𝟏𝟑 | 𝐋𝐈́𝐑𝐈𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀𝐍𝐂𝐎𝐒

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A porta do veículo se fecha e a única coisa que eu consigo prestar atenção é em meu filho deitado naquela maca. Meu coração permanece disparado e nem sei se conseguirei ficar calma de novo.

dezembro de 2007

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dezembro de 2007

ENTRO CORRENDO DENTRO de casa e encontro meu pai colocando um vaso enorme com flores brancas em cima da escrivadinha de madeira da nossa sala.

— Buenos dias, papa — o cumprimento, ficando ao seu lado.

Assim que me aproximo, o cheiro forte de flor impregna minhas narinas. Um cheiro diferente, mais agradável. E não como as rosas que imediatamente nos remetem a morte, velório, enterro.

Papa olha para mim, os olhos brilhando em estar fazendo algo que gosta. Ele amplia o sorriso no rosto em me ver e rapidamente passa o braço por trás de mim para me abraçar e me dar um beijo no alto da cabeça.

— Hola, mi hija. ¿Como estás?

— Bien, papa.

O homem, que é muito mais alto do que eu, estica ainda mais o pescoço para olhar pro relógio acima das nossas cabeças, logo em seguida ele verifica alguma coisa pela janela.

— Estás demasiado cedo. — Ele se certifica. — ¿Por qué no estás con tu mejor amigo?

— Joaquin? — Ele assente como resposta. — Ah, papa, ele no és mi mejor amigo.

— ¿No? — Meu pai faz uma careta de confusão e sorri maliciosamente. — ¿Ese chico já se declarou? Mi hija, ¿no me digas que estás namorando con ese flacucho?

— Credo, papa! — Bufo, incrédula. Namorar com o Piquerez? Deus que me livre. Ele é nojento e meio burro. — Nunca namorarei con Joaquín. Dios me libre!

— Ufa. — Papa suspira aliviado, colocando uma mão sobre meu ombro. — Gracias a Dios. Eres muy joven, mi princesita. ¿Quién sabe cuando estiver mayor e ese chico já estiver jugando en River?

— ¿Piquerez en River Plate? — Solto uma risada genuína vinda do fundo da minha alma. — Nunca, papa. Ele es desengonçado. Una mula. Para jugar en un equipo grande como River, tendrá que suar sangre.

— Ele tienes talento, mi Bella. Confío nele, vás longe. Quizá tenga sucesso en un equipo brasileña, ¿já pensaste?

Solto outra risada. Time brasileiro? O Piquerez? Nunca. Uma mula como ele não vai sair nem dos timinhos fracos do Uruguai.

— Papa, estás soñando demás.

Meu pai sorri para mim, suas covinhas aparentes assim como algumas rugas de cansaço em sua testa.

— Hija, no gusta dele?

— Como amigo, solo.

— No sai de su pé, pensei que estivessem apaixonados.

INTERE$$EIRA ━ palmeirasWhere stories live. Discover now