— Bobo — sussurrou contra ele sem se deixar esquecer de Alpine, agora tendo que com os dois braços manter a gata e o buquê juntos.

Posição esta que não pareceu agradar a felina.

— Chega por hoje — uma segunda voz masculina suplicou em tom de brincadeira, assustando a Daiana e fazendo o loiro rir, recuando alguns curtos passos. Viraram-se para trás e encontraram o amigo mais íntimo do casal. — Assim vou ter diabetes só de olhar — provocou com um sorriso largo.

— Há quanto tempo está aqui? — Ela franziu o cenho e Lemar ergueu as sobrancelhas, levando a mão ao peito fingindo-se de ofendido.

— Está me expulsando, sra. Walker?

— Claro que não — aproximou-se do homem que não estava tão distante e como forma de cumprimento, devido aos braços ocupados para um aperto de mãos, abraço ou um tapinha amigável no ombro, os homens riram quando a alternativa encontrada por Daiana foi bater a testa no ombro de Lemar. Em resposta, ele lhe deu fracos tapinhas no topo da cabeça. — Sabe que é sempre bem-vindo aqui.

— Ótimo — se espreguiçou. — Porque eu vou ficar para jantar — dizendo isso, se jogou no sofá com sapato e tudo, como se fosse o dono da casa.

— E quem te convidou? — Com uma sobrancelha erguida, a mulher soltou Alpine no chão e com a mão livre deu um tapa nas botas militares tratoradas do Hoskins, para que ele pusesse os pés no chão se não fosse tirá-las, pois estavam sujas de terra.

— Agora preciso de permissão? — Fez o que ela mandou, mas franziu o cenho.

— Sempre precisou — respondeu procurando ao redor por um vaso do qual pudesse encher de água e pôr as suas flores.

— John sempre me deixou jantar aqui sem te pedir — por sobre as costas do sofá, Lemar esticou o pescoço para observá-la e rebateu como uma criança que pensa ter mais autoridade que um adulto, usando o nome de outro.

— Ele me mandava mensagens perguntando — jogou a ele um sorriso convencido e achou graça da maneira com que indignado ele virou o rosto para encarar o loiro que agora coçava a nuca, os olhos no chão como se o ato de não fazer contato visual com qualquer um deles o protegeria de ser incluído na pequena e boba discussão, onde sabia que poderia ter que escolher um dos lados.

— É sério?

— Daiana não gosta de surpresas. Sabe como é... — tentou se justificar, com o olhar lhe pedindo desculpas ao mesmo tempo que continha a risada.

Sim, e mesmo assim você pensou que eu gostaria daquela... um pensamento amargo a tomou antes mesmo que pudesse impedir a si mesma, mas disfarçando num sorriso, ela virou-se para retornar sua busca por um vaso e tratou de expulsá-los de sua mente. Afinal, estavam bem agora e era o que importava.

— E então, como foi a missão? Conseguiram pegar os terroristas? — Desviou a sua atenção de si própria.

— Mais ou menos — comentou Lemar em uma careta, falando com a mulher que de costas para eles ajeitava as flores em um vaso de vidro sobre uma mesinha próximo da sacada. — Não são bem terroristas. Estão mais para rebeldes e... — calou-se, olhando para John em busca de permissão para prosseguir com a informação sigilosa.

Daiana percebeu algo diferente na voz do amigo, então se virou a tempo de ver aquela estranha troca de olhares que a fez semicerrar os olhos em desconfiança.

— E..? — Incentivou.

— São super-soldados — quem completou foi o próprio Walker, uma ideia lhe passando pela cabeça.

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐬 | 𝙱𝚞𝚌𝚔𝚢 𝙱𝚊𝚛𝚗𝚎𝚜Where stories live. Discover now