Marcas

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Dezembro de 1976
Segunda-feira, dia 06

Fallacia — as duas falaram juntas.

As duas seguiram silenciosamente pelos corredores, evitando ao máximo os quadros que dormiam, e os fantasmas que casualmente apareciam pelos corredores

Demoraram alguns minutos para sair do castelo entre pausas e passos lentos para não chamar atenção. Se não estivessem tão concentradas, juraram ter visto sentido algo atrás de si, mas não poderiam prestar muita atenção.

Usando umas das passagens discretas, ao lado dos portões que levavam para fora, estavam, finalmente, na parte exterior do castelo. O vento acariciava os seus cabelos, trazendo consigo uma brisa gélida e real. O sentimento era parecido com a liberdade, embora ainda estivessem nos terrenos da escola.

Caminhavam calmamente pela grama, ainda com o feitiço em si. Não poderiam arriscar serem vistas a esta altura do campeonato. Isso estava fora de cogitação.

Com mais de meio caminho percorrido, deixaram se sentir leves, pela primeira vez naquela noite, aproveitando finalmente o banho de lua. Ela estava tão brilhantemente cheia que chegou a dar arrepios. Não tinham o costume de observar o céu, apenas nas aulas de Astrologia, mas essas só apareciam uma vez durante todo o cronograma de aulas de Violet. O mesmo para Aurora.

Não usavam nenhum tipo de magia naquele momento, apenas a luz da lua era o suficiente para mostrar o caminho. Violet chegou até a cogitar a possibilidade de ela estar mostrando o caminho para si, como se tivesse um segredo a lhe contar.

Após mais alguns minutos, já foi possível perceber a silhueta do grande Salgueiro Lutador. Os seus galhos estavam vazios, e já não lhe pertenciam mais às folhas. Tudo havia sido levado pelo outono, e daqui a pouco viraria uma figura coberta pela neve, devido ao inverno que se aproximava.

As duas andavam com seus braços entrelaçados, no mais absoluto silêncio. Teriam tempo de sobra para conversar depois. Cada segundo era crucial.

Estando perto o suficiente para enxergar com clareza, mas longe o bastante para não serem atingidas de imediato, Aurora preparava a sua varinha. Essa seria uma das vitórias da noite.

Já passando do pensamento para a execução do feitiço, Aurora foi puxada bruscamente em direção a um arbusto, tendo sua boca tampada com a mão de sua amiga.

Quando fiz menção de perguntar, Violet fez um sinal de "silêncio" com a outra mão. Parecendo entender, Aurora foi finalmente liberada.
Com a confusão no rosto da morena, Violet apontou para um ponto mais distante. Era o mesmo caminho o qual haviam feito agora pouco. Alguém seguia por ele também.

Preocupadas, eles decidiram se manter quietas e escondidas atrás dos arbustos, sem fazer barulho ou movimentos bruscos. Precisavam agir como se não estivessem ali.

Ao mesmo tempo, com que o borrão se aproximava, as duas ficavam cada vez mais histéricas, tendo que se conter a todo custo.
Quando chegaram mais perto, pouco antes de enxergarem o seu rosto, puderam perceber as vestes da sonserina. Finalmente, poderia ser Theo.

Quando Aurora se preparou para levantar, foi puxada mais uma vez para baixo, sendo impedida de tomar qualquer atitude. Quando a questionou com o olhar, foi instruída a olhar para a pessoa mais uma vez e foi ali que percebeu de quem se tratava: Severus Snape.
Os olhares expressavam exatamente todas as perguntas que rondavam suas cabeças: como ele havia passado pelos dois monitores de plantão na comunal? E quanto aos fantasmas? E o mais importante, por que ele estava ali?

As duas se encaravam angustiadas. Não tinham como sair dali sem chamar atenção para si, era muito arriscado. O mínimo movimento e seriam expostas. Se tivessem estudado oclumência como haviam combinado, a comunicação seria mais simples nesse momento.
A tensão no ar, enquanto o observavam se aproximando da grande árvore, chegava a ser palpável. Não tinham muito o que fazer além de sentar e esperar.

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⏰ Last updated: Sep 06, 2023 ⏰

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𝗧𝗛𝗘 𝗕𝗘𝗦𝗧 𝗡𝗜𝗚𝗛𝗧 | Remus LupinWhere stories live. Discover now