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A primeira coisa que fiz quando acordei foi pegar meu celular e ligar pra Madi. Contei sobre a visita inesperada de Chris, sobre nossa conversa, sobre o que eu senti durante e depois e como estava agora que ele já tinha ido embora de Chicago.
Obviamente, Madi já sabia que ele vinha, foi a garota que comentou o número do meu apartamento e o hotel em que eu estava, assim como eu desconfiei desde o início.
-E agora, o que pensa em fazer? -Madi pergunta, me olhando curiosa pela tela.
-Ainda vou ficar aqui por mais uns dias, mas isso bagunçou minha cabeça. Sinto que preciso conversar com Angel, e eu não posso voltar pra L.A sem saber se vou dar mais uma chance ou não pro Chris. Acho que assim que eu pisar aí ele vai me chamar e vou precisar encarar isso, então preciso pensar bem.
Deixo o celular apoiado na bancada do banheiro enquanto falava e penteava meus cabelos.
-Fico feliz em te ver lidando com isso de uma forma saudável. Apesar das bebidas, você não deixou nada tomar conta e agiu como a pessoa incrível que é, tenho orgulho de ser sua amiga. Vou deixar você pensar, não se sinta pressionada em me ligar tanto, mas mande notícias sempre. Amo você, fica bem, se precisar estou aqui.
Sorrio e falo algumas últimas palavras antes de ver a chamada sendo desligada. Madi era uma boa amiga de Chris antes mesmo de me conhecer, mas não pegou seu lado quando viu que ele tinha errado comigo, e eu aprecio que ela tenha tido consideração no momento que precisei.
Acabei de me arrumar e tomei meu café da manhã no hotel, como fiz todos os dias desde que cheguei, voltei pro meu quarto apenas para escovar meus dentes e escolher um moletom na minha mala.
Chris não tinha me mandado mensagem e isso me fez acreditar que ele me deixaria em paz pelo resto da viagem. Sabia que seriam dias de ansiedade pra nós dois, hora de pensar se segundas chances valem a pena e se ele merecia isso, ou entender que estamos acabados de verdade.
Além disso, tenho que pensar no que sinto por Angel e o que quero com ela. Não vou iludir a garota de nenhuma forma ou alimentar esperança onde não poderia existir nada. Afinal, não posso me esquecer que estou em Chicago, bem distante de Los Angeles e de tudo que conheço, a ideia de uma nova relação aqui viria junto de uma possível mudança radical.
Digo um breve bom dia para o motorista e me permito focar na paisagem da janela. Mandei uma mensagem simples para Angel pedindo um dia sozinha e ela aceitou sem me fazer perguntas. Era bom ver que ela respeitava meu espaço e não insistiu em saber se tinha algo de errado, eu definitivamente não saberia como responder.
Entrei pela porta automática de vidro do shopping e tentei me desvincular de qualquer pensamento sobre Chris ou Angel. Hoje era pra ser um dia de descanso, aproveitando minha própria companhia e cuidando melhor de mim. Andei pelos corredores procurando alguma loja que me interessasse.
