Porque eu odiava estar em helicópteros.

Odiava o barulho que eles faziam quando estávamos na sala de aula. Quando ficavam tão próximos em cima da casa dos González que eu jurava que cairia bem em cima do telhado. Era péssimo mergulhar e de repente aquele ruído grave ser perceptível até debaixo da água. O mesmo susto e a perturbação sempre rondando em cada passo que eu desse como se tivesse sendo perseguida. Eu não me importaria se aparecesse algum monstro marinho e derrubasse a máquina de voo em uma dessas datas atípicas. Fantasiavam tanto essa cena no triângulo das bermudas que eu ficaria satisfeita se os meus ouvidos não ouvissem o som irritante graças à ajuda dos seres marinhos.

Então se um dia me perguntassem se eu tinha algo contra helicópteros, sim! Tenho uma lista completa do quão chato é o barulho que ecoavam. Não tinha desculpa. Com a tecnologia moderna, já deveriam ter feito os que não provocassem o som perturbador. Dinheiro e inteligência era o que não faltava.

— Não estou acreditando no que vejo!

E quando finalmente a aeronave pousou em uma área verde e plana de Tenerife, Fernando nos esperava visivelmente feliz encostado em um Jeep azul. A minha primeira ação foi de correr para abraçá-lo e sorrir quando fui erguida por alguns segundos do chão, nem parecendo que foi somente alguns dias que nos encontramos no casamento.

Embora não tivemos muito tempo juntos.

Falamos um pouco na festa depois do irmão dele aprontar comigo em público, e só o vi de manhã no café em plena despedida. Pedri os deixou primeiro no apartamento e seguiu madrugada adentro ao meu lado na comemoração.

E quando ele voltou o xinguei por isso. Não queria ir apenas eu e ele no carro. Ter a família por perto era um porto seguro para as artimanhas que o González usava.

A mesma que eu acatava vergonhosamente como uma boba derretida.

Pedri chegou ao meu lado com a minha mochila no ombro e mantive a alegria no meu rosto ao ver que o que não aparentava ser o mais velho o puxou para um abraço apertado. Sempre achei engraçado como reclamava que demonstrava carinho bem mais do que o Pedri, e até hoje, nas redes sociais, ele revelava sua indignação divertida e para todos saberem dos gestos escassos que recebia em troca.

Eu cheguei a concordar muitas vezes com ele na escola, mas aprendi que o método dos dois era diferente. era mais de dizer, e Pedri era mais de fazer.

O jogador poderia ser mais contido e não fazer um alvoroço em público, mas isso não significava que gostava menos. Ninguém além dos seus amigos poderia imaginar que ele arremataria meio milhão apenas para poder jantar comigo. Ele gostava de que somente a própria pessoa soubesse do que estava fazendo e só. Era o suficiente. Não precisava da aprovação de terceiros. Precisava da aprovação de quem ele queria demonstrar.

Mas isso não significava que não fosse tão louco quanto eu.

— Isso aqui é um marco histórico. — aponta para todos nós e depois fica no meio, nos abraçando de lado. Estávamos em terra firme agora, mas os caminhos da água salgada ficava bem próximo de onde o helicóptero pousou. Seguindo em um percurso particular entre os montes enormes da ilha em um verdadeiro rio em progresso. — Depois de quatro anos o terror de Tenerife está de volta!

Ai, meu Deus. O terror de Tenerife?

Começo a rir loucamente. Até estava parecendo não ser tão ruim assim estar de volta.

Pelo menos nesses dois minutos presente.

— Pois é.....

— E já estava passando da hora. — ele olha para Pedri, que mantinha as mãos nos bolsos. — O mano não cansa de querer a minha irmãzinha só pra ele. — e no mesmo instante vem e me abraça por completo, olhando para o irmão antes de se voltar para mim. — Sabe quantas vezes eu disse pra ele te trazer só nesse mês?

Glitch • Pedri GonzálezWhere stories live. Discover now