𝟎𝟓 | 𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐎𝐋𝐓𝐀 𝐍𝐎 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐀𝐃𝐎

Start from the beginning
                                    

E isso porque estou sendo carregada.

Sim, exatamente.

Tem um braço forte em volta de mim, meu quadril está encostando em seu abdômen enquanto ele, um homem, me leva para não sei onde. É um homem cheiroso. Muito cheiroso. Seu perfume é tão bom que viro meu rosto em direção ao seu pescoço e ando toda torta só para conseguir cheirá-lo ainda mais.

O homem é lindo, por sinal, muito lindo. Maxilar marcado do jeitinho que eu gosto. E uma barbicha, que falhou em ser uma barba, ressaltando seus traços mais bonitos. Às vezes prefiro que tenha um mísero pelo no rosto do que não tenha merda nenhuma e fique com a cara lisa. É pele demais para mostrar. Gosto de bigodinhos.

— Eu vou te levar pra casa — ele diz com a voz grave e meio nervosa, consigo notar um tom de preocupação também.

Mas ignoro seu tom. Eu não, na verdade. A bebida me faz ignorar.

Algo nele me é familiar e me faz relaxar. Tenho uma leve impressão de que estou nos braços de Joaco e deixo que me leve embora. Eu sei que ele está com meu filho. Tom está seguro, então eu estou segura.

Confiando, entro naquele carro. Confiando, entro na minha casa. Confiando, deito em minha cama e me aconchego. E é confiando que eu abro os olhos e chamo por Joaco:

— Fica aqui — peço a ele, o vendo hesitar parado naquele batente. — Deita aqui. Comigo.

Dou umas batidinhas no lugar vago ao meu lado no colchão.

Piquerez me olha com dúvida, franze o cenho e sua expressão é diferente da de costume. Ele nunca hesita quando lhe ofereço algo desse nível. Deitar ao meu lado? Nem preciso pedir, Joaco já deita e dorme.

Então por que ele está hesitando tanto agora? Será que fiz alguma coisa? Falei o que não devia?

Depois de tanto pensar, aquele homem bonito se deita ao meu lado. Mas não me toca. Não me aquece. E nem nada. Ele só fica ali deitado, com a respiração totalmente irregular. Ou será que é a minha?

Bom, não dou muita importância. Minha cabeça está começando a doer e eu estou enjoada. Então, irei dormir pra ver se passa.

Se eu dormi, eu não sei por quanto tempo, só sei que agora estou acordada. Muito bem acordada. A presença daquele homem ao meu lado não me deixa pregar os olhos. Não quando tem álcool demais em minhas veias. 

Meu corpo está quente. Muito mais quente que o normal e meu coração tão acelerado que ele facilmente pode saltar para fora do meu peito. E isso por um único motivo em particular: o homem bonito deitado ao meu lado.

Estou de costas para ele, mas sua presença é tão viva e quente que é impossível não senti-lo ali. Sua respiração ainda irregular. Seu perfume forte.

É isso que me faz aproximar o quadril ainda mais dele. É isso que me deixa ansiosa. Ansiando pelo toque dele. Por suas mãos deslizando por meu corpo sedento. Por ele finalmente me possuir. Não quero só seu calor ao meu lado. Quero seu calor em mim.

E não preciso falar para que o homem deitado ao meu lado entenda o que quero. Ele se vira e meu corpo se encaixa perfeitamente nele. Minha bunda roça sua virilha e eu o sinto. Duro. Pronto. Tão ansioso quanto eu.

— Isabella — ele geme, um gemido tão expressivo que desce um arrepio muito desejado pela minha espinha o qual me faz pressionar as pernas em busca de atrito. — Isabella, a gente não pode...

Tem algo diferente na voz dele. Mas não sei o que é.

— Não resista — digo a ele. Mesmo que não queira aceitar o que tanto quer, ele está possuído. Tão possuído quanto eu e está me tocando. Me abraçando de lado. Apertando um dos meus seios com sua mão enorme. — Já estamos aqui...

INTERE$$EIRA ━ palmeirasWhere stories live. Discover now