▊ 01. The prodigy Ballerina.

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— Que horas o espetáculo vai começar?

— Daqui á cinco minutos.

— Certo... — Ela ultrapassa os dedos nervosos pelas pernas. — Esse é meu espetáculo mais importante, Will.

William observa o nervosismo da loira com uma expressão preocupada em seu rosto. Ele  estava na casa dos trinta anos, ostentava cabelos platinados e olhos estranhamente pretos, como ônix. Vestia apenas ternos caros e não se importava em ser esnobe com seus pertences, o que era de certa forma preocupante, já que isso o tornava doente por dinheiro. Mas Alissa tinha apreço por ele, William vinha cuidando dela e de Stefan, e apesar de perceber o puro interesse em lucrar com seus esforços, no fundo, construíram uma amizade sólida.

— Minha musa, eu preciso que faça uma performance nunca vista antes. Uma família nobre, detentora de grande renome e influência,  foi convidada para prestigiar um de seus espetáculos. Eu preciso que você os conquiste e os fascine com todo o poder que você tem nos seus movimentos. — Ele sussurra para ela como se compartilhasse um tipo segredo e a mulher apenas presta atenção em cada palavra. — É importante para nosso bar. É importante para mim.

— Prometo que darei meu melhor. Até que consigo ser bem extrovertida e gentil quando quero...— Ela diz com seriedade, William a olha de cima a baixo, e solta um sorriso irônico, sabendo que isso seria difícil para a garota, já que ela possuía uma personalidade forte. A loira logo franze o cenho e decide ignorar a ironia de seu chefe.

Mas repleta de curiosidade para saber mais sobre os "supostos colaboradores", a loira pergunta:

— Quantos são?

— Dois. — Ele responde, tirando um cigarro do bolso e acendendo-o, soltando uma fumaça que causa desconforto nela. O cigarro trazia à mente lembranças desagradáveis de seu pai.

— Não entendo o motivo para tanta preocupação. Não será difícil, William. Já fizemos isso outras vezes. Esses dois devem ser só mais um de muitos daqueles manipuláveis e privilegiados filhinhos de papai que vivem as custas de suas heranças, embriagados e insensíveis, que têm seu desejo descontrolado diante de qualquer mulher, como cachorros no cio. Velhos padrões, nada surpreendente.

— Alissa, estamos falando de uma família extremamente poderosa. Não me decepcione, minha musa. Sei que eles costumam ser horríveis com as mulheres e não possuem respeito nenhum, mas com um pouco de simpatia e conversas podemos ganhar muita coisa. Estamos falando de dinheiro, muito dinheiro em jogo e se eles gostarem do lugar e da sua performance será bom para ambos. Eu expando meu negócio, e você a sua carreira. Só temos a ganhar.

— Ei, calma. Eu consigo! — Ela o conforta. — Alguma vez já o deixei na mão?

Ele cria uma expressão boba, como se estivesse pensando algo, e Alissa responde semicerrado os olhos e pondo as mãos na cintura.

— Sim.

— Pare de cena, nós dois sabemos que isso é mentira. Acho que quem deveria estar nos palcos era você com todo esse talento. — A mulher de olhos verdes brinca e volta a se concentrar no espelho á sua frente.

— Com certeza você será esplêndida. Sempre nos surpreende com teus espetáculos, mas por favor, eu rogo que utilize todo o seu poder de encanto; eles podem ser de grande ajuda para o crescimento do nosso bar. Sabe que meu desejo é expandir nosso negócio para a França. — Ele diz agora com sotaque, sempre usava essa linguagem mais sofisticada quando ficava nervoso.

  𝐃𝐀𝐘𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓, 𝘒𝘭𝘢𝘶𝘴 𝘔𝘪𝘬𝘢𝘦𝘭𝘴𝘰𝘯 Where stories live. Discover now