Capitulo 1

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Felicidade de pobre dura pouco, muito pouco, eu vim para os Estados Unidos para trabalhar em um café, minha vida estava uma bagunça no Brasil, sem família nem dinheiro. Fui indicada por uma mulher da agência de empregos, para a vaga no exterior, realmente achei que não seria escolhida, mesmo assim fiz todas as etapas.

A ligação naquela manhã de setembro foi a mais feliz da minha vida, um ano morando fora, ganhando em dólares, e só teria que fazer café e bolos.

No dia do embarque havia mais quatro mulheres comigo, estavam tão alegres tirando foto, fiz amizade com elas, trocamos números, para mantermos contato. Quando saímos do aeroporto já no Texas fomos separadas, cada uma em um carro, eu sentei no banco e coloquei o cinto, tão distraida, quando senti como um beliscão iguais ao que levava da minha mãe quando dormia no culto da igreja, aquela dor no meu pescoço queimando, olhei para a mulher da agência, ela estava segurando uma seringa vazia, não consegui falar nem uma palavra meu corpo ficou mole e a minha visão escureceu.


Abrindo lentamente os olhos, piscando para acostumar-se com a claridade daquela sala, a mulher tenta mover as mãos, mas encontra resistência, resmungando um xingamento, ela se encolhe com a dor de cabeça latejante.

—Ela está acordada, comecem a remoção. —Uma voz grave fala em inglês.

Um homem usando uma balaclava preta se aproxima e remove as algemas que mantém minha mão presa na maca, sua mão com luvas tocando seu corpo, faz ela perceber que está nua.

Eles tiraram minhas roupas? Tento me encolher para que ele não veja meu corpo mais ainda, o homem me levanta da cama. Sou carregada nos braços enorme dele, estou muito tonta não consigo me mover, para empurra-lo ou prestar atenção para onde está me levando. Sou colocada em algumas panos macios no chão, outro homem um pouco mais velho se aproxima, ele não usa mascara, olhos azuis frios e crueis, cicatriz grossas na bochecha, os dedos ásperos percorre meu rosto.

—Linda, meus garotos vão gostar de você. —Fala com um sorriso, aproximando o rosto do meu, consigo ver sua plaqueta militar,"S.Miller".

Ele se afasta saindo da sala e a porta de metal grosso se fecha em um baque alto atras dele, o medo que estou sentido, faz meu corpo tremer,  apenas fecho os olhos desejando que tudo seja apenas um sonho. Como pude ser tão idiota eu devia ter desconfiado, merda, "Deus se estiver me ouvindo desta vez, me ajuda". As outras garotas elas devem estar na minha situação também? Se eu sair viva deste lugar vou foder com estes filhos da puta.

A porta é aberta, dois homens entram arrastando outro inconsciente, o colocando nos panos do chão ao meu lado, e aplicam com uma siringa um liquido vermelho em sua nuca.

—Ei, por favor, deixe-me ir.— Imploro com a voz chorosa.

Mas eles nem me olham apenas se retiram, olho para o homem que trouxeram, ele está pelado assim como eu, seu cabelo vai até a altura dos ombros, loiros dourados acizentados, a várias cicatrizes rosadas antigas e novas em suas costas, sua pele é bem clara, o mesmo não emite nem um som ou movimento, apenas fico observando ele, será que ele está morto? Espero que não, além de ser sequestrada e estar nua ainda tenho que ficar perto de um cadáver isso passa do limite humano.

—Moço, ei acorda. —Chamo ele com a voz trêmula e baixa.

Quando estou prestes a levantar, a porta e aberta e outros homens entram carregando outro inconsciente no mesmo estado do loiro, o colocando perto de nós dois, aplicam o mesmo liquido e se retiram, seu cabelo e escuro e um pouco mais curto, ele tem queimaduras e cortes, posso sentir alguem me olhando. Os olhos dele piscam confusos, ele olha em minha direção, dourados? Nunca vi alguém com olhas assim, ainda mais me encaram com raiva, o que foi, será que ele acha que eu fiz alguma coisa com ele?

Fico encarando o loiro que me olha desconfiado, o outro se meche, grunhido de dor, passado uns minutos, finalmente consigo mover meu corpo, e os dois homens também pelo que vejo, eles me encara com muita raiva e depois olham um para o outro.

A sala está com um clima pesado, um arrepio em minha espinha, algo estalou em minha mente, ao ver as unhas em forma de garras, eles não são humanos, não totalmente, as presas aparentes enquanto eles rosnam, abaixo a cabeça, e muito para pensar.

Destroyer Where stories live. Discover now