Então, Rieka juntou algumas pessoas que estavam dispostas a lutar e formou um grupo.
Formado por um total de doze pessoas, ele se dividia quando era preciso para certos momentos - afinal, seria suspeito essa quantidade de gente junta num lugar só.
Infelizmente haviam características que as distinguiam dos comuns: seus dedos mais longos e cabelos de cores diferentes, por exemplo. Enquanto o de Rieka era de um roxo intenso, o de Ammie era rosa; Vanna tinha fios prateados e Erilyn, ou simplesmente, Erin, tinha os seus da cor da esmeralda mais bela que já foi encontrada. Tinham algumas outras cujos cabelos eram de cores mais comuns como castanho e loiro, mas só aquelas que eram fruto de uma relação entre uma bruxa e um comum - pelo método tradicional, sabe como é - enquanto as outras eram concebidas por meio da magia.
As quatro formavam o grupo principal, com Rieka como líder e Vanna como sua vice. Na mesma medida que a primeira representava o intenso da escuridão a segunda era o brilho poderoso da luz.
De repente, elas param. Um grito de dor ecoou.
Rieka olhou ao redor, mas não era possível ver de onde o som vinha.
Gritaram de novo.
- Por ali - Vanna apontou para uma rua estreita e elas mudaram o percurso para lá. Assim que chegaram, tinha lá uma pequena multidão formada ao redor de um cadafalso de madeira.
Uma mulher estava amarrada sobre um bloco de pedra.
A parte de cima do seu corpo estava e as costas delas, rasgadas. Seu cabelo vermelho cereja estava solto e cobria seu rosto quase completamente, mas ainda era possível ver o suor se acumulando. Um homem de túnica e capuz que deixava apenas os olhos de fora estendia um chicote de couro mais uma vez e acertou a mulher por cima dos machucados abertos.
Apesar disso, ela não gritava. Muito pelo contrário, se mantinha calada como se a boca tivesse sido costurada. Os gritos, na verdade, vinham das pessoas que assistiam.
Rieka podia sentir uma força emanando da mulher, intensificando a raiva dela pelo que estava acontecendo.
- É uma bruxa - sussurrou para as outras três - Precisa ser salva imediatamente.
A bruxa se aproximou de uma mulher idosa e perguntou:
- O que está acontecendo?
A idosa tinha um certo sadismo nos olhos quando respondeu:
- Aquele demônio ali estava fazendo coisas maléficas quando acharam ela. Disseram que falava coisas profanas. Coisas que vão contra o Senhor.
Rieka inspirou para se acalmar. Se eu meter o murro na cara dessa velha vai dar problema, pensou.
- A senhora sabe o que seriam essas coisas?
A mulher franziu a testa e suas muitas rugas se acentuaram. Lembrava muito uma fruta murcha.
- Ora, é claro que não! Como é que eu saberia o que os demônios dizem? Sou uma mulher devota até os ossos! Não me misturo com esse tipo de coisa! - e saiu, batendo os pés no chão.
Rieka teve que fazer força para não revirar os olhos e dizer algo que iria estragar o plano, por isso apenas respirou fundo e se afastou.
Então ela foi pega usando magia, ela pensou, nesse caso, vou salvá-la com o que a condenou.
A bruxa fez sinal para que as outras a seguissem e começou a andar e a empurrar as pessoas, até parar diretamente na frente do palanque.
Arrancou a touca e balançou a cabeça para que as mesas se esphassem e descessem em cascata pelas costas. Não precisava olhar para trás para saber que Ammie, Erin e Vanna estavam fazendo o mesmo.
Ela fechou os olhos e se concentrou. Escavou dentro de si e, quando abriu os olhos, enviou uma onda de luz solar para todas as direções. As pessoas ao redor caíram e as chicotadas pararam, mas mesmo assim a mulher não olhava para ela.
No entanto isso não importava, desde que conseguissem levá-la embora dali em segurança.
O homem que segurava o chicote, um carrasco, olhava-a com ódio e fez sinal para chamarem outros, certamente pensando que iria conté-las. Ledo engano. Quando deram alguns passos para se aproximar, foram varridos dali por uma lufada poderosa de vento que era uma combinação das forças de Ammie, Erin e Vanna. O carrasco ficou assustado e Rieka sentiu uma enorme satisfação com aquilo.
- Todos nós cometemos erros, isso é fato - disse enquanto subiu os degraus do cadafalso - Mas o pior de todos é o que se comete contra uma bruxa.
Então, ela sacou uma adaga que estava escondida e prendeu a respiração, ficando invisível.
O carrasco largou o chicote e olhou para os lados, procurando por ela. Rieka tinha anos de prática prendendo o fôlego, mas era sempre chega e grossa nesse aspecto, nunca desperdiçando seu poder com coisas que não precisavam.
Desta vez, porém, ela precisava agir devagar para que suas colegas soltassem a mulher e tirá-la de lá sem serem notadas.
Rieka avançou e fez um rasgo na parte da frente da roupa do homem, que atacou, mas acabou não acertando nada pois a bruxa era ágil e já tinha se desviado.
Ela acertou um pontapé nas costas dele, que caiu de cabeça no chão. Pelo canto do olho, viu que a mulher já não estava mais amarrada. Então, soltou a respiração e puxou o homem para que virasse e olhasse para ela, diretamente nos olhos. Ele estava zonzo e parecia fazer um grande esforço para não ficar inconsciente.
- E é o tipo de erro que só se comete uma vez - e cortou a garganta do homem.
Quando a bruxa se levantou e olhou ao redor, restavam apenas Vanna, que segurava a mulher no colo, Ammie e Erin.
- Vamos embora daqui. - Rieka disse. Ela embainhou sua adaga e saiu sem olhar para trás.
******
Hello! Tudo bem com vocês? O que acharam?Não esqueçam de deixar uma curtida :)
Perguntinha: o cara do chicote merecia uma surra, sim ou claro?
YOU ARE READING
MUNDOS CRUZADOS
Fantasy"O Trio" é como elas são chamadas. Ou eram. Nada era páreo para elas até que um dia têm que se separar. Haydée, uma delas, descobre que as outras estão mortas. Ela, então, entra num processo de luto, em que está desesperada para vingar suas amigas...
Capítulo 6
Start from the beginning