rambling nonsense

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dedicado àqueles que tiveram
o desprazer de me conhecer.

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às vezes eu me pergunto se a obsolescência programada se aplica a pessoas também - nada é sobre pessoas, sempre sobre lucro.

desenvolvi uma certa fadiga em torno de mim mesma; meu algoz mais grandioso é a eterna lembrança da minha constante situação de inutilidade - estou caminhando numa espiral há muito tempo, quase imutável a não ser em caso de piora.

as reclamações são sempre as mesmas. as lágrimas e o vazio também. nada faz sentido mais - a confusão se torna cada vez maior e mais comum.

afinal de contas, por que nos questionar sobre e tentar compreender a morte e tudo que lhe cerca, se não compreendemos a nós mesmos? e por que tentar fazê-lo, se está tarde demais para viver?

e se nada faz sentido mais, por que sorrir? sorrisos e coisas assim não ajudarão as lágrimas a evaporar. e está tarde demais.

eu já me afoguei e você também.

e não adianta mais tentar o contrário. por que eu, tão ínfima, mas um peso tão grande para os ombros, um mosaico de imperfeições, estou aqui? com minha chegada trago revolta e indignação mascarados de estima e amizade.

permaneço envolta em um desgosto paradoxal. num desejo ambicioso de uma falsa felicidade (não a minha) quero tirar o peso dos teus ombros, mesmo que isso me prejudique. mas, caso isto ocorra, não prejudicará somente a mim - se infelizmente você se importa, isso logo lhe afeta.

e não é isso que eu quero. mas eu não sei ao certo o que eu quero.

permanecerei em repouso, incapaz de mudança, pois a mudança me assusta, trazendo significado negativo e de piora.

e não dá pra acreditar que está chovendo de novo.

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⏰ Last updated: Sep 04, 2023 ⏰

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september rain | chuuWhere stories live. Discover now