Capitulo 23. - Ciumes.

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— Você está demorando demais, estamos atrasados! — Ethan disse, do outro lado da porta.

Eu estava fechada no banheiro, terminando de passar o batom na boca.

— Já estou saindo. — eu disse, abrindo a porta. Ethan ficou me olhando. — O que foi?

— Nada.

— Não gostou do vestido? — perguntei, olhando para baixo. Estava usando um vestido preto longo, com uma fenda na perna e saltos pretos.

— Não. Quer dizer, sim. — olhei para ele confusa. — Queria dizer que você está muito bonita. — senti minha cara começar a ferver e desviei o olhar.

— Obrigada. Você também não está mau. — eu disse e ele deu uma risada nasal. Saímos do quarto, ele sempre atrás de mim e fomos até á porta do hotel, onde minha irmã, Nicolas e minha mãe estavam nos esperando.

— Resolveram o problema da cama? — Olivia sussurrou.

— Uhum. Você não contou para a mãe, pois não? — ela disse que não com a cabeça e eu sorri.
Entramos no taxi.

O restaurante era italiano, e nós nos sentamos numa mesa perto da porta.

A minha mãe estava cada vez mais cansada, as olheiras dela eram escuras e fundas. Ela não era velha, mas tinha muitos problemas de saude.

Pedimos a comida e consegui sentir Ethan olhando para mim o jantar inteiro.
Até que tocaram no assunto.
O assunto.

— Você convidou o seu pai? — minha mãe devia estar completamente maluca.

— Mamãe, a gente nem sequer sabe onde ele está. — Olivia disse. Senti minhas mãos começarem a tremer.

— Desculpem me intrometer, mas mesmo se Olivia soubesse, acho que não o iria convidar. — Nicolas disse, e senti a mão de Ethan tocando a minha por baixo da mesa.

Olhei para ele, e ele sorriu de leve.

— Ele tem razão. — Olivia respondeu.
Levantei-me da mesa.

— Vou ao banheiro. — disse e peguei minha mala, indo até ao banheiro. Retoquei minha maquiagem no espelho e Ethan entrou. A garota que saiu ficou olhando estranho para ele, por ele estar no banheiro feminino. — Você não pode estar aqui.

— E você não pode fugir para o banheiro mais próximo sempre que falam sobre o seu pai. — ele disse e aquilo foi como um tapa na minha cara.
Senti meus olhos arder de novo.
— Vem cá. — ele disse abrindo os braços. Deixei o batom cair no chão e o abracei.

Essa foi a primeira vez que tivemos algum contacto fisico sem ser... O beijo.
E as mãos dadas, e os beijos na testa, e...
Talvez não seja o primeiro.

— Está tudo bem. — ele disse, passando a mão pelo meu cabelo enquanto a minha cara estava encostada no peito dele, e eu estava chorando em silêncio. — Quer sair daqui? — ele perguntou e eu olhei para cima, para os olhos dele.

— O jantar ainda não terminou. — eu disse. Não reparei que ainda estavamos abraçados.

— Nós viemos e comemos um pouco. Fizemos a nossa parte. — ele disse e eu sorri. Ele afastou-se e pegou minha mão, e saímos pela porta de trás.

Fomos até ao hotel de taxi, e nenhum de nós disse uma unica palavra na viagem. Quando chegamos, fomos para a praia.

— Ethan. — eu disse enquanto estavamos sentados a frente do mar. No mesmo lugar onde nadamos.

— Sim? — ele respondeu.

— Você sabe tudo sobre mim. Ou quase tudo... Mas eu não sei nada sobre você. — eu disse e ele me olhou confuso, com um sorriso.

— Sabe sim. Você sabe muito sobre mim. Mais do que deveria até. — ele disse, voltando a olhar para o mar.

— Estou falando da sua história. — eu disse.

Eu prometi a mim mesma que não iria fazer perguntas sobre isso.
Eu disse a mim mesma que só estavamos trabalhando.
Eu disse a mim mesma que esses assuntos não eram da minha conta.

Mas Ethan cada vez se revela mais interessante.

E eu não posso ajudar.

— Está bem. — ele disse, como se se estivesse preparando mentalmente para falar. — Bem... Começando pelo inicio, nunca conheci minha mãe. Ela morreu no parto. — ele disse, e eu já estava chocada. Continuei calada. — O meu pai não dá a minima para o que eu faço, e só se importa se eu tiro boa nota na escola.

Isso explicava o acordo.

— Quase não falo com meu pai... Já tive vários casos mas nunca namorei a sério.. E não sei mais o que dizer sobre mim. Acho que é isso. — ele disse e olhou para mim.

— Sinto muito por sua mãe. — eu disse. — Tenho certeza que ela era uma mulher incrivel.

— Era. Pelo menos, foi o que meu pai disse. Ele ainda guarda fotos dela por toda a casa. — ele disse e eu me sentei mais perto dele, colocando a cabeça no seu ombro.

Não sabia o que estava acontecendo, mas pareceu a coisa certa a fazer.

Algo estava estranho. Entre eu e Ethan.

— Não fui a unica com uma infância má. — eu disse e ele deu uma risada nasal, encostando a cabeça na minha.

— Ainda assim, você consegue ganhar. — ele disse e eu soltei uma risada. O meu celular tocou. — Espera aí.

— Olá Luna! — era Nick.

— Olá. Como está?

— Estou bem, na verdade estava ligando para isso. Como estão as coisas nas filipinas?

— Estão bem.

— E Ethan?

— Está bem também.

— Aham...

— Onde você quer chegar? Eu sei que não me ligou só para isso.

— Você e Ethan ainda não ficaram juntos?

— Eu sabia. Não, Nick.

— Mas me conta alguma coisa.

— Quando eu voltar, pode ser? Estou ocupada. Até depois.

Disse, desligando a ligação.

— Quem era? — Ethan perguntou me olhando enquanto eu guardava o celular na mala pequena.

— Era Nick. Estava ligando para perguntar como estamos. — menti. Não podia dizer o verdadeiro motivo.

— Hm. — olhei para ele confusa, e depois dei uma risada.

— Não me diga que está com ciumes. — eu disse, com um sorriso. Um sorriso verdadeiro.

— Ciumes? Porque teria ciumes? — ele disse, e claramente estava mentindo.

— O Nick é gay, Ethan. — eu disse e ele me olhou, surpreso.

— Oh.

— Pois. — eu disse e ele voltou a desviar o olhar. — Ah, com que então você tem ciumes meus? Bom saber.

Ele me olhou, e mesmo no escuro conseguia ver o azul dos olhos dele, que combinavam com o mar.

— Quem não teria ciumes de você?

Namorado De Aluguel. Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin