— Você está demorando demais, estamos atrasados! — Ethan disse, do outro lado da porta.
Eu estava fechada no banheiro, terminando de passar o batom na boca.
— Já estou saindo. — eu disse, abrindo a porta. Ethan ficou me olhando. — O que foi?
— Nada.
— Não gostou do vestido? — perguntei, olhando para baixo. Estava usando um vestido preto longo, com uma fenda na perna e saltos pretos.
— Não. Quer dizer, sim. — olhei para ele confusa. — Queria dizer que você está muito bonita. — senti minha cara começar a ferver e desviei o olhar.
— Obrigada. Você também não está mau. — eu disse e ele deu uma risada nasal. Saímos do quarto, ele sempre atrás de mim e fomos até á porta do hotel, onde minha irmã, Nicolas e minha mãe estavam nos esperando.
— Resolveram o problema da cama? — Olivia sussurrou.
— Uhum. Você não contou para a mãe, pois não? — ela disse que não com a cabeça e eu sorri.
Entramos no taxi.O restaurante era italiano, e nós nos sentamos numa mesa perto da porta.
A minha mãe estava cada vez mais cansada, as olheiras dela eram escuras e fundas. Ela não era velha, mas tinha muitos problemas de saude.
Pedimos a comida e consegui sentir Ethan olhando para mim o jantar inteiro.
Até que tocaram no assunto.
O assunto.— Você convidou o seu pai? — minha mãe devia estar completamente maluca.
— Mamãe, a gente nem sequer sabe onde ele está. — Olivia disse. Senti minhas mãos começarem a tremer.
— Desculpem me intrometer, mas mesmo se Olivia soubesse, acho que não o iria convidar. — Nicolas disse, e senti a mão de Ethan tocando a minha por baixo da mesa.
Olhei para ele, e ele sorriu de leve.
— Ele tem razão. — Olivia respondeu.
Levantei-me da mesa.— Vou ao banheiro. — disse e peguei minha mala, indo até ao banheiro. Retoquei minha maquiagem no espelho e Ethan entrou. A garota que saiu ficou olhando estranho para ele, por ele estar no banheiro feminino. — Você não pode estar aqui.
— E você não pode fugir para o banheiro mais próximo sempre que falam sobre o seu pai. — ele disse e aquilo foi como um tapa na minha cara.
Senti meus olhos arder de novo.
— Vem cá. — ele disse abrindo os braços. Deixei o batom cair no chão e o abracei.Essa foi a primeira vez que tivemos algum contacto fisico sem ser... O beijo.
E as mãos dadas, e os beijos na testa, e...
Talvez não seja o primeiro.— Está tudo bem. — ele disse, passando a mão pelo meu cabelo enquanto a minha cara estava encostada no peito dele, e eu estava chorando em silêncio. — Quer sair daqui? — ele perguntou e eu olhei para cima, para os olhos dele.
— O jantar ainda não terminou. — eu disse. Não reparei que ainda estavamos abraçados.
— Nós viemos e comemos um pouco. Fizemos a nossa parte. — ele disse e eu sorri. Ele afastou-se e pegou minha mão, e saímos pela porta de trás.
Fomos até ao hotel de taxi, e nenhum de nós disse uma unica palavra na viagem. Quando chegamos, fomos para a praia.
— Ethan. — eu disse enquanto estavamos sentados a frente do mar. No mesmo lugar onde nadamos.
— Sim? — ele respondeu.
— Você sabe tudo sobre mim. Ou quase tudo... Mas eu não sei nada sobre você. — eu disse e ele me olhou confuso, com um sorriso.
— Sabe sim. Você sabe muito sobre mim. Mais do que deveria até. — ele disse, voltando a olhar para o mar.
— Estou falando da sua história. — eu disse.
Eu prometi a mim mesma que não iria fazer perguntas sobre isso.
Eu disse a mim mesma que só estavamos trabalhando.
Eu disse a mim mesma que esses assuntos não eram da minha conta.Mas Ethan cada vez se revela mais interessante.
E eu não posso ajudar.
— Está bem. — ele disse, como se se estivesse preparando mentalmente para falar. — Bem... Começando pelo inicio, nunca conheci minha mãe. Ela morreu no parto. — ele disse, e eu já estava chocada. Continuei calada. — O meu pai não dá a minima para o que eu faço, e só se importa se eu tiro boa nota na escola.
Isso explicava o acordo.
— Quase não falo com meu pai... Já tive vários casos mas nunca namorei a sério.. E não sei mais o que dizer sobre mim. Acho que é isso. — ele disse e olhou para mim.
— Sinto muito por sua mãe. — eu disse. — Tenho certeza que ela era uma mulher incrivel.
— Era. Pelo menos, foi o que meu pai disse. Ele ainda guarda fotos dela por toda a casa. — ele disse e eu me sentei mais perto dele, colocando a cabeça no seu ombro.
Não sabia o que estava acontecendo, mas pareceu a coisa certa a fazer.
Algo estava estranho. Entre eu e Ethan.
— Não fui a unica com uma infância má. — eu disse e ele deu uma risada nasal, encostando a cabeça na minha.
— Ainda assim, você consegue ganhar. — ele disse e eu soltei uma risada. O meu celular tocou. — Espera aí.
— Olá Luna! — era Nick.
— Olá. Como está?
— Estou bem, na verdade estava ligando para isso. Como estão as coisas nas filipinas?
— Estão bem.
— E Ethan?
— Está bem também.
— Aham...
— Onde você quer chegar? Eu sei que não me ligou só para isso.
— Você e Ethan ainda não ficaram juntos?
— Eu sabia. Não, Nick.
— Mas me conta alguma coisa.
— Quando eu voltar, pode ser? Estou ocupada. Até depois.
Disse, desligando a ligação.
— Quem era? — Ethan perguntou me olhando enquanto eu guardava o celular na mala pequena.
— Era Nick. Estava ligando para perguntar como estamos. — menti. Não podia dizer o verdadeiro motivo.
— Hm. — olhei para ele confusa, e depois dei uma risada.
— Não me diga que está com ciumes. — eu disse, com um sorriso. Um sorriso verdadeiro.
— Ciumes? Porque teria ciumes? — ele disse, e claramente estava mentindo.
— O Nick é gay, Ethan. — eu disse e ele me olhou, surpreso.
— Oh.
— Pois. — eu disse e ele voltou a desviar o olhar. — Ah, com que então você tem ciumes meus? Bom saber.
Ele me olhou, e mesmo no escuro conseguia ver o azul dos olhos dele, que combinavam com o mar.
— Quem não teria ciumes de você?
ŞİMDİ OKUDUĞUN
Namorado De Aluguel.
RomantizmLuna Gray sempre foi uma aluna brilhante, sempre as melhores notas, e agora no seu primeiro ano de faculdade em literatura, as coisas não mudam. Não mudam, até ela se envolver numa competição de notas, e com o casamento da irmã a chegar e a mentira...