço de papel.

— Henrique!

— Cala a boca! - Segurou meu rosto. - Hoje você só obedece.

Quando me dei conta, ele já está com a cabeça mergulhada entre minhas pernas. Sinto sua língua me levar a loucura, explorando cada canto da minha boceta, enquanto aperta meus seios. Ele só para quando viu que meu levou ao ápice. Henrique me vira bruscamente de costas pra ele, e sem aviso prévio, o sinto dentro de mim, enquanto enrola meu cabelo em uma das mãos e afunda meu rosto no lençol branco.

— Você é minha, caralho. - Falou com os dentes cerrados.

E quando pensei que já não iria mais aguentar, sinto seu corpo pesado por cima do meu e ele dá um beijo na parte de trás da minha cabeça.

   Na manhã seguinte, passamos na casa dos meus pais e eu deixo Cecília com a minha mãe, antes de ir para o aeroporto com Zack e Henrique. Ela ainda é muito pequena e já andou por aí mais do que deveria, e além disso, logo logo estarei lá com ela.

   O vôo do Zack sai em aproximadamente quarenta minutos, Henrique ficou no carro porque precisava fazer uma ligação, e eu reparei dos dois seguranças que estão nos seguindo desde que saímos de casa. Um parado na porta do banheiro feminino, e outro próximo a entrada. Está acontecendo alguma coisa, e Henrique vai ter que me falar o que é.

PERDIÇÃOWo Geschichten leben. Entdecke jetzt