Prólogo

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Execução.

A única penalidade possível para um pirata.

Sabia que vir a Londres não seria uma boa ideia, mas o capitão Black nunca pensou que seu fim estaria tão próximo. Não teria negado aquela noite com a prostituta ruiva e o último drink com Prince, o seu imediato.

Suas botas escuras encontram o banquinho sujo da cela e o empurra para o chão, o barulho não foi alto, mas havia sido o suficiente para que o soldado magricela o cutuque com força com um bastão.

- Perdeu a noção do perigo? - o rapaz fardado o encara com superioridade.

O capitão puxa o bastão frio de forma brusca, e o soldado poderia jurar que em um piscar de olhos o homem corpulento e alto estava com o rosto muito perto do seu, sente as grades frias e enferrujadas contra a sua bochecha.

- Acha que essas grades são o suficiente para deixá-lo seguro na minha presença? - o mais baixo nega veemente com a cabeça.

- Scar, não achava que você teria coragem de voltar a Londres. - uma voz rouca e familiar faz o seu coração acelerar.

O moreno ergue o rosto lentamente para encarar o senhor de barba cinzenta, sua pele era bronzeada e aparentemente áspera, o seu pouco cabelo claro revelava um couro cabeludo avermelhado pelo sol.

- Almirante Lane. - o pirata sorri ironicamente, largando a farda do rapaz magro com brutalidade. - imaginei que a última vez que o veria seria na sua morte.

Seu sarcasmo gera um certo divertimento no velho, que tira o seu chapéu com um sorriso vitorioso no rosto.

- E veja só que ironia, nos encontramos na sua.- se aproxima da cela, afastando o soldado. - Quando você for para a forca, farei questão de chegar cedo para não perder um só segundo.

O mais novo gargalha com tranquilidade, apoiando as suas mãos grandes nas grades frias, abaixando o olhar para encontrar os olhos do Almirante, que permanecia com a sua postura impecável.

- Não acho que a sua esposa se divertirá tanto assim. - retruca venenoso.

- Garoto, você ainda continua o mesmo insolente de sempre, por isso nunca passou do que é! - o ar de divertimento some do Almirante. - Por isso nunca vai passar de um pirata. - cospe nos pés do mais novo, que tinha o seu sorriso mais largo do que nunca.

   Dois dias depois

Havia chegado o dia da sua execução, e o capitão estava mais tranquilo do que pensara, nunca temeu a morte, mas não queria ter deixado a sua tripulação sozinha, e gostaria de acertar as coisas com Katherine.

Passos pesados chamam a sua atenção e o faz erguer o rosto, uma dúzia de soldados o esperavam em formação.

Mas que merda era aquela?

Não era nem três horas da manhã.

- Chegaram cedo demais, garotos. - sorri. - vocês conhecem a cerimônia, tem que ser em praça pública, a caminhada da vergonha, não estão fazendo direito, eu sou um tipo de estrela, mereço um horário nobre.

- O duque de Beaufort deseja vê-lo, pirata.

Não! Tudo menos o maldito duque, preferia ir para a forca.

- A tortura é mesmo necessária antes da execução? - tenta, mas em questão de minutos estava sendo levado à força até a mansão pomposa do maldito duque.

As luzes do marWhere stories live. Discover now