Primeira lição

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Três dias.

O silêncio de Ava durou três longos e intermináveis dias.

Três dias nos quais Toto não conseguiu parar de pensar nela, na forma como ela tinha, com poucas palavras, colocado ele de joelhos. Na forma que ela tinha feito com que ele implorasse por um toque, por uma ação, por uma ordem para finalmente experimentar o que ela era capaz de proporcionar a ele.

Porém, a primeira ordem que ele tinha recebido como submisso de Ava foi ir embora.

O caminho de volta para o carro naquela noite foi amargo. Não era como se Toto não estivesse habituado aos reveses das vida ou as frustrações, mas aquilo atingiu uma camada mais profunda dele. Não era como perder uma corrida ou ter um encontro ruim, mas algo pior, mais doloroso. Era como ser rejeitado, humilhado, como se ele não fosse bom o suficiente para Ava dedicar a atenção dela a ele.

Sufocado com aquela sensação, Toto só conseguiu fazer uma coisa depois que sentou no banco do motorista do carro.

— Porra! — ele berrou, dando um soco no volante.

Nos dias seguintes, com a cabeça mais fria, Toto conseguiu refletir melhor sobre o que tinha acontecido e acabou concluindo o óbvio: o que tinha acontecido tinha sido o resultado do comportamento dele e não necessariamente a vontade de Ava. Porém, ele ainda acreditava que merecia uma nova chance para mostrar que era capaz de obedecê-la da forma que ela queria.

A chance veio através de uma mensagem simples, simplesmente com dia, horário e local. E lá estava ele, exatamente no mesmo lugar que 72 horas antes, com o coração batendo forte dentro do peito.

Ava abriu a porta com um sorriso malicioso nos lábios pintados de nude.

— Boa noite, garoto — ela disse, num tom sensual que percorreu o corpo de Toto como uma carícia. "Foco, pelo amor de Deus, foco", ele pensou consigo.

— Boa noite, senhora.

Ele passou pela porta com os ombros tensos, concentrado na própria respiração e não na forma como Ava o olhou com um brilho malicioso no olhar, muito menos no robe preto de cetim com o seu decote nada modesto. Depois de trancar a porta do apartamento, ela pediu para que a acompanhasse, o clique dos sapatos de salto ecoando pelo corredor.

Ao entrar no quarto pintado de cinza, Toto sentiu um aroma diferente invadir as narinas dele. Era um cheiro que o lembrava do perfume que Ava usava, com suas notas almiscaradas e doces, mas sem o principal elemento que fazia aquele aroma único, que era o cheiro da pele dela.

Aquele pensamento fez com que uma onda quente percorresse a pele dele.

— Tudo bem? — Ava perguntou.

— Sim, senhora.

— Espero que você tenha usado os últimos dias pra repensar o seu comportamento — ela disse, enquanto ia até a cama e se sentava sobre o colchão, que estava estranhamente vazio, apenas com um lençol escuro sobre ele.

— Sim, senhora — Toto disse, fazendo um esforço consciente para manter os olhos no rosto de Ava e não na pele exposta do colo dela.

— Presumo que, desta vez, vai cumprir o nosso protocolo à risca, certo?

Ele apertou os lábios.

— Sim, senhora.

— Então pode começar.

Soltando um suspiro, Toto começou a se despir, começando pela camisa azul-bebê que estava usando. Depois, foi a vez de abrir o cinto e a calça cor de creme, deslizando o tecido pelas pernas junto com a cueca. Ao contrário da primeira vez, em que a excitação que sentia chegava a ser dolorosa, ele estava um pouco mais relaxado, calmo. No fim, ele precisava estar, especialmente se queria agradar Ava. E era o que ele mais queria, enquanto se ajoelhava no chão, os olhos fixos na madeira clara.

Lições de ObediênciaWhere stories live. Discover now