capítulo 3

58 8 6
                                    

O homem está muito possesso.
Nunca na vida tinha sido tão provocado a esse nível.
Claro.
Quem o conhece, jamais se atreveria a isso.
E a menina é corajosa.
O encara sem sequer piscar os olhos.

- Não tem ideia da pessoa que sou, minha cara.

- Presumo que tenho sim. É sem qualquer sentimento pelo próximo.

A secretaria está com os olhos arregalados.
" que garota louca!"
Pensa ela.

Nick fica bem próximo a ela. E está furioso.

- Se isso não fosse me complicar futuramente...mostraia a você com quem está lidando.

- É uma ameaça?

Ele respira fundo.
Claro que não fará o que tem em mente e sente muita vontade de fazer.

- Dez minutos. É somente isso que terá de mim,mais nada.

- Ficarei satisfeita.

Ela sai da frente dele que segue para sua sala. Lívia o acompanha, e ao entrar fecha a porta.

A sala é espaçosa e cheia de estilo.
" é, o homem tem bom gosto..." Pensa ela.

- Sente-se.

- Estou bem de pé.

- Eu insisto, Sente-se.

Ela se senta na poltrona bem a frente da mesa enorme dele.
Ele fica a olhando esperando que se manifeste.

- Então, suponho que tenha algo a me dizer,então...fale logo. Meu tempo é precioso, ah...mas já disse isso, não é mesmo?

Ela nem se abala.
Pega alguns papéis que trouxe em uma pasta.
Entrega a ele.

- O que são esses papéis?

- Os advogados da empresa do meu pai fizeram uma grande busca. Estão aí tudo ao que se refere às contas do meu pai. E sinto informar, não pode fazer o que está tentando fazer...

Nick olha atentamente os papéis.
E depois disso a encara de modo arrogante.

- Substimei você...muito bem srta...acontece que tem uma coisinha que "seus" advogados não se atentaram...essa dívida do " seu" Pai nada tem a ver com a empresa em questão...no caso a sua falida empresa. Acontece que meu pai tinha um acordo com o seu pai. Diversas vezes quebrado. Pois bem, minha cara. Eu não vou perdoar nada.

- Mas...Seu pai...

- Morreu? Era isso que iria dizer?

Ela se sente muito mau com essa situação.

- Meu pai, sempre foi um tolo. Desculpe. Tolerante...e assim ficou no prejuízo, sempre. Por pensar nas pessoas, é esquecendo-se do principal: amizade e dinheiro não se misturam...e digo a você, não sou nada parecido com meu pai.

- Percebi...é intolerante ao extremo!

Ele a encara. E seus olhos azuis agora parecem uma grande tempestade prestes a desabar.

- Se esperava que eu iria perdoar...enganou-se. Então, se era apenas isso que desejava comigo...pode ir,não mudei minha opinião em nada.

Lívia sente de verdade vontade de jogar o imenso vaso decorativo que está na mesinha de canto na cabeça dele, mas se contém.

- Ouça só sr Richmam...não estou aqui para pedir que perdoe coisa alguma! Quero pagar de alguma maneira...nem que tenha que trabalhar minha vida toda para que quite essa divida com você. Tenho joias de família...posso tentar vendê-las e com as propriedades de meu pai...conseguir ao menos uma parte da dívida.

Ele estreita os olhos.
Ela não está falando sério.
Não deve estar a par de tudo em questão.

- Olha só, não sou instituição de caridade. Não quero suas joias...e quanto as propriedades, esquece. O banco já as bloqueou. Em que mundo vive? Tem ideia do mutante que seu pai deveme?

Ela agora fica sem saber o que dizer. Na verdade...muito dinheiro.
Um absurdo quase impagável...e ela sabe disso. Mas esperava que o homem fosse maleável.
Ah, como se enganou...

Nick olha no seu relógio caríssimo no pulso.
Os dez minutos já se passaram, e ele não pretende dar um minuto a mais de atenção a ela.

- Creio que já terminamos.

- Não pode fazer isso...como consegue dormir?

Sorri.

- Tenho uma cama confortável e lençóis de seda puro. Claro que durmo muito bem...(olhar malicioso, quando percebe a moça ficar vermelha) agora tenho uma reunião e não vou me atrasar, por favor...vá resolver suas questões com seu pai. E me dê uma data para podermos terminar com isso. Como disse...sou muito ocupado.

Ela se levanta e olha muito pra ele, antes de sair ainda diz:

- É mesmo muito sinico. Mas, não vou dar por encerrada a nossa conversa.

- Adeus srta. E quando sair, feche a porta,por favor.

Ela sai furiosa e bate a porta com força.
Ele nem se abala.

" Hum, trabalhar a vida toda pra mim, não é? Interessante..."

Sorriso muito mau mesmo.

escravos do amorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora