A Ordem Da Lua

78- Calmaria

Foi minha vez de bufar _pareço viva.

Ele arqueou a sobrancelha frustrado _depois de quase se matar no processo? Quantos dias acha que está nessa cama hein Crystal? _eu ia dizer alguma coisa, mas ele não deixou _nesse maldito estado de inconsciência, e eu precisando apenas ter paciência, não podendo fazer nada, e apenas me contentando com as promessas de que você ficará bem, e que passar cinco dias desacordada é normal!

Cinco dias? Isso me acertou com força, me endireitei mais na cama, como se o fato de ter ficado esses dias todos inconsciente pudesse de alguma forma ter me feito desaprender a controlar meu corpo _todo esse tempo? _questionei incrédula.

Tyler não melhorou seu humor _sim Halle, todo esse maldito tempo! _usou meu antigo sobrenome como se fosse um perfeito xingamento.

O olhei de súbito ficando também irritada _não fique com essa cara, quem ficou inconsciente foi eu, não você! _gesticulei quase fazendo o copo que eu ainda segurava voar pelo ambiente.

_Exato _falou sério, ao mesmo tempo que agarrava o copo da minha mão e o colocava novamente sobre a mesa no canto _foi você!

Eu entendia que ele havia ficado preocupado, mas havia sido ele a começar com o papo sobre sacrifícios antes da missão _ei _o lembrei _não foi você a levantar o tópico camicase? _acusei _não foi você que disse que em uma missão era normal haver sacrifícios?

Ao ouvir minhas palavras ele me encarou sério, colocou uma mão em meu queixo, o segurando firmemente _é _falou com o olhar perdido _Isso parece bem razoável quando o sacrifício não é alguém que você ama!

Ouvir as palavras do Tyler me deixou com a sensação da minha garganta estar mais seca do que havia estado antes. Eu olhei no fundo dos olhos do meu amigo, e por alguns instantes eu jurei que iria me afogar naquele mar cor de jade, eu então abri a minha boca para responde-lo, já havia chegado a hora de conversarmos sobre tudo que permanecia entalado em nossas gargantas, mas quando eu abri a boca para reponde-lo a porta do quarto se abriu, interrompendo novamente o nosso momento.

Quem adentrou pela porta da sala foi minha avó, Jane Sullivan, uma figura distinta e elegante. Vestia uma calça creme que ressaltava sua postura impecável, enquanto uma camisa cor cáqui acrescentava um toque de sofisticação à sua aparência. Seus cabelos dourados estavam habilmente presos em um rabo de cavalo requintado, revelando uma sensação de serenidade e graça. Em suas orelhas, pendiam brincos em formato de pequenas gotas translúcidas, que cintilavam suavemente à luz, emitindo um brilho sutil e discreto, em perfeita harmonia com a elegância da mulher.

Ao me avistar sentada na cama, dialogando com Tyler, a expressão da mulher foi de um alívio palpável, como se um peso considerável tivesse sido retirado de seus ombros. _Então, está acordada! _Ela direcionou seu olhar para Tyler com seriedade. _Você se mostrou um péssimo cumpridor de promessas. Não me disse que assim que ela acordasse, me avisaria? _A mulher proferiu as palavras com uma fachada de seriedade, embora, no fundo, sua atitude indicasse mais alívio do que raiva.

Tyler deu de ombros _pois ela acabou de acordar _ele também não pareceu se impressionar com a reprimenda fingida da elegante mulher.

Jane o olhou e deu um fraco sorriso _pois agora peço que se retire para que eu possa conversar com a minha neta, e obrigado meu jovem Montreal, a amizade de você para com os meus netos me alegra muito! _Tyler apenas assentiu diante do agradecimento da mulher, ele então me olhou como se sentisse muito em ter que sair dali _vocês terão bastante tempo para conversar depois meu querido _falou minha avó _agora me deixe falar um pouco com a minha neta _Tyler novamente assentiu, saindo do quarto e me deixando com minha avó.

Após Tyler sair Jane Sullivan passou a me avaliar atentamente, depois com um sorriso travesso nos lábios ela disse _então, virou agora uma espécie de macaco para subir em árvores?