01 • Meu mundo

39 5 3
                                    

Dinah Mayson

Voltei pra casa sozinha e um pouco antes do horário combinado, sinceramente eu não aguentava mais nenhuma oração do padre nas quais eram nítidas que se dirigiam a mim; concerteza minha querida mãe Marieta, havia contado tudo que ela acredita saber da minha vida ao padre.

-"temos sempre que lembrar que o nosso corpo não nós pertence mas sim é templo divino"- repeti com as mãos balançando em rendição as palavras ditas a pouco tempo pelo padre, sinceramente...

-patético-

disse entre os dentes e virando os olhos.

E meu pai Leon.. bom meu pai estava dormindo na missa.

A algum tempo atrás eu não sairia da igreja cedo assim para evitar conflitos em casa e muito menos teria minhas tatuagens, pircings ou tintura no cabelo, mas agora faltam apenas 9 (nove) meses para os meus 17 (dezessete) anos, então já não me importo com essas coisas tão mínimas.

Perdida nos meus próprios pensamentos nem percebi que estava na rua de casa, avistei a apenas alguns metros um casa média de dois pisos, com a tintura impecável e com árvores cobrindo as laterais, eu amava aquela casa mas era somente, isso uma casa, o meu lar ficava mais distante, ele era uma pequena biblioteca com um grande espaço ao ar livre, onde tinha um delicioso café... esse era o meu lar.

Essa casa é incrível mas com tantas brigas ao longo do tempo, ela passou a ser um museu de memórias que eu pretendo esquecer; mesmo sabendo que o passado é o que nós torna seres humanos melhores, porém eu prefiro esquecer acontecimentos nos quais eu não precisava aprender a ser forte, mas sim precisava de afeto ou pelo menos apatia, não um ódio irracional de adultos estressados com seu cotidiano desdita, que precisavam descontar em algo e uma criança parecia o prato ideal para isso.

-se tivessem fodido entre sí um pouco mais, não precisariam foder o psicológico da própria filha-

Digo em tom de ironia já fechando o cadeado do meu portão, ao abrir a maçaneta que havia sido esquecida sem trancar eu entro e desta vez a tranco, logo que a tranco Lind minha cachorrinha vem me receber da maneira mais calorosa possível, brinco com ela e subo ao andar de cima e vou a última porta do corredor.

-sempre ouvindo um sininho atrás de mim, não é mesmo mocinha-

Digo em tom de bobeira a criança de quatro patas atrás de mim.

Ao abrir a porta uma brisa gelada me encontra na porta do meu quarto, a janela aberta tornou o quarto extremamente frio, ascendo a luz do abajur em cima da minha cômoda amarela e vou em direção a janela preta e a fecho, em baixo da janela há um sofá e vários travesseiros que o tornam aconchegante, no centro do quarto a uma cama e atrás dela muitos posters, polaroides e discos, já na lateral da cama aí lado da parede a uma guitarra, um violão e um ukulele, na frente um grande guarda roupa preto e por último uma porta branca com um corpo nú pintado que indica o meu banheiro.

Entro no banheiro tomo meu banho quente lavando meu cabelo enquanto escuto minha playlist, me enrolo na toalha e escolho minha roupa, o cheiro de morango na minha pele é magnífico e assim que termino de me vestir pego a minha guitarra e brinco um pouco com as notas, mas ao ouvir o som do portão já sei... o meu inferno vai começar.

Lust in the dark Where stories live. Discover now