— mamãe! A namorada sua quer me matar! — Sina resmungou quase sem fôlego, e eu a deitei no sofá.
— aí meu Deus que namorada má!
— eu vou é roubar esses mamas que está segurando, quero os dois!
— naaaao — Sol gritou e correu pra pegar a mamadeira da mão da tia.
— então essa é minha? — perguntei vendo a que sobrou.
— não, titia Sabi — Any respondeu — fala com a tia, de quem essa dedera.
— é minha — Lua disse mais baixinho.
Gabi a pegou no colo e lhe entregou a mamadeira de tampa roxa, a miúda estava mais calma com o bico de plástico na boca.
— mamãe! E a minha?
— você gosta de mamadeira desde quando? — perguntei.
— a sua é natural, não é, meu amor? — Gabi perguntou — vem cá que a mamãe te dá seu mama.
— essa banheira nunca esteve tão cheia — comentei, entrando no banheiro com as toalhas que saí pra buscar.
— não mesmo — minha namorada concordou e tirou Sina da água, erguendo a loirinha pra mim.
Enrolei o tecido felpudo no pequeno corpo e a peguei no colo, já ouvindo queixas. Minha filha não gosta de banho, mas parece amar quando as primas estão juntas.
— vamos escolher seu pijama? — perguntei e a pus no chão.
— não quero, eu quero voltar pra aqui — ela pôs a mãozinha na água da banheira, e largou a toalha no chão.
— não é pra entrar — falei, pegando a segunda criança no colo.
— mas mooom.
— eu não vou repetir — falei por fim, e Sina buscou a toalha pra voltar a se enrolar.
Coloquei Lua no chão, já enrolada, e peguei sol, embalando ela no tecido felpudo igual ao da irmã, porém de outra cor.
— vamos lá no quarto — Any guiou as três ao nosso quarto, onde eu já tinha preparado tudo.
Ergui a toalha que sobrou na cama, a fim de proteger meu colchão caso aja algum acidente, e deitei a primeira miúda que vi.
— escolheu a mais sensível, anjo. Troque comigo — Gabi pediu e eu troquei.
A afilhada dela deve preferir a dinda pra lhe por fralda, e não julgo nadinha. Fui atrás de Sina e lhe arrumei na, de costume, fralda branca e "sem graça".
— já tem pijama escolhido? — perguntei.
— peguei os bodys que estão dobrados atrás de você, tá quente hoje.
— eu quero o verde — Sol escolheu.
Sina e Lua ficaram combinando de rosa e beje, logo não houve nenhuma discussão. Eu e Any vestimos as meninas e logo estávamos voltando pra sala.
— olha o que a tia comprou pra vocês jogarem — Any apareceu com a caixa de um jogo de tabuleiro.
— como joga?
— vamos sentar que eu explico.
Acabei sedendo a por minhas almofadas no chão, so cobrando que cobríssemos elas com o lençol. Então as três me ajudaram com o tecido, rapidinho sentamos ali pra começar a brincadeira.
— uma de cada vez vai pegar uma cartinha e por na testa, essa pessoa tem que acertar o que tem na própria cartinha, sem ver, só fazendo perguntas. Eu posso começar?
Todas concordamos e Any pegou uma cartinha. Por sorte não tinha nada escrito, e sim desenhado.
— é um sorvete de morango — Sol adivinhou animada.
— não minha vida, você não pode falar.
As crianças riram e eu as acompanhei, vendo Any fazer biquinho. Não é possível que ela seja competitiva até quando joga com crianças.
— dinda — ouvi um sussuro.
— oi meu amor — Any respondeu.
Qualquer presença de luz foi totalmente banida, deixando assim o cômodo toralmente escuro. Tudo o que enxergo é um breu preto, e nada mais.
— eu tô com saudade da minha mãe.
Senti os braços de Gabi fugindo de minha cintura, e seu corpo se levantando. Provavelmente ela se sentou na cama.
— quer dormir com a dinda?
— eu queria a mamãe.
— mas tá tarde pra mamãe sair de casa, meu anjinho. Vem aqui comigo.
— num tô te vendo, dinda.
— ascende a luz, amor — falei baixinho.
— eu não queria te acordar — ela resmungou e beijou meus lábios, somente depois ascendeu o abajur.
— num quero dormir com as meninas.
— dorme com a gente então — sugeri e a criança sorriu.
Analua é a mais quietinha das três crianças, e é a que mais ama grude também.
Sol só quer brincar e aprontar, se diferenciando totalmente da irmã. E Sina eu nem preciso comentar muito.A miúda veio, com ajuda da tia, pro meio da cama. E logo foi embalada pra dormir confortavelmente entre mim e sua dinda.
— quero ver a briga amanhã quando souber que outra nenê tá no "meinho" dela — minha namorada comentou e eu me limitei a sorrir.
A luz foi apagada e logo estávamos planejando voltar pros nossos merecidos sonhos.
■> Considerações finais
Pessoas que pularam o sumário: 😊
Pessoas que leram e sabem que tudo está chegando ao fim: 🫠Fiz o epílogo toda triste, amo essa fic e estou apegadaaaa.
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No Passado
FanfictionShortFic! " Uma jovem humana, dezesseis anos vivendo em seu inferno particular. Pais ruins, família desarmonia, traumas de infância, tela como objeto de conforto " Motivo da morte: acidente de carro, em uma tentativa falha de fuga. "━─━───...
✦ Bᴏɴᴜs
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