Bucky foi até a cozinha, bebendo o café frio que Charlie havia feito naquela manhã e tomou os remédios que ela havia deixado separado. Em seguida, decidiu tomar um banho gelado para dar um jeito naquele suor e nos pensamentos obscenos que estava tendo desde que acordou. 

Ele demorou bastante tempo debaixo da água fria, sussurrando e gemendo o nome de Charlie enquanto deslizava o punho de vibranium por seu membro, imaginando ela; apenas ela e sua boca, suas mãos, seu corpo. Ela por inteiro. 

Ao sair do banho, Bucky estava decidido a desrespeitar as restrições de sua namorada e melhor amiga, mas por uma boa causa. Ele vestiu uma calça jeans cinza, moletom com capuz preto, uma jaqueta bomber azul marinho e suas inseparáveis botas de couro. Então, passou perfume, desodorante, ajeitou os fios molhados de seu cabelo e escovou os dentes, antes de pegar o celular, a carteira, as chaves e o capacete.

Charlotte iria matá-lo. 

(...)

Bucky Barnes estacionou em frente ao restaurante, pendurando o capacete no guidão da moto. Ele desceu e ajeitou a jaqueta, tirando de dentro da mesma um buquê simples de lírios, gérberas e rosas. 

Os seus olhos pairaram sob as janelas do restaurante, que pelo horário já estava funcionando a todo vapor. As garçonetes andavam por todo o local, carregando bandejas recheadas de comidas e bebidas. Ele checou o relógio em seu pulso e entrou no Daisy's, buscando Charlotte com os olhos azuis.

Todos que estavam presentes no restaurante pararam o que estavam fazendo para observá-lo. Murmúrios espalharam pelo local, dedos sendo apontados em sua direção, risadas e sorrisos felizes, apaixonados e admirados, e um ou outro celular surgiu em seu campo de visão. Bucky quis revirar os olhos, mas segurou-se o máximo que pode, colocando um sorriso forçado em seus lábios e acenando para as pessoas que o cumprimentavam.

Apesar do desconforto e a vergonha — odiava ser tratado como um animal silvestre em um zoológico —, Bucky caminhou pelo restaurante, procurando o rosto de Charlotte em meio às pessoas. E, saindo dos fundos do restaurante, segurando uma bandeja recheada de comida e bebidas coloridas, com seu cabelo preso em um rabo de cavalo e seu vestido verde pastel e avental rosa, ele a viu caminhar em sua direção, totalmente distraída com o bloco de notas em suas mãos.

Charlotte Zhang estava exausta, uma leve camada de suor espalhava-se por seu rosto levemente maquiado. Os seus braços doíam de tanto carregar as bandejas de comidas e as pernas doíam de tanto circular pelo restaurante e a cozinha. Enquanto lia os pedidos que havia anotado em seu bloquinho e seguia até uma das mesas, não notou a presença imponente do homem alto e musculoso parado em seu caminho.

Quase. Quase que tinha acontecido um acidente desastroso e cheio de milk shakes e hamburgers, se Bucky Barnes não tivesse pigarreado, chamando a atenção dela. Charlie cessou seus passos de uma vez, segurando a bandeja pesada com as duas mãos e arregalando os olhos para o homem à sua frente.

— Bucky?

— Oi, moranguinho.

Charlie franziu o cenho, olhando de relance ao redor, notando os olhares curiosos e nem um pouco discretos de seus clientes. Ela forçou um sorriso e o olhou, tombando a cabeça para o lado.

— O que está fazendo aqui, ursinho?

— Surpresa! — disse ele, sorrindo e empurrando o buquê que havia comprado na direção dela.

Sparks • Bucky BarnesWhere stories live. Discover now