— O que, quem é você? — a pergunta hesitante faz com que meu coração bata mais forte com o medo que me toma.


Ela escutou tudo, ela escutou a verdade.

— Anna, eu posso explicar... — tento me aproximar dela, mas a mesma se afasta de mim.

— Quem é você, o que é você?! — exige, a voz trêmula, os olhos cheios de lágrimas.

Anna parece tão abismada, que caia de joelhos ao chão, deixando seu guia cair também, tento me aproximar, mas acho que ela escuta meus passsos, pois, se encolhe, me deixando triste.

— Loki, eu me chamo Loki. Fui expulso do meu verdadeiro lar, por isso te encontrei. — conto temeroso, sentindo algo que jamais senti, medo, um enorme medo.

— O deus?! — ri mas não achando graça, parece estar em surto.

O meu silêncio se torna a resposta para a sua pergunta, o modo como ela começa a chorar com as pequenas mãos sobre os lábios, me deixa arrasado, quero abraçá-la, quero dizer que tudo vai ficar bem, quero mentir, dizendo que não sei quem sou e que não escondi a verdade a ela.

Contudo não posso, não mais, chegamos a um ponto, que não consigo mais mentir para ele.

Irônico? Eu, o deus da mentira, não consigo fazer tal coisa, por causa de uma pequena mortal  que me tem na mão.

— Você mentiu para mim todo esse tempo? — a pergunta baixa me causa terror.

Preferia ver ela gritando, me batendo, me xingando dos piores nomes, mas a tristeza, a calmaria e a distância que ela impõe, são as piores coisas e mesmo, eu sabendo que mereço por ter mentido todo esse tempo, ainda assim, fico despedaçado.

— Sim, no começo... — hesito pela primeira vez em toda a minha vida miserável.

— Diga, diga seu mentiroso! — suas palavras doem, como nunca ninguém conseguiu fazer com que doessem antes, mas ela diz a verdade, sou um mentiroso.

— No começo me aproveitei de você, eu fui expulso, não tinha para onde ir e achei que poderia...

— Poderia se aproveitar da cega idiota, não é?! — ri seca, sem humor, tão diferente da mulher doce que conheço.

— Não, nunca jamais, me importei com isso. — ando alguns passos mas paro, assim que ela ergue a mão, pedindo que eu pare.

— Esse tempo todo, eu sendo sincera, eu expondo meus sentimentos e você rindo de mim pelas costas, mentindo enquanto eu te pedi apenas que fosse sincero, você prometeu... — soluça, não há mais aquele brilho havia em seus olhos, quando olha para mim.

— Não, nunca ri de você, a principio minhas intenções não foram honradas, mas depois, Anna, eu... queria te proteger. Não queria que sofresse mais. — tento fazer com que entenda,  me desespero, fico fora de mim, com o medo que vai se tornando ainda mais forte.

— Proteger? Mentir não é proteger, é trair! — as lágrimas que correm pelo seu lindo rosto, me causam dor.

Fechos meus olhos com força, sentindo a vontade estranha de desabar também.

— Lamento ter escondido isso, mas todo resto que te disse foi real. — imploro para que ela me escute.

Anna simplesmente se levanta, pegando seu guia e começa a me dar as costas. Corro com desespero a abraçando com força por trás, sentindo seu corpo trêmulo, escutando seu choro que me deixa sem chão.

— Por favor, me perdoa, eu posso ser melhor. — suplico, sentindo a garganta seca, minha pela gelada pelo temor de perdê-la.

Meu coração obscuro se aperta, assim que ela me encara, mesmo não me enxergando sou encarado com tanta intensidade e tristeza, que quase perco as forças em minhas pernas.

— O que sente por mim? — a pergunta feita por ela, me deixa mudo.

Não consigo dizer nada, me faltam palavras,  fico travado olhando para ela, vendo que só estou lhe causando dor.

— Acho que tenho a resposta que eu vinha procurando. — o sorriso vazio, triste, não brilha mais, não tem mais o som que me aquece por dentro. — Nunca mais quero você perto de mim. Se ao menos sentir respeito por mim, não se aproxime mais. — chora se afastando de mim e me deixando para trás.

Ela se vai, perco as forças em minhas pernas, caio de joelhos e choro com desespero, sentindo uma dor nova, mas que dói mais do que qualquer ferida que já tive, ao perceber que acabei de perder a melhor coisa que já tive, que já me aconteceu.

Fico para trás, sentindo a dor, a agonia ao ver ela cada vez mais longe no horizonte,  cada vez mais distante para sempre de mim.

— Anna me perdoa. — murmuro entre as lágrimas que me cegam me sentindo mais uma vez frio, vazio e sozinho.

Falta poucos capítulos, comentem e votem. Espero que gostem 💚

Valorizem o livro, votem e comentem,  não esperem a autora sumir ou desanimar para enfim dar valor a história. 😢

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⏰ Last updated: Jun 30 ⏰

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