Task-force 141

Graves

Eu passei o resto da tarde no quarto do Konïg, conversando, zoando, algumas brincadeirinhas (se é que me entendem), foi um tanto divertido digamos assim, como o coronel é um fofoqueiro de primeira sempre fico entretida, soube que no off o Soap e o Gaz já deram um selinho, eu fiquei incrédula com essa informação, tá que os dois são um belo exemplo de hetero flex, mas eu nunca ia imaginar que os dois já se beijaram, segundo Konïg foi uma aposta em uma queda de braço, Soap perdeu pra Ghost e Ghost mandou ele beijar o Gaz, e isso aconteceu no dia da festa, como ele sabe eu já não sei.

Sai do quarto de Konïg por volta das nove, depois do horário do jantar, rezei pra a cozinha ainda estar aberta, porque a querida aqui esqueceu que precisa comer, se bem que eu tô precisando perder uns quilinhos, mas não desse jeito, isso já é loucura da minha parte.

Cheguei na cozinha fiz um sanduíche e vazei, fui direto pro meu quarto. A base estava estranhamente quieta, sendo que ainda faltam três horas pro toque de recolher, mas também tem o fato que alguns dos caras saíram em missão,eles vão fazer a escolta da Farah, se não me engano esse é o nome dela, segundo Price ela vai ser muito importante para uma grande missão que estar por vir, e que eu também terei um papel fundamental nela, falando em Price, sinto que esqueci algo, ah deixa, não deve ser importante.

Aaah, o coronel da fofoca disse que ela é a famosa esposa do Alex, que ele é louco de amores por ela. Alex é o último romântico, acho que ele é o único casado do batalhão inteiro, se bem que eu quase me casei no passado, mas descobri que a pessoa não era aquilo que eu imaginava.

Sub-tenente Graves, meu primeiro amor, eu era recém chegada no batalhão de treinamento de atiradores francos, e ele era um dos treinadores, nossa relação progrediu muito rápido, saímos de aluna e professor para namorados apaixonados, pelo menos era o que eu achava.

Durante todo meu treinamento nós ficamos juntos, até chegar o dia da minha primeira missão, 30 dias no Afeganistão, foram os 30 dias mais longos da minha vida.

Durante a missão, sempre ouvia alguns boatos dele ser corrupto, que participava de coisas ilegais por dentro do exército, entre outros absurdos, mas sempre me mantive quieta, nossa relação era segredo até então, no meu dia 23° em missão os boatos ficaram piores, segundo um dos comandantes da minha missão ele tinha se envolvido em um acordo de "despacho de imigrantes" no início não entendi o que isso significava então sorrateiramente obtive informações, e descobri que isso era um tática do governo para diminuir a população migratória, devolvendo as pessoas ao seu país de origem da forma mais insalubre possível, muitas não chegando lá vivas, isso me deixou totalmente sem chão, meu Graves não faria isso, foi o que eu pensei, tão tola.

A última semana passou mil vezes mais lenta que o normal, minha cabeça não me deixava em paz, eu sei que ele não faria esse tipo de coisa, ou faria?

Finalmente chegou o dia da volta ao estados unidos e eu fui direto pra casa dele, precisava tirar essa história a limpo.

Quando cheguei na casa dele ele me recebeu de braços abertos, extremamente feliz por me ter de novo, por um minuto sedi meus objetivos quando meu corpo encontrou seu abraço quente fazendo minha mente silenciar por alguns segundos, mas logo voltei a realidade o empurrando;

-- precisamos conversar - falei firme

-- mas você acab - o cortei

-- agora!

Eu contei tudo que eu ouvi, cada palavra saiu como uma enxurrada da minha boca, eu estava nervosa e apreensiva enquanto ele me olhava nulo, sem expressão alguma.

Quando acabei de falar vi ele dar um longo suspiro.

-- pelo visto isso já chegou em você - falou passando a mão no rosto - olha... Ah que saber, que se foda, você é uma mulher inteligente. Não vou me dar o trabalho de mentir.