Capítulo 9

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Porschay caminhava em direção ao campo de Quadribol. Lá estava tendo o treino da Grifinoria; como a Sonserina havia perdido o último jogo para Lufa-Lufa - graças ao Vegas -, a Grifinoria iria jogar contra a Corvinal para saber quem jogaria com a Lufa-Lufa no último jogo.

Porschay chegou ao campo e se sentou na arquibancada, observando Macau treinar.

Macau contou para Porschay que ele não tinha entrado no time para ser apanhador. Ele queria ser um batedor, ou artilheiro, mas o capitão, Kinn, o tinha colocado naquele posto, e ali ele ficou. Kinn justificou a sua decisão dizendo que ele era rápido, ótimo para pegar o pomo em um momento decisivo do jogo.

Macau notou a presença de Porschay e acenou para ele, mandando um beijo para o sonserino. Porschay sorriu e acenou de volta.

Ele continuou observando o treino, até que sua atenção se voltou para o time da Corvinal que entrava no campo. Os olhos de Porschay foram direto para Nop, o ex-namorado de Macau.

- Já acabamos, pessoal! - Anunciou Kinn, ouvindo suspiros de alegria dos colegas de time. - Vamos deixar o campo pra Corvinal agora.

Os grifinorios estavam indo em direção ao vestiário, Macau iria também, mas Nop o segurou.

Porschay fechou os punhos ao ver Nop conversando e rindo com Macau.

Ele se lembrou do ano anterior, no quarto ano. Ele deu graças aos céus quando descobriu que Macau estava namorando com Nop. Nos próximos meses, Macau largou do seu pé; Porschay poderia dizer que aquele foi o ano mais tranquilo de sua vida.

E agora ele estava marchando para perto dos dois, com uma cara nada boa.

- Eai, cobrinha. - Macau cumprimentou assim que Porschay surgiu ao seu lado, agarrando seu braço.

- Hm. - Porschay murmurou, olhando com uma cara feia para Nop.

- Oi, Chay. - Nop cumprimentou, com um sorriso, analisando Porschay de cima à baixo. Porschay se sentiu atacado, queria lançar uma maldição nele. - Estava contando pro Cau, que o Kim...

- Macau. - Porschay corrigiu, vendo Nop o olhar confuso. - O nome dele é Macau.

- A-ah.. Ok. - Nop assentiu. - Estava contando pro Macau, que o Kim está todo bobo por causa do Charles. Esses dias ouvi ele falando enquanto dormia, e ele tava falando o nome dele!

- Meu primo é muito gado, nossa! - Macau negou com a cabeça, rindo. - O que ele falava?

- Algo tipo: "Te amo, Char", "Você é lindo, Char", essas coisas.

- Ai, que vergonha. - Macau riu ainda mais. - Meu corpo doeu de tanta vergonha!

- Acho que é de família, pois você também fala enquanto dorme. - Nop comentou, com o rosto sério de repente.

Porschay arregalou os olhos. Como Nop sabia que Macau falava dormindo? Eles já tinham dormido juntos? No mesmo quarto? Na mesma cama?!

- É-é.. Pois é. - Macau coçou a nuca, vermelho de vergonha.

- Macau. - Porschay o chamou, sério. Macau o olhou assustado pelo seu tom. - Vá se trocar. Agora.

- T-tá bom. - Macau assentiu, caminhando rapidamente para longe dali.

Quando Macau entrou no vestiário, Porschay olhou para Nop, se surpreendendo quando notou que a expressão dele tinha mudado drasticamente: quando Macau estava ali, ele estava com uma expressão calma e gentil; agora, ele olhava para Porschay com raiva e rancor.

- Cara feia da ruga, sabia? - Porschay alfinetou, vendo Nop bufar.

- Me erra, Porschay. - Nop revirou os olhos e caminhou para os colegas de time, trombando com o ombro de Porschay no caminho.

Porschay fez uma careta e caminhou até o vestiário, ficando do lado de fora para esperar Macau, e também para observar o treino da Corvinal.

Nop era o goleiro do time, e restavam treinando a velocidade dele para impedir que a goles passasse pelos aros.
Porschay se divertiu muito, enquanto murmurava encantamentos que confundiam Nop, e ele acabou deixando todas as goles entrarem nos aros. Agora ele recebia uma bronca do capitão do time, enquanto Porschay tinha o rosto vermelho de tanto rir.

- Do que você tá rindo? - Macau perguntou quando saiu do vestiário.

Porschay pegou a mão de Macau e, agora, os dois caminhavam para fora do campo de Quadribol.

- Eu só me lembrei de uma coisa engraçada. - Porschay mentiu. De repente, se lembrou do que Nop tinha dito alguns minutos atrás e deu um tapa no braço de Macau.

- Aí! O que foi? - Macau passou a mão no local atingido. - Por que você me bateu?

- O que foi aquilo que o Nop disse? Vocês já dormiram juntos?! - Porschay perguntou, levantando a mão para dar outro tapa em Macau, mas ele segurou ela.

- Você tá com ciúmes? - Macau perguntou, com um sorriso divertido.

- Não! - Porschay gritou, vendo Macau rir.

- Tá com ciúmes, sim! - Macau sorriu e se aproximou, deixando um beijo na bochecha de Porschay. - A gente já dormiu junto, sim. Éramos namorados no ano passado, se lembra? Namorados fazem isso.

- A gente não faz. - Porschay lembrou, fazendo beiçinho.

- Você quer dormir comigo? - Macau perguntou, vendo Porschay se calar, pensativo se deveria aceitar o convite. - Vamos! Aproveitar o final do inverno e dormir de conchinha.

Porschay sorriu pequeno ao imaginar ele dormindo nos braços quentinhos de Macau. A ideia era tentadora.

- Eu aceito. - Porschay respondeu, ganhando mais um beijo. - Não vamos ter problemas se eu dormir no seu dormitório?

- Nunca tive problemas com o Nop. Não vou ter problemas com você. - Macau citou Nop de propósito, apenas para rir da cara fechada de Porschay.

- Ele já dormiu mais de uma vez no seu dormitório?! Seu.. - Porschay tentou o bater, mas Macau o abraçou, prendendo os braços dele. - Me solta!

- Que fofinho você com ciúmes! - Macau riu alto. - Amor, não precisa ter ciúmes, eu só tenho olhos pra você.

Porschay ficou parado no lugar, no conseguiu caminhar quando Macau o puxou.
Seu coração batia com o apelido que Macau o chamou, sentiu o rosto ferver.

Mas, ao mesmo tempo que seu coração batia feito louco, seu cérebro também pensava como um, se auto sabotando: aquelas palavras amorosas não eram verdadeiras, Macau estava encantado, nada daquilo era real!
Sua mente o lembrou de Nop, ele, claramente, ainda gostava de Macau. E a mente maldosa de Porschay disse que, assim que ele livrasse Macau do seu encanto, os dois ficariam juntos novamente.

Aqueles pensamentos deram um nó em seu estômago.

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tô com dozinha do chay 🥺

Amortentia - MacauChayWhere stories live. Discover now