𝟐𝟎 | 𝐁𝐀𝐑𝐂𝐄𝐋𝐎𝐍𝐀

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— Ai, mamãe — ele reclama, encolhendo os ombros. — Vai me deixar todo babado. Credo.

Dou risada e o aperto com mais força. É, então, que sinto meus ombros pesarem, minha visão escurecer e minhas forças irem embora.

Minha cabeça começa a girar e eu rapidamente me apoio num dos bancos da frente, ainda me segurando em Tom para não deixar meu filho cair, mesmo que eu esteja a um sopro de ir parar no chão. Porra, preciso almoçar e pra ontem. Colocar comida dentro de mim que me sustente. Olha só como estou fraca.

— Tudo bem, Bella? — Dona Marcia me pergunta, colocando uma mão em minhas costas e me ajudando a deixar Thomas no chão outra vez. — Sente-se, deve estar cansada da viagem.

— É... — concordo com ela e rapidamente me sento antes que minha pressão me sabote ainda mais e eu acabe desmaiando em pleno estádio durante um jogo da seleção brasileira. — Não tive tempo para almoçar.

— Sério, minha filha? — Dona Marcia franze o rosto inteiro em preocupação. — Tem que se alimentar, quer que eu compre...

— Ah, não, Dona Marcia — a interrompo e abro um sorrisão convicente a ela. — Não precisa se preoucupar. 'Tô bem. Consigo aguentar o jogo acabar.

Ainda mais por ter chegado quase no fim do primeiro tempo. Não quero estragar o momento. Por isso, me concentro no jogo e tento animar meu filho com a bola rolando a nossa frente.

Os jogadores da nossa seleção estavam jogando de preto. Sim, uma linda e foda camisa preta em protesto a todos os atos racistas que estão crescendo a cada dia que passa dentro dos estádios e sem nenhuma lei criada para que isso se encerre. Ou seja, estão permitindo os atos racistas, tornando a vítima a grande culpada da história. Nossa seleção não ficaria em silêncio. As roupas pretas são um protesto. "Racismo é crime e não aceitaremos dentro do campo". A luta persiste, mas nós sabemos que as coisas não são tão simples como queremos.

Mas já no segundo tempo, eles voltaram com a clássica amarelinha. E o placar do jogo já está 2x1 a nosso favor.

Eu não presto muita atenção no que está acontecendo ali no campo, mas mal começou e já saiu outro gol nosso.

Minha cabeça está doendo e estou pensando nas oito horas da noite onde saberei finalmente o resultado. Onde meu nome estará naquela lista e eu saberei de uma vez por todas que não sou uma completa inutil sem talento. Vou passar porque tenho, sim, talento. Porque sou esforçada, dedicada e sempre busco estar fazendo as coisas certinhas em minha carreira. Então, fé. Muita fé que esse papel já pertence a mim.

— Ai, ele vai entrar! — Dona Marcia se anima, toda inquieta no banco. — Finalmente. Finalmente!!

Olho para onde Márcia aponta e sinto um arrepio esquisito descer pela espinha assim que o avisto. Puta que pariu, que pecado esse homem vestido com a amarelinha. Ele cumprimenta Lucas Paquetá e entra em campo, balançando os cabelos, posso dizer assim. Ele combina aqui. Mas... me dá medo pensar que essa oportunidade pode tirá-lo do meu time.

Ou será que estou com medo de Raphael Veiga ter mais oportunidades porque, no fundo, não quero que ele vá para longe de mim?

Aí, por que estou pensando nisso? De verdade, é cada pensamento sem noção. Ele longe ou do meu lado não vai me fazer diferença nenhuma.

— Olha lá o papai, filho — aponto para Veiga de amarelinha correndo no campo só para mostrar ao Tom. — Ele 'tá entrando.

— Papai! Papai!

Dou uma risadinha e ajudo Tom a ficar em pé no meu colo e a comemorar que seu pai vai finalmente jogar.

— Canta a música da mancha pra ele, Tom.

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