Capítulo - 18

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ALICE

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ALICE

Aquele era o meu vestido de noiva., era só o que eu conseguia ver, mesmo que fosse quase que surreal. Mas incrível e inacreditavelmente, era ele. Estava em um manequim quase no centro da imensa sala. Majestoso, impactante, pelo menos para mim. Lindo e perfeito., como no dia que eu o usei. Passei os dedos por aquelas delicadas pedrarias, e cada uma delas, denominava todas as emoções que vivi naquele dia, boas e ruins. Mas como? eu pedi que sumissem com ele.

Olhei para trás e Jorge estava encostado na porta fechada. Sério, sombrio. Sua expressão parecia torturada, livre daquela costumeira arrogância.

Parcialmente refeita do susto inicial, vou olhando tudo e ficando ainda mais surpresa e impactada. Vejo um imenso quadro que toma quase toda uma parede., o meu retrato vestida de noiva, uma das muitas fotos que tirei antes do casamento que deveria ter acontecido, ou não. Encima de um aparador envidraçado tinhas vários álbuns., fui abrindo um a um e encontrando mais fotos minhas em vários momentos diferentes no longo desses anos todos. Minha mente revirava tentava achar uma resposta para aquilo tudo. Então uma caixinha preta, essa de joia, chama a minha atenção e a pego abrindo-a em seguida. São os meus brincos, os que ele havia me dado de para que usasse no casamento., em um formato de gota. Depois de alguns instantes é que me dou conta dos outros detalhes desse espaço.

Se eu esperava um ambiente puramente masculino, como tantas vezes imaginei, tamanho foi meu choque ao constatar que se tratava de um ateliê, um ateliê de noiva, uma réplica quase perfeita do que eu trabalhava anos atrás. Mas tudo mais rico, cheio de requinte. Armários, estantes de tecidos, rendas, miçangas, máquinas de costura... meu Deus! O que era tudo isso? meus olhos estavam embaçados.

Jorge continuava do mesmo jeito e no mesmo lugar. Com as mãos nos bolsos, como era de seu costume, me olhava compenetrado., mesmo ansioso.

- O que é isso?

- Isso é tudo que restou de você para mim. - falou devagar e foi se aproximando lentamente.

- Como assim? Como conseguiu isso tudo? - minha mente fervilhava pensando mil coisas ao mesmo tempo.

- Eu te amo, Alice! Sou um homem desesperadamente apaixonado.

- Cala essa boca, seu mentiroso desgraçado! Como você pode dizer isso?

- Esse sou eu. - me segurou pelos ombros - Eu amo você., e vou dizer isso até acreditar em mim.

- Eu não quero te ouvir.

- Mas você vai!

- Por que, Jorge?! Por que você fez isso?

- Eu já não suporto mais essa situação. Não suporto te vê e não poder te tocar. Olha pra mim. - virei o rosto não suportando olhá-lo. Aquilo tudo era muito doloroso.

- Não suporta? Então porque me abandonou? Vai para o inferno Jorge! Você e suas mentiras! - me dirijo apressadamente à porta.

- Você não vai sair daqui até escutar tudo que eu tenho para lhe dizer. Não vai fugir mais. - antes que eu conseguisse chegar a porta, me puxou evitando que eu saísse, chaveando-a - Nós vamos conversar!

Altar da ilusãoWhere stories live. Discover now